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{{Os Românticos}} Rosas para você



 

 
 



Rosas para você... 
                                                            

Um senhor, na faixa dos 60 anos, 
foi um dia convidado por um colega 
de trabalho para a assistir 

uma reunião espírita, 
que acontecia aos sábados à tarde, 
em sua residência paulistana. 

Embora relutando porque morava 
em Santos, não gostava de sair 
da toca e pelo frio daquela tarde 
de junho, resolveu ir. 

A família até estranhou quando ele 
avisou que não iria almoçar e 
que viajaria à capital.

Era uma atitude tão incomum... 

O expressinho o deixou na porta da casa 
e ele chegou atrasado, sentando-se 
no fundo da sala para não atrapalhar. 

Logo percebeu que se tratava de 
um encontro espiritualista sério. 

A reunião já estava quase no fim, 
quando a senhora que psicografava, 
perguntou:
- Quem é fulano?.



Ele levou um susto quando ouviu 
o seu nome.
- Tenho uma mensagem para o senhor,
 ouça: 

"Rosas para você mamãe, um beijo.

Bebel".

Do susto passou para o aturdimento: 
que mensagem seria aquela? 

Não conhecia nenhuma Bebel 
e nem entendia aquela expressão 
cifrada de alguém que enviava 
rosas para a mãe.

 Mas, evidentemente, recebeu-a com 
respeito e guardou no bolso o bilhete 
que lhe foi entregue.



Terminada a reunião, saiu rápido, 
subindo a Av. Paulista para tomar um táxi
 que o levasse até o ponto do ônibus. 

De repente, veio à mente uma vontade 
enorme de rever um amigo de faculdade
 que morava ali numa  transversal e 
que não via há vinte anos pelo menos. 

Que estranho, logo ele que não 
costumava visitar ninguém e 
tinha pavor de viajar à noite!

Foi um impulso tão forte, tão forte, 
que quando percebeu estava à 
porta da casa do amigo. 

Tocou a campainha e depois 
de segundos, o querido 
companheiro abriu a porta. 

Os anos haviam passado, 
os cabelos de ambos eram grisalhos, 
as silhuetas se arredondaram e 
os olhares aparentavam o cansaço
 da caminhada.

Abraços, emoção, trocas habituais
 de perguntas sobre outros amigos 
comuns, carinho e o convite dele e da
 mulher para que ficasse para jantar. 

Diante da insistência, acedeu. 
À mesa, os papos continuaram 
saudosos e queridos. 



Há nos encontros com os amigos 
de infância e adolescência um rol de 
emoções e lembranças que não existe
 com as amizades posteriores,
 por mais amplas e íntimas que sejam. 

Quando sentaram-se à sala novamente 
e a esposa pediu licença para 
pegar a bandeja do cafezinho, 
o anfitrião falou baixo e de voz embargada

- Você não imagina o bem que nos fez 
vindo aqui hoje, a Sílvia estava 
precisando muito de distração.



 Com certeza você não soube que 
a nossa filha mais nova, Isabel,
 que nós chamávamos de Bebel, 
morreu num acidente há um ano. 

Era a alegria da casa, já que meus 
dois outros filhos vivem fora do País
 e só nos visitam de vez em quando. 

Mesmo depois de casada, 
Bebel continuou morando aqui perto 
para nos fazer companhia. 

Hoje é aniversário da Sílvia e parece 
que ainda estou vendo nossa filha 
entrar por essa porta como fazia 
todos os anos, 

cantando Parabéns a Você e 
trazendo um buquet de rosas 
vermelhas, as preferidas da mãe. 

Tanto é que até comprei as flores que
 estão naquele vaso, mas é completamente
 diferente, é claro.

Os minutos seguintes foram da 
mais forte emoção. 

Dele, ao contar quase sem fôlego
 o acontecido durante a tarde e
 de um pai, que ouvia, chorando, 
os desígnios do grande mistério 
além do espaço e do tempo. 

O mensageiro nem quis esperar 
a volta da mãe, com o café. 

Preferia não participar do momento 
do casal, pedindo ao amigo que 
o relatasse; era apenas e 
simplesmente o veículo portador.

Ao sair e passar perto da mesa 
onde estavam as rosas, tirou o bilhete
 do bolso e deixou-o ao lado... 

Era o cartão que faltava. 


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