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Florisvaldo Mattos


Galope Amarelo


Quando ele voltou
a moça do portão estava casada
o prefeito era uma cruz e uma placa
as aves mudaram de itinerário
como os ônibus
o irmão mais moço tomava ópio
para esquecer.


Quando ele voltou
o empregado da esquina respondera
a um processo
onde perdera a esperança e os dedos
o pai fuzilara um estudante
a mãe fugira com um mascate.


Quando ele partiu
a primavera galopava nos rosais
os campos de begônias floresciam
o gado esturrava nos currais
a terra desafiada vicejava como
uma égua na véspera do galope.


Quando ele partiu
o alimento dos olhos era a verdura
de paisagem além da cerca
as goiabas enchiam os cestos
as mulheres voltavam com os meninos
os velhos falavam de assombração
a lua espreitava o pátio e o quintal.


Quando ele voltou
o ministro citava o arquiteto
com a pretensão de restaurar
tempo à revelia dos relógios
o muro substituía o horizonte
as autoridades sonolentas distribuíam
o passaporte dos homens para o sanatório
quando ele voltou
as leis se haviam tornado ainda mais fósseis
as oligarquias muito mais poderosas
os poderosos mais astutos
o ministro lembrava a pá sob os escombros,
o menino relia as manchetes da guerra
os preconceitos rimavam com a economia.


Quando ele voltou
havia uma encruzilhada e um alto-falante
a moça do portão estava casada
o irmão caçula era um soldado velho
Quando ele partiu
a primavera galopava nos rosais,
Quando ele voltou
o céu era só um galope amarelo,

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Bottom of Form 1

Florisvaldo Mattos


Galope Amarelo


Quando ele voltou
a moça do portão estava casada
o prefeito era uma cruz e uma placa
as aves mudaram de itinerário
como os ônibus
o irmão mais moço tomava ópio
para esquecer.


Quando ele voltou
o empregado da esquina respondera
a um processo
onde perdera a esperança e os dedos
o pai fuzilara um estudante
a mãe fugira com um mascate.


Quando ele partiu
a primavera galopava nos rosais
os campos de begônias floresciam
o gado esturrava nos currais
a terra desafiada vicejava como
uma égua na véspera do galope.


Quando ele partiu
o alimento dos olhos era a verdura
de paisagem além da cerca
as goiabas enchiam os cestos
as mulheres voltavam com os meninos
os velhos falavam de assombração
a lua espreitava o pátio e o quintal.


Quando ele voltou
o ministro citava o arquiteto
com a pretensão de restaurar
tempo à revelia dos relógios
o muro substituía o horizonte
as autoridades sonolentas distribuíam
o passaporte dos homens para o sanatório
quando ele voltou
as leis se haviam tornado ainda mais fósseis
as oligarquias muito mais poderosas
os poderosos mais astutos
o ministro lembrava a pá sob os escombros,
o menino relia as manchetes da guerra
os preconceitos rimavam com a economia.


Quando ele voltou
havia uma encruzilhada e um alto-falante
a moça do portão estava casada
o irmão caçula era um soldado velho
Quando ele partiu
a primavera galopava nos rosais,
Quando ele voltou
o céu era só um galope amarelo,

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