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Lançamento Gênesis do Conhecimento - A História Está Errada - Erich Von Däniken


A HISTÓRIA ESTÁ
ERRADA

ERICH VON
DÄNIKEN


Tradução
Silvia Sarzana

Editora Ide@
2010

Sumário


Livros Misteriosos
Desmascarando os Charlatães
Ciência Natural em Nazca
Pósfacio



LIVROS MISTERIOSOS

UMA QUESTÃO INCOMUM

Minha pesquisa levou apenas uns dois dias. Comecei com
minha esposa, a menina dos meus olhos, e continuei com o
pessoal do escritório. Fazia a todo mundo a mesma pergunta.
Depois perguntei a alguns de meus parentes e, finalmente -
sentindo-me um pouco mais animado - até à pessoas
desconhecidas em um restaurante. "Desculpe-me. Posso lhe
fazer uma pergunta?" Eu era educado - como se deve ser -
muito embora muitas pessoas perplexas franzissem as
sobrancelhas, aparentemente se perguntando: Que diabos
este cara quer? Mas, no final, fiz a pergunta a uma centena
de pessoas e isso foi suficiente.
"Você já ouviu falar do Manuscrito Voynich?"
"Do quê?"
Em cem pessoas, apenas uma já tinha ouvido falar do
Manuscrito Voynich e, mesmo assim, não sabia nada
relevante. Manuscrito Voynich? Não foi publicada alguma
coisa a este respeito na revista P. M., na Alemanha? É
alguma organização secreta? Voynich? Voynich? Contudo,
há inúmeras páginas sobre esse manuscrito na Internet,
como, por exemplo, em www.voynich.nu, um site que
fornece também inúmeros outros links para outras fontes.
Centenas de tratados já foram escritos a respeito do
Manuscrito Voynich, tanto por cientistas quanto por
acadêmicos, incluindo livros - um dos melhores é o de
bretões Kennedy e Churchill: The Voynich Manuscript. .
Ele contém toda a história deste documento desconcertante
e maluco, incluindo muito da especulação e tentativas de
decifrar o texto.
Honestamente falando, tudo o que poderia ser escrito a
respeito desse manuscrito já foi escrito. Assim, não há
sentido em repeti-lo aqui. Não obstante, ainda há alguns
espaços em branco no mapa mundial do conhecimento
sobre o Voynich - interconexões que eu nunca encontrei
em qualquer literatura sobre ele. Nossa maneira de pensar -
assim acreditamos - caracteriza-se pela lógica e pela
informação. Na realidade, somos apenas como os versos de
um livro enorme, do qual não conhecemos nem mesmo as
primeiras 1.000 páginas. Estamos vivendo uma única página
e, em termos de toda a composição, não conhecemos o
vocabulário e nem mesmo o alfabeto. A razão atual não
consegue aceitar a razão do passado. E, ao dizer isto, volto-
me para as pessoas que permaneceram inteligentes, mesmo
que façam parte da Academia. Meus leitores não podem
terminar como as cem pessoas às quais fiz a pergunta
anteriormente. Assim, por essa razão, gostaria de lhes falar
um pouco sobre o incrível Manuscrito Voynich.


O HOMEM POR TRÁS DO MANUSCRITO

Em 31 de outubro de 1865, na cidade de Telsiai, na Lituânia,
a família Wojnicz foi abençoada com o nascimento de um
filho. Os registros mostram que eles o batizaram com o
nome de Michal, mas, posteriormente, ele o mudou para
Wilfryd. Seu pai tinha um cargo no governo e o enviou,
primeiro, para a escola e, depois, para a universidade, em
Moscou, onde ele estudou química e graduou-se como
farmacêutico. O jovem tornou-se politicamente ativo,
envolvendo-se com o movimento nacionalista polonês, que
estava lutando para libertar a Polônia dos russos. Ele se
juntou a um grupo de jovens ativistas, que tentavam salvar
da execução dois de seus companheiros. Isso levou à sua
prisão, em 1885, e encarceramento na solitária, em uma
prisão de Varsóvia. No verão de 1887, Wilfryd ia ser
transferido para um campo de prisioneiros na Sibéria.
Mas,de algum modo, ele conseguiu fugir e foi - não se sabe
muito bem como - para Londres, onde ressurgiu três anos
depois.
Vivendo no subúrbio de Chiswick, em Londres, reuniu-se a
um grupo de fanáticos ingleses e russos exilados no final do
reinado do czar. Publicavam uma revista revolucionária
chamada Rússia Livre, que Wilfrid Voynich (tendo
anglicizado o seu nome) vendia nas ruas. Com a ajuda de sua
namorada, Ethel Boole, trabalhou até se tornar gerente de
uma pequena livraria. Em setembro de 1902, eles se casaram
- não puramente por amor, mas parcialmente por
conveniência — pois Wilfrid desejava assumir a
nacionalidade britânica e ele só podia fazer isso se casando
com uma cidadã britânica.
Voynich levou uma vida cheia de altos e baixos, e tinha
permanentemente pouco dinheiro. O Sr. e a Sra. Voynich
começaram a contrabandear livros proibidos para a Rússia, e
Wilfryd vivia sempre com medo de se tornar vítima de um
ataque político. Assim, ele viajava sob uma série de
pseudônimos, dependendo do país para onde ia - e com
quem ia. Ao voltar para Londres, abriu uma livraria-
antiquário, começando a comprar livros e manuscritos
antigos. A loja logo se tornou um tesouro caótico, cheia de
pergaminhos exóticos e material impresso ao longo dos
séculos. A partir da descoberta do "mais misterioso livro do
mundo", Voynich declarava que ele o tinha descoberto em
um velho castelo no sul da Europa. O manuscrito ricamente
colorido tinha permanecido oculto em um cofre sem que
ninguém soubesse de sua existência. A obra inteira foi
escrita em pergaminho e ilustrada com inúmeros desenhos
coloridos, e ele imediatamente suspeitou que ela tivesse sido
produzida lá pela metade do século XIII.
Desde aquela época, a obra ilegível ficou conhecida como O
Manuscrito Voynich.

O QUE ACONTECEU DEPOIS

Pouco depois da morte de Voynich (em 19 de março de
1931), descobriu-se que sua alegação de ter encontrado o
manuscrito em um "antigo castelo" era falsa. Wilfrid tinha
feito um testamento no qual deixou o manuscrito para sua
esposa, Ethel, e para sua secretária, Anne Nill. Após a morte
de Ethel, Anne Nill tornou-se a única herdeira do
manuscrito Voynich, e ela confessou, em uma carta, que só
poderia ser publicada após sua morte, que Wilfrid tinha
encontrado o manuscrito em 1912, num antigo colégio
jesuíta, em Villa Mandragone. Este local foi um centro de
treinamento jesuíta e possuía uma impressionante coleção
de velhos manuscritos da biblioteca do Colégio Romano. Em
1870, os jesuítas temiam que os soldados de Vitório
Emanuel pudessem saquear a biblioteca para obterem um
pouco de dinheiro, de modo que a coleção foi transferida
para a Villa Mandragone, em Frascari, norte de Roma. Foi aí
que Wilfryd descobriu o manuscrito, enquanto fazia uma
busca minuciosa pelas redondezas num velho caminhão. Os
jesuítas precisavam de dinheiro para o trabalho de
restauração de seu prédio em ruínas, e os irmãos
prontamente ofereceram ao livreiro de Londres caixas
cheias de manuscritos amarelados. Voynich comprou 30
volumes antigos e os jesuítas, que se achavam astuciosos,
nunca perceberam o tesouro que tinham empurrado para as
mãos de Wilfrid Voynich.
Para um antiquário como ele, que regularmente lidava com
pilhas e pilhas de textos antigos, o curioso pergaminho
multicolorido dentro do pesado caminhão marrom escuro
deve ter chamado a atenção. Mas o que verdadeiramente o
surpreendeu foi uma carta que encontrou presa entre a capa
e a primeira página. Esta carta, em latim, tinha sido escrita
por um certo "Johannes Marcus Ma rei de Cronland", em
Praga, datada de 19 de agosto de 1666. Estava endereçada a
seu amigo Athanasius Kircher e explicava que estava
enviando a ele uma obra que ninguém conseguia ler. Se
alguém conseguisse decifrar o texto, escreveu ele, essa
pessoa seria Athanasius. Sobre a origem do manuscrito,
Marci escreveu:

Dr. Raphael, tutor em idioma boêmio de Ferdinand III,
então Rei da Boêmia, me disse que o livro tinha pertencido
ao Imperador Rudolph e que este tinha presenteado o seu
portador com 600 ducados. Ele acreditava que o autor fosse
Roger Bacon, o inglês.

É aí que a história começa a ficar complicada.
O Imperador Rudolph II, coroado em 1576, foi um homem
melancólico, atormentado por dúvidas e enganos, que
acreditava muito em astrólogos e magos, patrocinando-os
com doações em dinheiro. Naquela época, Praga, a capital de
Rudolph, era um centro de sociedades secretas, alquimistas e
ocultistas. Praga era a cidade do golem, uma cidade onde o
Apocalipse (a "revelação secreta" que segue os quatro
evangelhos do Novo Testamento) era assunto freqüente nas
conversas diárias. O Manuscrito Voynich ajustou-se mais do
que bem a esse período, pouco antes do irrompimento da
Guerra dos Trinta Anos, bem como sendo algo que deve ter
tido grande apelo na corte de Rudolph II. Infelizmente,
Marci observou ainda que, em sua carta a Athanasius, o
Imperador Rudolph também acreditava que o manuscrito
era obra de Roger Bacon.


A CONEXÃO BACON

Esta "dica quente" deve ter eletrificado Wilfrid Voynich,
pois Roger Bacon (1214-1294) era considerado por muitos
como gênio universal. Bacon tinha estudado em Oxford e
lecionou filosofia em Paris. Foi autor de inúmeras obras, tais
como Opus maius, Opus minus, Opus tertium, e uma
enciclopédia fenomenal. Bacon estava à frente de seu
tempo. Escreveu sobre navios do futuro, que poderiam ser
direcionados sem um leme e que poderiam ser operados por
um único homem. Escreveu também sobre veículos de
batalha, que poderiam se mover sozinhos com incrível
poder. Também falou algumas coisas sobre voar já naquele
ano de 1256: "Máquinas voadoras (instrumenta volandi)
serão construídas... serão fabricadas antes de um tempo e é
certo que o homem terá um instrumento para voar".
Bacon, que também criticava a autoridade moral da Igreja,
viveu em tempos perigosos. Depois da publicação de sua
obra final, Compendium studii Theologiae, foi nomeado
Doutor Mirabilis por seu conhecimento lingüístico e
científico. Aparentemente para demonstrar sua obediência,
juntou-se à Ordem Franciscana, mas muito rapidamente
entrou em conflito com seus superiores e acabou sendo
colocado sob prisão monástica.
Será que é este mesmo Roger Bacon que se supõe seja o
autor do Manuscrito Voynich? Não há prova disso, mas tal
possibilidade não pode ser completamente excluída. Um
livro do alcance do Manuscrito Voynich, porém, teria sido
provavelmente um desafio muito grande - mesmo para
alguém tão talentoso quanto Roger Bacon. Afinal, ele
contém um alfabeto completamente novo, que desafia toda
a lógica; contém também ilustrações coloridas de plantas e
utensílios que existem hoje no mundo. Por outro lado,
Bacon certamente deve ter tido acesso a certos textos
antigos; de outro modo, dificilmente ele poderia ter falado
sobre máquinas voadoras clássicas em seu tratado sobre
"artes secretas". Esse tipo de aparelhos voadores foi, de fato,
freqüentemente mencionado em documentos antigos.
Os anais contam a história do rei chinês Cheng Tang, que
possuía "carros voadores", que não eram produzidos por seus
próprios operários, mas vinham de um povo distante
chamado Chi Kung. Esta raça vivia a 40.000 Li "além do
portão de jade". Onde quer que fosse tal lugar, devia situar-
se a pelo menos metade do diâmetro do planeta, já que 1
"Li" corresponde a 644,40 metros. (Assim, 40.000 Li
corresponde a mais de 25.000 quilômetros!) Palavra por
palavra, o povo Chi Kung era assim descrito:

Eles conseguem mesmo construir carros voadores que, com
vento bom, podem cobrir grandes distâncias. Na época de
Tang (por volta de 1760 a.C.), o vento oeste trouxe tal carro
a Yu-Chou (Honan), onde Tang o destruiu, porque não
queria que seu povo visse tal coisa.

O cronista chinês Kuo P'o (270-324 d.C.) partiu de onde
seus ancestrais pararam e escreveu: "A intricada obra do
fabuloso povo Chi Kung é verdadeiramente admirável. Junto
com o vento, estenderam seus cérebros e inventaram um
carro voador, que, subindo e descendo, dependendo do
caminho, trazia convidados até Tang".
Máquinas voadoras como essas, embora hoje possam nos
parecer um tanto bizarras, foram preservadas em desenhos e
murais. O rei Cheng Tang escondia de seus súditos estas
máquinas voadoras antigas. Seu "engenheiro-chefe" Ki Kung
Shi até tentou reproduzir um dos carros celestiais, mas a
monstruosidade voadora foi posteriormente destruída para
proteger para sempre os seus segredos. Desarmamento na
Antiga China! Em sua obra Shang hai ti-shing, o cronista
Kuo P'o fala de várias ocorrências acontecidas naquela
época. Seus escritos não apenas incluem relatos sobre os
carros voadores, mas também descrevem tal maquinaria.
Meu pequeno desvio para a aviação antiga tem motivo. Será
que Roger Bacon conhecia textos como estes? Aqueles
familiarizados com meus livros sabem que carros voadores
aparecem em incontáveis tradições históricas, porém,
ninguém presta atenção nelas. O rei hindu Rumanvat, que
reinou há muitos milhares de anos, tinha até uma nave, na
qual muitos grupos de pessoas podiam ser transportados de
uma só vez. Nos épicos hindus Ramayana e Mahabharata,
há mais de 50 passagens que claramente descrevem
máquinas voadoras , e no etíope Kebra Negast, o Livro da
Glória dos Reis, a descrição do carro voador do Rei Salomão
até inclui detalhes de velocidades elevadas! E assim por
diante! Aqueles que não conhecem estes textos antigos
sobre aviação deveriam ficar calados. A mim, parece que
Roger Bacon precisava conhecer pelo menos uma dessas
fontes antigas - e, por essa razão, não calou a boca de jeito
nenhum.
Todas essas antigas tradições literárias de épocas passadas
têm um grande problema (além de muitos outros): apenas
um punhado de gente conhece os textos. E, acima de tudo,
milhares de livros do passado não mais existem. A grande
biblioteca de Alexandria desapareceu nas chamas em 47 d.C.
e, novamente, em 391 d.C. O mesmo aconteceu com as
bibliotecas de Jerusalém, Pergamon e muitas outras cidades
da Antiguidade foram saqueadas em guerras, e quando a
América Central foi conquistada pelos soldados da cruz, os
monges - em seu sagrado fervor - queimaram milhares de
manuscritos escritos pelos maias e astecas. Todo esse
conhecimento antigo simplesmente desapareceu na fumaça!
Onde estão os originais de textos como Enoch, Salomão,
Manethos e outros semelhantes? Onde estão as obras
originais sobre a Atlântida? Minha pequena viagem pelo
abismo do tempo revela uma sociedade insípida e ignorante,
que julga tudo como se realmente soubesse de tudo.

FORA DOS ESTADOS UNIDOS

Seguindo seu excitante achado na Villa Mandragone, em
Frascati, Wilfrid Voynich viajou para os Estados Unidos, em
novembro de 1914. Abriu uma pequena livraria-antiquário,
fez palestras públicas e também para círculos privados. Uma
pessoa ficou particularmente impressionada com o
manuscrito, o filólogo William Newbold, professor de
Filosofia Intelectual e Moral da Universidade da Pensilvânia.
Em 1919, o Professor Newbold iniciou uma tentativa de
decifrar o texto, muito embora tivesse acesso apenas a
algumas poucas páginas do manuscrito. Ele rapidamente
desenvolveu uma teoria de que o Manuscrito Voynich
continha caracteres microscópicos, que seriam revelados
apenas sob um aumento extremo. Em uma palestra datada de
20 de abril de 1921, Newbold disse que era capaz de traduzir
o texto. Infelizmente para ele, ele também acreditava que o
manuscrito havia sido escrito por Roger Bacon. Dez anos
depois, a decifração de Newbold foi definitivamente
desmascarada. Não há caracteres ocultos no Manuscrito
Voynich e a tradução de Newbold era apenas o pensamento
ansioso de um acadêmico que gostaria imensamente de se
tornar parte da História.
Wilfrid Voynich precisava desesperadamente de dinheiro.
Estabeleceu para o manuscrito o preço de 160.000 dólares e
não estava disposto a negociar. Deixaram-no sentado
segurando uma pilha de manuscritos coloridos de herança
incerta, que ninguém conseguia ler e ninguém queria
comprar - um manuscrito, não nos esqueçamos, com uma
capa branca, sem título e sem autor. Ele deixou o manuscrito
para sua esposa, Ethel, e para sua secretária, Anne Nill. Após
a morte de Ethel, Anne Nill finalmente vendeu o
manuscrito para um negociante de livros antigos de Nova
York, Hans Peter Kraus, por 24.500 dólares. Kraus, então,
colocou no manuscrito aquele mesmo preço que Voynich
tinha colocado, 160.000 dólares, e também não queria
barganhas. Em 1969, Kraus finalmente doou o manuscrito
para a Universidade de Yale, onde permanece até hoje, na
Biblioteca Beinecke de Manuscritos e Livros Raros,
catalogado sob o número "MS 408".
UM DESAFIO CRIPTOGRÁFICO

Por aproximadamente 80 anos, inúmeros especialistas
tentaram elucidar o quebra-cabeça Voynich, incluindo
alguns dos melhores criptógrafos do mundo, que usualmente
não teriam o menor problema para quebrar qualquer código.
Esses especialistas analisaram a freqüência dos glifos,
compararam-nos com textos manuscritos do século XIII,
tentaram separar vogais de consoantes. Tudo em vão. Ulli
Kulke, um correspondente científico do jornal alemão Die
Welt, fez a cobertura de uma das mais recentes tentativas.
Ele relatou como o britânico Gordon Rugg, cientista da
computação, tentou usar técnicas do século XVI para
demonstrar que o manuscrito era falso. Rugg usou uma
tabela com 40 linhas horizontais e 39 colunas, contendo
vários agrupamentos de caracteres do Voynich. Depois,
usou uma grade Cardan com três buracos, que era movida
sobre a tabela para exibir combinações destes caracteres. "O
resultado foi uma linguagem inarticulada sem qualquer
significado, mas com a mesma estrutura interna do texto
original."
O manuscrito Voynich, porém, consiste em muito mais do
que simples sílabas ou "letras" indefiníveis. Há também os
desenhos coloridos, colocados à esquerda ou à direita das
páginas de pergaminho, freqüentemente colocados no meio
do texto, como se estivesse descrevendo as ilustrações.
Assim, a pergunta que viria a seguir para os especialistas tem
de ser: o manuscrito foi realmente inventado? É uma
falsificação ou um devaneio doloso do tipo que surge em
uma clínica psiquiátrica? Em seu excelente livro sobre o
Manuscrito Voynich, Kennedy e Churchill examinam
cuidadosamente as mais bem estabelecidas teorias da
falsificação, sem encontrar qualquer resposta conclusiva.
Tudo isso foi apenas algum tipo de delírio religioso, uma
torrente de vozes celestiais - se você preferir - rabiscadas
sobre o pergaminho por algum fanático delirante pego nas
garras do êxtase? Pode ter acontecido. Será que algum gênio
ou maluco repentinamente decidiu "agora, deixarei aos
pesquisadores do futuro um enigma que eles nunca serão
capazes de elucidar"? Será Roger Bacon, imenso conhecedor
das Eras passadas, quem realmente estava por trás disso?
Bacon nunca teria produzido qualquer coisa que fosse
indecifrável. Para ele, teria sido suficiente que seus críticos,
até mesmo o próprio Papa, fossem incapazes de ler o texto.
Ele teria querido que seus amigos conhecessem a chave de
decodificação. Mas isso significaria que haveria algum tipo
de sistema oculto em algum lugar do texto.
Os criptógrafos atuais podem quebrar praticamente qualquer
código - especialmente com o poder computacional a eles
disponível hoje - mas apenas se o texto estiver baseado em
uma certa quantidade de simetrias ou tenha um estrutura
lógica particular. Esta lógica está completamente ausente do
texto Voynich. Ou será que Bacon copiou o manuscrito
Voynich de alguma fonte antiga que lhe pareceu ser
importante, mesmo que não conseguisse entender uma
palavra? Será que, talvez, as palavras e ilustrações são obra de
alguma intenção mística para obter do rei Rudolph II os 600
ducados? Isso era uma fortuna naqueles dias. Ou - e esta é a
idéia imposta - foi o próprio Voynich o falsificador? Não é
segredo que ele viveu permanentemente além de suas
posses e estava sempre precisando de dinheiro. Um de seus
contemporâneos o descreve como "capaz e dinâmico, mas
insuportavelmente grosseiro e arrogante". Contudo, o
próprio Voynich não pode ser um candidato, pois se
demonstrou que o manuscrito definitivamente existia antes
de 1887.

VELHO, MAS QUANTO?

Afinal, para que servem os modernos métodos de datação?
O Manuscrito Voynich consiste de folhas de pergaminho
sobre as quais constam escritos e desenhos impregnados de
tintas e cores. Tanto o papel quanto as tintas são orgânicos,
significando que podem ser datados pelo carbono-14. A
datação pelo radiocarbono é um processo que mede a
quantidade de decaimento do isótopo carbono 14. Após
5.600 anos, metade da quantidade original de carbono-14 se
perde; após 12.600 anos, três quartos, e assim por diante. O
método não é 100% garantido, pois assume um nível
constante de carbono-14 atmosférico. Porém, a quantidade
de carbono no ar realmente flutua muito
consideravelmente. Além disso tudo, o carbono-14 não é
especialmente confiável para artefatos que têm apenas
alguns séculos de idade. E, finalmente, o atual proprietário
do manuscrito, a Universidade de Yale, tem se recusado
constantemente a disponibilizar o documento para datação -
e por uma boa razão. Em 1965, a Universidade de Yale
adquiriu o assim chamado Mapa Vinland, um mapa-múndi
em pergaminho, mostrando uma grande ilha a oeste da
Groenlândia, exatamente na localização atual da Terra Nova.
Se for genuíno, provaria que os vikings descobriram a
América do Norte. Em 1971, porém, durante uma análise
química da tinta usada no mapa, uma equipe de cientistas
descobriu que ela continha uma substância química que só
passou a ser utilizada nas tintas a partir do século XX. Isso
significava que o mapa tinha de ser uma fraude.
Supostamente. Testes posteriores, que foram realizados em
vários intervalos de tempo até 1995, forneceram resultados
conflitantes com datações controversas. A disputa até hoje
não foi resolvida. Por esta razão, a Universidade de Yale
declinou da datação do Manuscrito Voynich usando o
método do C-14.

Mesmo que fosse possível datar o manuscrito, isso ainda não
poria um fim à controvérsia, pois a questão da proveniência
do texto permanece. Para tornar isto mais claro: todo devoto
cristão acredita que a Bíblia contém a palavra de Deus e, no
que se refere aos Evangelhos do Novo Testamento, a crença
popular é de que os companheiros de Jesus de Nazaré
escreveram tudo o que o mestre disse ou fez, numa espécie
de crônica contínua, e a tais crônicas foi dado o nome de
"urtextos".

De fato, nada disso é verdadeiro. Freqüentemente citados e
em termos de rabulária teológica, os textos originais muito
férteis nem mesmo existem. O que realmente temos nas
mãos? Cópias que foram exclusivamente produzidas entre os
séculos IV e X, após a morte de Cristo. E essas cópias - cerca
de 1.500 delas - são em si mesmas cópias de cópias, e nem
mesmo uma única delas concorda completamente com
qualquer uma das outras. Foram contadas mais de 80.000
(sim, oitenta mil) divergências. Não há uma única página
desses textos que não contenha uma ou outra contradição.
Cada nova edição era mais a interpretação do autor em
relação aos versos originais do que uma cópia direta, e além
disso, era adaptada para satisfazer as necessidades de cada
época. No processo, esses textos bíblicos amontoaram
milhares de erros facilmente verificáveis. O mais conhecido
de tais textos, o Codex Sinaiticus - semelhante ao Codex
Vaticanus, escrito no século IV - foi encontrado, em 1844,
no Mosteiro de Santa Catarina, aos pés do Monte Sinai. Ele
contém não menos de 16.000 correções (dezesseis mil), que
foram atribuídas à pelo menos sete editores diferentes.
Algumas partes do texto foram repetidamente corrigidas e
substituídas por outro pedaço do texto original. O Professor
Friedrich Delitzsch, grande especialista, encontrou 3.000
erros de cópia no texto.
O que tudo isso tem a ver com o Manuscrito Voynich? Vou
explicar. Vamos assumir que o texto e as imagens sejam
antigos. O conteúdo foi copiado em pergaminho por algum
eremita sem qualquer alteração em relação ao original -
porque naquela época ninguém tinha a menor idéia do
assunto realmente tratado no texto. Talvez se acreditasse que
era um texto sagrado ou outro saber, que só poderia ser lido
por iniciados, ou ainda num futuro distante. A única coisa
importante para os diligentes copistas era a preservação do
conteúdo original para as gerações futuras, talvez porque o
manuscrito existente tivesse sido comido por traças e estava
começando a deteriorar. Se este foi o caso, então o
manuscrito não teve um autor. Mesmo que o pergaminho e
a tinta tivessem apenas 200 anos, a idade do conteúdo
original permaneceria um mistério. E possível que uma
tentativa de decifração bem-sucedida abra um precipício no
conhecimento antigo que mudaria o mundo (na medida em
que o zeitgeist permita que seja mudado!).
David Kahn, um criptólogo americano, prevê: o Manuscrito
Voynich poderia ser descrito como uma bomba que
explodirá no dia em que for decodificado.

CURIOSIDADES

No que se refere ao conteúdo do Manuscrito Voynich, há
muito pouco a ser dito. O teor e as ilustrações do texto são
um caso a parte. Pode-se, em certa extensão, classificar
grosseiramente o texto em categorias.
As folhas de 2 a 66 apresentam plantas, flores e
emaranhados confusos de raízes. Sempre acompanhadas
pelo texto.
As folhas seguintes, de 63 a 73, são preenchidas de
representações astronômicas de estrelas, do sol, da lua, de
possíveis signos do zodíaco e mulheres nuas repousando ao
redor de banheiras, fazendo bolhas em aberturas
semelhantes a tubos.
As dez páginas seguintes fornecem pouco quanto a pistas
visíveis. Não consigo me livrar da impressão amadorística de
que retratam algum tipo de spa ou "fonte da juventude", pois
as mulheres retratadas parecem estar saindo de algum tipo
de líquido colorido. O restante é uma mistura indecifrável
de estrelas de vários tamanhos e cores, e no meio há alguma
coisa que se assemelha a um amuleto e a flores radiantes.
Trinta e três folhas possuem apenas texto de linhas ilegíveis.
O próprio manuscrito é composto de pergaminhos de
tamanhos diferentes, a maioria dos quais com cerca de 23 x
15 centímetros. Curiosamente, as páginas estão numeradas
num estilo típico daquele usado no século XVI. Quem quer
que tenha sido o autor ou escriba, parece estar familiarizado
com os números daquela época. As curvas e traços,
embelezamentos reminiscentes da taquigrafia, e laços
semelhantes a "g" e "o" não parecem comparáveis a qualquer
alfabeto conhecido, pelo menos do grego, do latim e mesmo
do cirílico antigos. Apesar disso, quanto mais lido com o
texto, mais sinto que já vi algo semelhante num canto da
Terra completamente diferente. A história está dando
cambalhotas e talvez minha pequena contribuição possa, de
algum modo, ajudar os criptógrafos a resolver o enigma.

ARTEFATOS NO EQUADOR

No Equador, o quente país tropical cortado pela linha
equatorial, na América do Sul, há uma pequena cidade
chamada Cuenca. Há ali uma igreja de nome Maria
Auxiliadora. Durante 50 anos, a Diocese Católica foi cuidada
por um certo Padre Carlo Crespi.
Ele gozava da reputação de amigo dos índios, e mesmo
durante sua vida o povo de Cuenca considerava-o santo.
Padre Crespi morreu em 1982, e o povo da cidade construiu
um monumento em seu nome, que todos os dias, até hoje,
recebe flores. O que havia de tão especial neste padre? Ele
ouvia os índios por horas, ou mesmo dias, se fosse
necessário. Ganhou a confiança deles e ajudava-os em todo
tipo de dificuldade.

Os índios expressavam sua gratidão presenteando o amável
pregador com artefatos religiosos que não seriam exatamente
aprovados pela Igreja Católica; artefatos que as famílias dos
índios tinham escondido do homem branco por centenas de
anos. Padre Crespi, inicialmente, colocava os objetos
encostados ao muro do pátio interno de sua casa. Mas,
conforme a quantidade ia aumentando, ele se viu forçado a
começar empilhá-los em um galpão atrás da igreja. O fluxo
de presentes, porém, não diminuiu, e Crespi foi forçado a
abrir dois aposentos de sua casa, onde empilhou alguns dos
mais surpreendentes tesouros já vistos.

Os cientistas realmente nunca examinaram completamente
os tesouros do Padre Crespi. Já foi dito que eram todos,
imitações e falsificações modernas. Bem, é possível que
alguns dos painéis, figuras e totens tenham sido, de fato,
feitos no século passado, mas alguns deles possivelmente
não o foram. Desde a chegada dos conquistadores espanhóis,
os povos indígenas da América do Sul tornaram-se devotos
cristãos; contudo, não há, nas peças da coleção de Crespi,
qualquer traço das imagens cristãs: nenhuma Madona,
nenhum Jesus, nenhuma citação bíblica. O estilo artístico
dos artefatos é originário de uma época pré-cristã. As faces
nos painéis metálicos são tão complexas e tão extensamente
complementadas por inumeráveis e minuciosas ilustrações,
que ficamos tentados a achar que elas pertencem a uma
única escola.


Há painéis metálicos com narrativas em série, e ninguém
lhes dá a menor atenção. Há uma profusão confusa de
imagens que compõem esse fluxo de uma para a outra. Faces
com coroas solares e cabeças lembrando girafas das quais
partem raios; faces gêmeas semelhantes a macacos, faces
parecendo ansiosas com cobras saindo delas. Ou seja, há
muito detalhes para que sejam simples falsificações, além de
um conhecimento muito grande para que sejam obra de
uma única pessoa. Um dos painéis dourados apresenta
estrelas nos cantos superiores esquerdo e direito; depois, um
ser com uma barriga protuberante e cauda semelhante a de
uma cobra; uma criatura semelhante a um rato; um homem
com uma túnica -armadura ligada a um elmo; uma figura
triangular com um buraco bem no centro e - no lado oposto
- uma figura com raios saindo de sua cabeça.
Finalmente, há faces, rodas, pássaros, cobras, e - no meio -
algo que se assemelha a uma flecha apontando para baixo. É
um caos do mesmo nível daquele do Manuscrito Voynich,
mas não é um bom candidato à falsificação, porque não há
nada ali que pudesse realmente ser falsificado ou copiado.
Contudo, este é só o começo e, talvez, estejamos
começando a chegar um pouco mais perto da solução do
enigma Voynich.
O padre Crespi não foi apenas uma figura aventureira que se
extinguiu. Ele era um sacerdote e os índios contaram-lhe
que todos os seus tesouros provinham de estoques secretos
de seus ancestrais. Que razão poderiam ter tido os índios
para mentir para seu tão respeitado e amado padre ou
presenteá-lo com bugigangas baratas feitas em casa? Sou
realmente grato por ter tido a chance de tirar fotos desta
coleção única, enquanto o padre Crespi ainda estava vivo.

Por outro lado, é possível se perguntar de que material são
feitas estas incomparáveis obras de arte. O próprio Crespi
acreditava que, sob a superfície dourada desses painéis de
metal, poder-se-ia realmente encontrar ouro puro. Mas é
preciso saber que mesmo as tribos pré-incas dominaram
técnicas incrivelmente complexas de derretimento e
fabricação de ligas, que somos incapazes de reproduzir
mesmo atualmente. Suas técnicas sofisticadas de fundição e
processos de douramento usavam uma mistura de 50%
cobre, 25% prata e 25% ouro. A cor externa de um objeto
refletia pouco a quantidade de ouro realmente utilizada. Os
incas eram capazes de cobrir objetos com uma camada de
ouro de apenas meio mícron de espessura e - quando vistos
através de um microscópio - visível somente com um
aumento de 500 vezes. Dominaram técnicas que lhes
permitiram dar a qualquer metal básico a aparência de ouro
puro.


Quando uma liga de cobre-prata-estanho é aquecida, o metal
nobre sobe para a superfície de metal, enquanto o cobre é
gradualmente perdido pela oxidação. Finalmente, a
superfície adquire a aparência de ouro puro. Se a liga
contiver tanto prata quanto ouro, ambos os metais vêm à
tona, dando ao metal uma camada de prata pálida ou ouro
pálido. É como se os artistas (seja lá quem fossem)
intencionalmente blindassem suas mensagens com uma fina
cobertura de metal precioso, para que sobrevivessem por
milênios. Exatamente como o Manuscrito Voynich, a
coleção de Crespi desafia a categorização.

SURPREENDENTE E IMPOSSÍVEL

Há trinta e cinco anos atrás, fotografei algumas coisas
surpreendentes e impossíveis da coleção de Carlo Crespi.
Havia um disco com cerca de 22 cm., decorado com
espermatozóides estilizados, sóis sorrindo, o crescente de
uma lua minguante, uma estrela grande e dois quadrados
com faces semelhantes a do homem.
Também vi uma pirâmide flanqueada à direita e à esquerda
por gatos saltadores. No céu, havia uma serpente, sobre a
pirâmide um sol e, de cada lado dela, quatro e cinco
rabiscos. Ao longo da base, há uma faixa inconfundível de
caracteres semelhantes à runas - símbolos que ninguém
nunca foi capaz de decifrar - e sobre cada lado da base da
pirâmide há um elefante. Que os céus nos ajudem! Nunca
houve elefantes perambulando pela América do Sul, nem
antes, nem depois dos Maias. Reconhecidamente, ossos de
elefantes foram escavados no México, mas disseram que eles
tinham mais de 12.000 anos. Também encontrei um
conjunto semelhante de símbolos - 16 dos quais arranjados
em um quadrado de 4X4-decorando um colar dourado. As
fotos provam isso.
A peça mais louca que Crespi me mostrou, porém - e,
segundo o próprio homem, ela provinha de uma biblioteca
subterrânea de metal, sobre a qual falarei mais no próximo
capítulo - foi um painel de metal dourado com 56
quadrados, cada quadrado apresentando um caractere que
parecia ter sido estampado no metal. Alguns desses símbolos
apresentam uma similaridade estranha com os símbolos do
Manuscrito Voynich. Será que este painel poderia ser a
Pedra da Roseta para decodificar o Manuscrito Voynich?
Sobre essa questão, sei tanto quanto você, caro leitor, mas se
há uma coisa eu posso lhe dizer - e, de fato, com alguma
certeza - é que há milhares de anos atrás existiram textos
que nunca foram registrados em qualquer biblioteca e que
foram trazidos para a Terra por seres extraterrestres. Textos
que desafiam qualquer lógica terrestre, que contradizem a
simetria de qualquer alfabeto, e que poderiam ser traduzidas
apenas quando material suficiente estivesse disponível para
comparação. Textos de "aliens"? Isso não é um pouco
absurdo? Quando, supostamente, eles estiveram aqui?
Como? Que tecnologia os ETs usam para transpor os anos-
luz e, mesmo que o possam, o que poderiam querer de nós,
aqui na Terra? E, acima de tudo, eles nos deixaram estes
textos? Um pensamento muito louco! Como podemos
corroborar isso? Bem, há realmente escritos históricos que
apóiam a idéia de textos extraterrestres. Eis aqui o dossiê:
UM DOSSIÊ INTERGALÁCTICO?

Em seu diálogo Fedros, o filósofo Platão cita uma história
que ele ouviu de Sócrates:
"Na cidade egípcia de Naucratis, houve um deus famoso cujo
nome era Theuth. O pássaro de nome íbis era sagrado para
ele, que foi o inventor de muitas artes, como a aritmética, o
cálculo e a geometria, bem como astronomia, esboços e
dados. Mas sua maior descoberta foi o uso das letras..."
O deus Theuth transmitiu o dom de escrever ao faraó:
"Isso, disse Theuth, tornará os egípcios mais sábios e lhes
dará memórias melhores; e é específico tanto para a
memória quanto para o saber."
O faraó viu um outro lado desta invenção maravilhosa e
contradisse o deus Teuth:
"... esta descoberta sua criará o esquecimento nas almas dos
aprendizes, porque eles não mais usarão suas memórias,
confiarão nos caracteres escritos ou se lembrarão por si
mesmos. O específico que você descobriu é uma ajuda não
para a memória, mas para a reminiscência..."
E, de fato, ele estava certo. Estes textos, de milênios de
idade, podem apenas relembrar eventos que, de outro modo,
já teriam sido esquecidos. Quem se lembra, por exemplo,
que Deus - quem quer que seja ele ou ela - criou outros
mundos muito antes da criação da Terra? Pode-se ler isso nas
antigas lendas dos judeus.

Milhares de mundos criou o Senhor no início; depois, criou
ainda mais mundos... O Senhor criou mundos e, então, os
destruiu; plantou árvores e, depois, arrancou-as, pois elas
ainda estavam confusas... e ele continuou a criar mundos e a
destruí-los, até que criou o nosso mundo. Então disse: este
mundo é um grande prazer para mim; os outros não me
agradaram.

Criando e destruindo mundos porque não se encaixavam
perfeitamente na lei? Em nosso vocabulário atual,
chamaríamos isso de "terraformação". Este é um processo de
transformação de planetas inabitáveis em mundos que se
adéquam à habitação humana. Uma idéia assim envolve
depositar imensas quantidades de cianobactérias na
atmosfera de Marte. Essas bactérias multiplicam-se
rapidamente e, no processo, produzem grandes quantidades
de oxigênio.
Foi assim mesmo que a humanidade - durante um longo
processo para se tornar inteligente - teve a idéia de escrever
símbolos para preservar o conhecimento? Naturalmente!
Quem mais? - escuto você, leitor, responder. Tem certeza?
As lendas antigas contam que a escrita já existia dois mil
anos antes da criação do homem "inteligente". Vamos
voltar, então: não havia rolos de pergaminho, nem animais
cujas peles poderiam ser usadas; nem mesmo havia metais. E
na ausência de árvores, nem painel de madeira; este livro
existiu na forma de uma safira oca. Um anjo chamado Raziel,
"exatamente o mesmo que se sentou na margem do regato
que fluía pelo Éden", passou este "livro" estranho ao nosso
progenitor, Adão. Devia ser uma coisa totalmente curiosa,
pois ela continha não apenas tudo o que valia a pena saber,
mas também profecias sobre o futuro. Era para Adão evocar
a riqueza deste livro maravilhoso e todos aqueles que
viessem depois dele: "Também os filhos que virão de você, e
quem quer que use este livro, saiba o que está por vir. Seja a
infelicidade, a chegada da fome; seja colheita farta ou
escassa, se dilúvio ou seca reinarão sobre a terra."
Como pode qualquer léxico ou mesmo enciclopédia atual se
comparar àquele tipo de super livro? Precisamos buscar os
autores dessa obra fenomenal entre as legiões celestiais, pois,
depois que o anjo Raziel deu o livro a nosso ancestral e até
leu um pouco dele para Adão, algo muito surpreendente
aconteceu:
"E naquela hora, quando Adão recebeu o livro, surgiu uma
grande chama nas margens do rio, e o anjo subiu no fogo em
direção ao céu."

ANJOS OU ETS?

Enquanto estamos no assunto: o que é um anjo exatamente?
Eles aparecem em praticamente cada pedaço da literatura
religiosa, e definitivamente não são desta Terra. E
claramente não são espíritos que poderiam ser imaginados
ou sonhados, pois tais anjos possuem armas muito poderosas
que usam para punir a humanidade. Alguns deles até tiveram
sua parcela de mau caminho com as filhas dos homens.
(Voltarei a isso posteriormente em "A verdade por trás de
Enoch".) - o que não é exatamente uma maneira educada ou
celestial de se comportar. Assim, se os anjos não eram
terrestres, a única opção que resta é que eram
extraterrestres. E tais anjos (extraterrestres) conheciam o
futuro?
É realmente simples. Quando o homem for finalmente
capaz de realizar viagens interestelares e pousar em um
planeta habitado por seres ainda na Idade da Pedra,
provavelmente não achará muito difícil dizer-lhes algumas
coisas a respeito do futuro deles.
Naturalmente, isso não significa fazer previsões para cada
indivíduo, mas sim sobre suas futuras sociedades.
Poderíamos falar-lhes sobre tecnologias específicas que irão
inventar, porque são parte intrínseca do desenvolvimento,
ou sobre como sofrerão com problemas ambientais, se suas
populações crescerem muito, porque não se tem uma sem a
outra. Ou ainda melhor: profetizaremos a respeito de como
seus descendentes serão capazes de dividir as menores
unidades da matéria, e como isso será perigoso, porque
levaria à destruição de grandes regiões do planeta, tornando-
as inabitáveis por centenas de anos (bombas H). Este truque
também pode ser usado para períodos menores de tempo,
falando-lhes, por exemplo, sobre colheitas futuras, pragas de
gafanhotos, ou sobre a aparente imortalidade do besouro. Os
povos nativos poderiam não compreender nada disso, mas
poderiam escrever tudo isso, preservando o conhecimento
para o futuro.

UM LIVRO MÁGICO

Na história do livro de Adão, é a mesma coisa:

Por dentro, o livro estava cheio dos símbolos mais elevados
da sabedoria sagrada, e os setenta e dois tipos de ciência
estavam ali contidos, os quais, em seu lugar, estavam
divididos em seiscentos e setenta símbolos dos segredos
superiores. Também, as mil e quinhentas chaves, que não
estavam confiadas aos seres sagrados do mundo superior,
estavam ocultas no livro.
Você sabia que havia "setenta e dois tipos de ciências", que
podem ser posteriormente subdivididas em "seiscentos e
setenta símbolos" de um conhecimento ainda mais superior?
É quase como nossa subdivisão da física em física atômica,
física de partículas, astrofísica e assim por diante. Ou o
termo biologia, que cobre um amplo espectro que vai desde
animais unicelulares a insetos, elefantes, prosseguindo até a
exobiologia.
Adão legou este livro mágico a seu filho Seth, de dez anos
de idade. Esse garoto deve ter sido muito "ligado", pois Adão
falhou-lhe detalhadamente "sobre as forças do livro", e
também "onde seu poder e milagres residiam". Também lhe
explicou como ele tinha usado o livro e que o tinha
escondido na fenda de um rochedo.
Seth recebeu as instruções paternas, estudou diligentemente
a safira sagrada e finalmente construiu "... uma arca dourada,
colocou o livro dentro dela e escondeu a arca numa
caverna...".
Muito tempo depois, o conhecimento da safira passou para
as mãos de Noé, o homem que salvou a humanidade do
Dilúvio, e ele usou-o para entender o curso dos planetas
pelos céus, "também as rotas de Aldebaran, Orion e Sirius...
também os nomes de cada céu individual... e os nomes dos
servos celestiais."
A fantástica história do livro de Adão poderia muito
facilmente ser arquivada sob o nome "apenas uma história",
não fosse por algumas coisas que vão contra a corrente.
Compreendo o desejo de passar um livro - metaforicamente
falando - ao nosso antigo ancestral, porque o solitário
patriarca precisa ter obtido seu conhecimento de algum
lugar. Mas a idéia da safira acho difícil de engolir. Como eles
vieram para a Terra com ela? Se o conceito de uma
enciclopédia armazenada em uma pedra preciosa já teria sido
bem obscuro alguns séculos atrás, o que dizer de alguns
milênios?
Atualmente, temos tecnologias que nos permitem
armazenar quantidades imensas de dados em cristais. E diz-
se que Adão dialogou com este livro. Como poderia ser? De
onde o autor dessa história tirou essa idéia? Hoje, quase todo
mundo "conversa" com seu computador. Mas este tipo de
pensamento não se adéqua ao passado antigo. E de onde
veio a idéia, milhares de anos atrás, de acrescentar detalhes à
história de Adão, tais como os "setenta e dois tipos de
ciências", que se diz que o livro contém? Ou os "seiscentos e
setenta símbolos dos segredos superiores" e as "mil e
quinhentas chaves"? Informação específica como essa não
surge do nada.
Não quero superestimar o conteúdo deste livro há muito
perdido, contudo, fico me perguntando porque o contador
da história colocou tal valor em constelações específicas. Por
que era importante para Adão ou seus descendentes saber as
rotas astronômicas de Aldebaran, Sirius ou Orion? Elas não
têm qualquer utilidade para nenhum calendário terrestre.
Diz-se, também, que Adão, Seth, e Noé aprenderam
também, neste livro, os nomes dos céus individuais. Espere
aí! Não há apenas um céu? Do que é que estão falando?
De fato, podemos aprender sobre eles nas antigas lendas
judias. O primeiro céu chama-se Wilon, do qual toda a
humanidade é observada. Acima de Wilon, há Raqia, onde
estão as estrelas e planetas. O nível seguinte chama-se
Shehaqim, e acima Zebul, Maon e Makon. Finalmente,
acima de Makon, encontra-se o sétimo e mais elevado dos
céus: Araboth. Diz-se que este é o lar dos Querubins e uma
espécie de corpos celestiais conhecido como Rodas Sagradas.
Freqüentemente, são também fornecidas as distâncias entre
os diferentes céus, juntamente com unidades de medida e
períodos de tempo. Por exemplo, entre os céus há "escadas"
e "épocas abrangendo quinhentos anos". Tudo isso parece
tão impressionante quanto uma viagem espacial.
Este animado conto dos tempos antigos soa como algo
completamente implausível. Nada mais do que "fantasia
tola", como o chamava zombeteiramente o teólogo Dr.
Eisenmenger, há quase trezentos anos atrás. Lendas são
uma forma imprecisa de se contar histórias grotescas e
maravilhosas, fascinantes e sangrentas ao mesmo tempo. E
mais: as lendas tendem a dar pouca atenção à cronologia e
não têm um pingo de preocupação com os fatos históricos.
A lenda é uma "especulação e uma fantasia populares" e,
contudo, permanecem na memória dos povos. Lendas e
mitos, porém, não são construídos do nada. Não são
simplesmente histórias exageradas; sempre contêm uma
semente de verdade, que, muito freqüentemente, também
se desenvolve nas tradições de inúmeros outros povos ou
civilizações, embora com outros nomes e outros heróis.

UMA CRIATURA DO MAR

Não estou nem um pouquinho mais próximo de entender o
Manuscrito Voynich do que antes, mas queria me
concentrar em minha teoria de que os deuses ou anjos - em
outras palavras, seres que não são da Terra - ditaram ou
passaram livros para a humanidade. Será que você já ouviu
falar da lendária criatura Oannes (em sumério: Abgallu)?
Na época em que Alexandre, o Grande, ainda reinava na
Babilônia (por volta de 350 a.C.), lá vivia Berossus, um
sacerdote e historiador de Marduk (também conhecido
como Bel ou Baal). Berossus escreveu, em grego, uma obra
em três volumes chamada Babylonaica. O primeiro livro
trata de astronomia e da criação do mundo; o segundo trata
dos dez reis que reinaram antes do Dilúvio e dos 86 que
reinaram depois dele; o terceiro livro é uma história
narrando o período que chega até o tempo de Alexandre.
Infelizmente, restaram apenas fragmentos de Babylonaica,
mas Lucius Sêneca e Flavius Josephus, um contemporâneo
de Jesus, fazem citações dele. Berossus refere-se a um
documento muito mais velho, escrevendo:

No primeiro ano, surgiu, naquela parte do Mar da Eritréia
(hoje Golfo Pérsico) que margeia a Babilônia, um animal
provido de raciocínio, que tinha o nome de Oannes. Sua voz
era articulada e humana, e uma imagem foi preservada até
hoje. Esta criatura passava seus dias entre os homens, mas
não se alimentava. Ela deu-lhes o conhecimento das letras,
das ciências e artes de todos os tipos. Ensinou-lhes a
construir cidades e templos, como elaborar leis e medir a
terra. Mostrou-lhes como plantar e colher os frutos,
instruiu-os em tudo o que poderia humanizar suas vidas.
Desde aquele tempo, nenhuma melhoria foi acrescentada às
suas instruções. Oannes também escreveu um livro sobre a
gênese do homem e a origem dos estados civis, que deu à
humanidade [grifo do autor].

Este livro realmente existe? Será que há uma cópia
escondida em algum lugar, sob algum templo antigo, vigiado
por guardas encapuzados, que não têm a menor idéia do
tesouro que têm nas mãos? Parece claro que o livro de
Oannes, mesmo na época de Berossus, não podia
simplesmente ser encontrado na biblioteca mais próxima.
Então, isso seria apenas tagarelice?
Espere um pouco! No livro sagrado dos Persas, o Avesta, um
ser misterioso chamado Yma surge do mar e ensina o povo.
Nas lendas dos fenícios, uma criatura de mesma origem e
habilidades era conhecida como Taut; e na antiga China, na
época do imperador Fuk-Hi, uma criatura chamada Meng-
ho surgiu das águas: "um monstro com corpo de cavalo e
cabeça de dragão, cujas costas carregavam tabuinhas cheias
de letras". O grande mestre tibetano Padmasambhava
(também conhecido como U-Rgyab Pad-Ma) trouxe dos
céus textos incompreensíveis. Antes de sua morte, seus
pupilos colocaram esses textos em uma caverna, para tempos
futuros, "nos quais poderiam ser compreendidos" [grifo do
autor].
Muito provavelmente, teríamos a mesma sorte na decifração
dos mesmos que temos em relação ao Manuscrito Voynich -
e este foi escrito apenas há algumas centenas de anos atrás.

SABEDORIA DOS DEUSES

E de onde a humanidade obteve todos esses métodos de
escrita? São todos simplesmente inventados? Escrita
cuneiforme, hieróglifos, alfabetos? Se você acreditar nos
cronistas antigos, foram aqueles mesmos deuses sinistros que
ensinaram os seus "escolhidos" a escrever. Eles
provavelmente procuraram as pessoas mais inteligentes que
conseguiriam encontrar.
Diodorus da Sicília, o autor de uma enciclopédia histórica de
40 volumes, nos conta, no primeiro tomo, como os deuses
fundaram muitas cidades só no Egito e também como
deixaram aqui sua progenia: "primeiro, os deuses afastaram a
humanidade do canibalismo" . Depois, ensinaram - segundo
Diodorus - as artes, a mineração, a confecção de
ferramentas, o cultivo da terra e a produção de vinho.
Mesmo a arte da escrita proveio dos deuses: "Isto é, foram
eles que primeiro categorizaram e desenvolveram todas as
línguas compreensíveis, bem como deram nomes a tudo que
anteriormente não tinha qualquer conceito. A invenção da
escrita também foi trazida por eles [os deuses]"
Tais histórias claramente se originam de muitas fontes
antigas. Todos os fragmentos se juntam exatamente como
em uma novela de investigação criminal. E você não precisa
ser um Sherlock Holmes para juntar todas as peças. Esses
deuses e anjos existiram - mesmo que isso nos faça querer
arrancar os cabelos. E causaram mudanças também. A maior
testemunha disso tudo foi Enoch, e escrever sobre ele
novamente é quase constrangedor, pois já falei dele em
inúmeros livros. Mas para reforçar minha afirmação de que
foi algum tipo de figuras extraterrestres - quer você os
chame de deuses ou anjos - que instruíram a humanidade,
dando-lhes as letras e até mesmo ensinando-a a escrever, é
bem difícil ignorar Enoch.
Ele é reconhecidamente a única testemunha que
experimentou tudo pessoalmente e escreveu todas as suas
crônicas na primeira pessoa: "eu". Enoch é o exemplo
perfeito de quão distorcida foi a teologia, durante muitos
séculos, falsificando a verdade e varrendo os fatos para
debaixo do tapete, e transformando um trabalho baseado em
experiência pessoal em uma trapaça de rabiscos e
interpretação - e isso realmente me deixa muito zangado a
esse respeito. Contudo, não é muito difícil desmascarar
algumas dessas irritações teológicas. Você só precisa
examinar o conteúdo.
Com Enoch, naturalmente, defrontei-me com o mesmo
dilema que tive com cada um dos livros anteriores: como
explicar algo a meus leitores sem ficar constantemente
repetindo coisas sobre as quais já escrevi anteriormente?
Professores e palestrantes universitários têm mais facilidades
em relação a isso. Eles podem assumir que seus alunos já
compreenderam o básico. Se você não conhece o alfabeto,
não consegue ler. Mas eu não posso assumir que você
conhece Enoch. Talvez você seja um novo leitor, um que
acabou de descobrir o meu modo de encarar as coisas. E,
acima de tudo, muitos dos meus livros antigos não são mais
impressos. Assim, o que posso fazer? Tentarei desatar esse
nó restringindo-me a repetir apenas o que é necessário ao
novo leitor. Assim, as repetições não serão propriamente
repetições. Uma observação aos meus fiéis leitores: vocês
encontrarão, neste livro, coisas sobre Enoch que nunca
foram reveladas antes.
Embora eu não seja um fã da enrolada Literatura teológica,
admiro os homens responsáveis por sua criação (e, sim,
estamos falando sobre homens aqui!). Os tradutores dos
antigos textos de Enoch foram todos extremamente bem
educados. Sem exceção, falavam muitas línguas, eram
íntegros e fizeram um esforço sincero desvendar a confusão
de milhares de anos. Mas eram todos teólogos, termo que
deriva das palavras theos (deus) e logos (palavra) - a palavra
de Deus. Mas não é com disso precisamente que se trata a
teologia. Todos esses teólogos dos tempos passados
naturalmente estavam convencidos de que estavam
trabalhando com a palavra de Deus - de outro modo, nunca
teriam escolhido esta carreira -, mas esta verdadeira
convicção já é um aspecto da fé. Eles verdadeiramente
acreditavam que esses escritos sagrados, e às vezes não tão
sagrados, provinham diretamente da boca de Deus; que Ele
os tinha ditado ou revelado de alguma forma maravilhosa
para o escolhido. O que resta do texto, quando o fator fé é
removido? As próprias palavras. Elas não perdem nada,
exceto sua santidade. Podem permanecer veneráveis,
porque revelam eventos de épocas perdidas para nós, e
devem ser cientificamente analisadas, porque estão reunidas,
formando um material extremamente interessante. Tão logo
um texto perde sua santidade, pode ser discutido
objetivamente. É nossa concepção de inviolabilidade desses
textos que impede qualquer análise tópica.
Assim, vamos começar a realmente levantar alguns
problemas!

A HISTÓRIA DE ENOCH

Quem é esse Enoch?
Em As Antigas Lendas dos Judeus, Enoch é um "rei acima
de todos os homens", que reinou por exatamente 243 anos.
No livro do Gênese, Enoch é mencionado como um dos dez
patriarcas que reinaram antes do Dilúvio. Na Bíblia, Enoch é
tratado em cinco sentenças. Gênese 5:21-24: (21) "Quando
Enoch estava com 65 anos, tornou-se pai de Matusalém.
(22) E depois de se tornar pai de Matusalém, Enoch
caminhou com Deus por 300 anos e teve outros filhos e
filhas. (23) Ao todo, Enoch viveu 365 anos. (24) Ele
caminhou com Deus, e depois não mais, porque Deus o
levou embora."
Exatamente isso: num piscar de olhos. No idioma hebraico, a
palavra Enoch significa "o iniciado", "o perspicaz", ou "o
habilidoso". E este iniciado certificou-se - Deus seja louvado!
- de que seu conhecimento não desaparecesse com ele, para
desgosto dos tolos que prefeririam que Enoch e todo o seu
conhecimento sumissem como fumaça. Porque Enoch é
pura dinamite para a sociedade atual - e é aí que começa o
problema. Mas vamos voltar atrás um pouquinho: o que os
outros povos, fora os israelitas, têm a dizer sobre Enoch?
No antigo Egito, Enoch foi o construtor da Grande Pirâmide,
ou pelo menos é essa a reivindicação feita por Taqi al-Din
Ahmad ibn Ali ibn Abd Al-Qadir ibn Muhammad al-Maqrizi
(1363-1442), em sua obra Khitat. Ele observa que Enoch era
conhecido por diferentes nomes entre diferentes povos:
Saurid, Hermes, Idris e Enoch. Eis a passagem do Khitat,
capítulo 33:

... o primeiro Hermes, chamado de três vezes grande por sua
capacidade como profeta, rei e sábio (é aquele que os
hebreus chamam de Enoch, filho de Jared, filho de Mahalel,
filho de Kenan, filho de Enos, filho de Seth, filho de Adão -
louvado seja o seu nome - e que é Idris), leu nas estrelas que
viria o Dilúvio. Então, construiu as pirâmides e escondeu
dentro delas tesouros, livros eruditos e tudo o que ele temia
que, de outro modo, pudesse se perder, para que essas coisas
permanecessem seguras [grifos do autor].

Segundo a lista de reis sumérios "WB444", um bloco de
pedra gravado que pode ser admirado no Museu Britânico,
em Londres, 10 grandes reis reinaram entre a Criação e o
Dilúvio. A extensão de tempo de seus reinados foi de
456.000 anos. Após o Dilúvio, a realeza desceu uma vez
mais do céu, segundo a lista de reis sumérios. Parecia que
eles gostavam do planeta azul. Os 23 reis que ocuparam o
trono após o Dilúvio reinaram por um período menor, mas
não menos significativo: 24.510 anos, três meses e três dias
e meio. Diz-se que o sétimo dos regentes anteriores ao
Dilúvio viveu na cidade do sol, Sippar. Também se diz que
os deuses Shamash e Adad o escolheram para ser o primeiro
a aprender a arte da escrita e da profecia. Este sétimo rei,
segundo a Bíblia, teria sido Enoch. A fama deste sétimo rei
era tão grande que, nos últimos dias do grande rei babilônio
Nabucodonosor I (por volta de 1.100 a.C.) dizia-se que a
linhagem sanguínea deste derivava daquele. Traduções de
escritos cuneiformes realizadas nas últimas décadas
revelaram que foi precisamente este sétimo rei "que subiu ao
céu", como Enoch. Especialistas em cultura suméria, como
os teólogos, nadando nas correntes da racionalidade
contemporânea, interpretam isso como uma espécie de
"abdução", e descrevem os textos cuneiformes como sendo
"o registro mais antigo de uma ascensão". A figura deste
sétimo regente da cidade do sol, Sippar "inspirou a fantasia
religiosa e a fabulação do judaísmo posterior." A prova disso
é a coalescência de vários fragmentos dos diversos livros de
Enoch. Mas agora lhe mostrarei porque este conceito está
um pouco longe da verdade.

A DESCOBERTA DO LIVRO DE ENOCH

A notícia de que o Livro de Enoch tinha sido encontrado
chegou à Europa na primeira metade do século XVIII.
Quando explorava a África, o aventureiro escocês James
Bruce (1730-1794) não apenas encontrou a nascente do Nilo
Azul, como trouxe para Londres três cópias de um texto de
Enoch. Os textos foram traduzidos para um inglês pobre
pelo professor Richard Laurence, mas Enoch não se tornou
assunto de discussão científica até que o orientalista alemão
e teólogo protestante August Dillman (1823-1894) traduziu
os pergaminhos para o alemão. Desde então, mais de 30
etíopes foram acrescentados aos documentos originais. Mas
em que lugar Bruce colocou as mãos nesses textos?
Quando os padres da igreja editaram - ou, para usar o termo
técnico, canonizaram - a Bíblia, no século IV, tiveram em
mãos muito mais textos do que aparecem hoje na Bíblia. Mas
muitos desses textos estavam incompletos, possuíam falhas
ou eram incompreensíveis. Assim, tais fragmentos não
foram acrescentados à Bíblia. Contudo, esses textos
rejeitados não foram simplesmente jogados fora. Foram
apenas colocados de lado, incluindo os textos de Enoch, e
passaram a ser chamados de "Apócrifos e Pseudo-epigráficos
do Velho Testamento". A igreja abissínia, por outro lado,
adotou os textos de Enoch em seus cânones - uma boa razão
para o fato de James Bruce tê-los encontrado na Etiópia.
Posteriormente, uma variante eslava do mesmo livro de
Enoch apareceu, e comparações altamente acadêmicas
revelaram que as similaridades dos aspectos fundamentais
dos dois livros poderiam apenas ser atribuídas à autoria
comum. E foi aí que começaram os argumentos teológicos.
O Livro de Enoch descreve muitas coisas impossíveis:
viagens para o céu, visitas a outros mundos, ensinamentos
astronômicos, conversas com "anjos", um ser que tinha a
denominação de "Mais Elevado" e tribunais para "anjos
caídos" e homens. O que significa tudo isso?
Teólogos e acadêmicos clássicos, homens com habilidades
linguísticas fenomenais, mais ainda seguindo seus "theos
logos" e psicologia religiosa, todos buscavam soluções. O que
mais poderiam fazer? As descrições de Enoch foram
transformadas em "parábolas" (algumas vezes chamadas de
"similitudes"), "visões", "inspirações", "sonhos", "invenções",
"histórias", ou - e esta é verdadeiramente a cereja do bolo -
diz-se que todo o livro de Enoch é o trabalho de vários
sacerdotes judeus e o livro inteiro é simplesmente uma
"personificação da raça judia".
E, de fato, o Livro de Enoch tem sido repetidamente
adulterado e mudado - muito semelhante ao que aconteceu
com os urtextos do Novo Testamento. Por exemplo, a
expressão filho do homem surge e pode ser encarada como
tendo sido acrescentada posteriormente por mão etíope. Do
mesmo modo, as expressões o escolhido ou o justo. Os
teólogos argumentam que tais expressões se referem à raça
judia. Tudo isso se torna ainda mais confuso quando, algum
dia no século V, uma versão hebraica do Livro de Enoch
também suscitou murmúrios, mas não foi seriamente levada
em conta, porque era - alegadamente - baseada em uma
visão experimentada pelo Rabbi Ismael. Isso fez com que o
Livro de Enoch fosse agrupado com os textos gnósticos.
Atualmente, o Gnosticismo é geralmente associado a uma
espécie de filosofia esotérica, ideologia, ou religião. A
palavra gnosis é grega e significa "reconhecimento".
Sem considerar onde o Rabbi Ismael obteve sua misteriosa
informação, possivelmente ele não poderia tê-la
simplesmente inventado, porque ela é muito complicada e
detalhada. Antes de prosseguir para as versões eslava e grega
do Livro de Enoch, eis alguns fragmentos de informação
altamente curiosos do texto hebreu.

O LIVRO HEBREU DE ENOCH

Ismael diz que viajou para o céu e se encontrou com um
anjo caído, chamado Metatron, que lhe mostrou tudo ao
redor. Este mesmo Metatron, então, revelou-se ninguém
menos do que Enoch. Diferentemente de outras versões, no
livro hebraico, Metatron/Enoch não é capaz de voltar à
Terra e à humanidade, mas permanece nas proximidades do
trono do "Mais Elevado" e somente o vidente Ismael pode
alcançá-lo. Metatron/Enoch conta a Ismael que o Senhor o
chama de "Jovem". Ele explica o porquê: "Feliz és tu e feliz é
teu pai, pois teu Criador te favoreceu. E porque eu sou
pequeno e jovem entre eles, em dias, meses e anos. Assim,
eles me chamam de "Jovem".
E como Metatron/Enoch chegou ao reino celestial?

Quando O Sagrado - abençoado seja Ele - elevou-me ao céu,
Ele primeiro enviou Anaphiel, o príncipe, e me tirou de sua
névoa diante de seus olhos e levou-me para cima, em grande
glória, em uma carruagem ardente, puxada por cavalos
impetuosos... Quando O Sagrado - abençoado seja Ele -
tirou-me da geração do Dilúvio, elevou-me nas asas do
vento de Shekina para o mais alto dos céus, para os grandes
palácios do Araboth Raqia nas alturas, de onde [se pode ver]
o glorioso Trono de Shekina.

Descobrimos que "O Sagrado" ama muito o "Jovem"
(Metatron/Enoch). De fato, ele o ama até "mais do que todos
[os seus] servos" e, assim, escreveu letras com sua pena
flamejante e revelou a Metatron/Enoch não apenas como o
céu e a Terra foram criados, mas também os mares e rios,
montanhas e colinas, raios, trovões e tempestades, e até
planetas e constelações.
Nada mau todo este conhecimento interestelar dado a
Metatron/Enoch. Um pensamento lá do fundo de minha
mente me leva a Abraão, que também ascendeu ao céu e viu
a Terra "abaixo dele". Ou Enkidu, do Épico de Gilgamesh,
que é transportado pela Terra nas "asas da águia". Ou "a
jornada de Arjuna para o céu de Indra". Lembro-me, então,
das "rodas" no Livro de Dzyan e das "cidades celestiais" no
épico sânscrito Mahabharata. Há inúmeros casos
semelhantes espalhados por toda a literatura clássica. A
diferença entre mim e os teólogos é que olho os textos de
todas as religiões e regiões do mundo, enquanto os
acadêmicos da tradição judaico-cristã restringem-se
exclusivamente aos escritos da Bíblia e dos Apócrifos.
Nenhum deles escapa disso.
No Livro Hebreu de Enoch, Ismael lista urna exuberância de
mundos diferentes (planetas) junto com suas denominações.
Ele conhece os nomes de cada um dos líderes, príncipes, ou
reis, e até fala de uma biblioteca celestial: "Ele trouxe a caixa
de escritos juntamente com o Livro de Memórias e
colocou-os diante do "Sagrado" - louvado seja Ele. E rompeu
o selo da caixa, abriu-a, tirou os livros de dentro dela e
entregou-os ao "Sagrado", louvado seja Ele..."
Céu, santos, O Mais Elevado, príncipes, servos, arcanjos,
rodas, planetas, carruagens flamejantes, legiões celestiais -
que os céus nos ajudem! Será que este Enoch realmente
existiu? Até agora, falei de sete de seus pseudônimos: Enoch,
Saurid, Hermes, Idris, Metatron, "Jovem", e sétimo rei
antediluviano. Qual é, afinal, o nome certo?
Provavelmente, nenhuma de nossas pronúncias fonéticas. O
hebraico bíblico era uma linguagem escrita puramente com
consoantes - não havia nenhuma vogal. Para tornar a leitura
mais fácil, as vogais são indicadas por um sistema de pontos
(niqqud). Uma leitura fonética da palavra Enoch poderia
facilmente soar como Inich, Onuch, ou Anich, e Metatron
poderia de ser Mototran. Naturalmente, aqui, não estou
levando em conta as interpretações cabalísticas, porque
nesse sistema cada letra pode até ter também um valor
numérico.
Especialistas hebreus avaliam que os textos etíopes foram
originalmente escritos entre o quinto e o segundo séculos
antes de Cristo - e isso nos leva ao primeiro problema. Dos
próprios textos, observamos que eles tratam da história do
sétimo patriarca. Seu nome era - e vamos usar a forma
padrão - Enoch. Portanto, seu nome estava anexado aos
Livros de Enoch. Este, por seu lado, não viveu entre os
séculos IV e II a.C. Isso significa que o conteúdo original
deve ter sido escrito muito anteriormente ao Dilúvio. Isso é
confirmado pelo próprio autor, conforme podemos ver
claramente a partir dos exemplos dados a seguir: (Os
números entre parênteses referem-se ao capítulo e ao
verso.)

(81,1 ss) E ele me disse: "Observe, Enoch, estas tabuinhas
celestiais; leia o que está escrito nelas e guarde bem cada
fato". E eu observei as tabuinhas celestiais e li tudo o que
nelas estava escrito...

(82,1) "E agora, meu filho Matusalém, todas essas coisas eu
estou te recontando e escrevendo para ti! ...preserve, meu
filho Matusalém, os livros que recebeste das mãos de teu pai
e entregue-os às gerações do mundo..."

(83, 2) "Duas visões eu tive, antes de tomar uma esposa, e
cada uma foi bem diferente da outra: a primeira, quando eu
estava aprendendo a escrever; a segunda, antes de tomar tua
mãe..."

(87, 3 pp) "E aqueles três que tinham passado por último
agarram-me pela mão e me levaram para cima, para longe
das gerações da Terra, e levaram-me para um lugar elevado,
e me mostraram uma torre muito acima da Terra, e todas as
montanhas eram mais baixas."

(91, 1) "E agora, meu filho Matusalém, chama todos os teus
irmãos e reúna para mim todos os filhos de tua mãe..."

(92,1) "Enoch, de fato, escreveu esta completa doutrina de
sabedoria..."

Estas citações demonstram que foi Enoch - ele poderia,
porém, ter sido conhecido durante seu próprio tempo de
vida - quem escreveu estes versos. Ele confirma sua própria
autoria pelo uso que faz da primeira pessoa, como se temesse
que as mentes do futuro pudessem ser muito limitadas para
entender. E, de fato, até hoje os exegetas ignoram o fato de
que este documento está escrito na primeira pessoa. O
original do livro, sua essência, provém do Enoch
antediluviano, porque, de outro modo, dificilmente ele
poderia ter falado de Matusalém como seu filho, ou ter
listado sua linhagem sanguínea até Adão. Chamar isso de
algum tipo de fraude pré-cristã é acusar o autor de mentir do
começo ao fim. Negar que Enoch é o autor antediluviano é
o mesmo que lançar sobre toda a exegese uma luz pobre e é
também uma fuga fundamental da realidade. E ainda outro
exemplo ultrajante de como a fé tem sido manipulada.
Naturalmente, o Livro de Enoch é reduzido a uma "visão". É
o método padrão de colocar de lado exatamente tudo aquilo
que é difícil de engolir. O fato de repetidamente Enoch
dizer que está completamente desperto é varrido para baixo
do tapete. E, somando-se a isso, ele dá à sua família
instruções explícitas sobre o que fazer após sua partida.
Dificilmente isso seria "uma visão de sua própria morte" -
outra das brilhantes idéias dos exegetas - porque o altamente
letrado Enoch retornou de seu encontro com os anjos
afinado como um violino. Somente no final da história ele se
despede de seus parentes e parte - em uma carruagem de
fogo.

A VERDADE POR TRÁS DE ENOCH

Enoch, ou Mister X - acho que vou ficar com o sétimo
patriarca e passar a chamá-lo de Enoch a partir de agora -
viveu em uma época em que não se entendia nada de
tecnologia moderna. Não havia como ele saber a respeito de
naves-mãe, ônibus espaciais, faróis, alto-falantes, aparelhos
de rádio, motores de expansão, etc. Tudo o que ele
experimentou tinha de ser parafraseado, para que pudesse
ser descrito, pois ele simplesmente não tinha o vocabulário
necessário. Tente você, caro leitor, descrever um
helicóptero ou um rádio para um homem da Idade da Pedra.
Inevitavelmente, você terminaria em alguma espécie de
jogo do tipo "parece-com-isto". Ou tente explicar uma
escada em espiral para alguém, sem usar qualquer desenho.
Seria preciso usar suas mãos - no mínimo!
E essa confusão vai ficando ainda pior a cada nova geração
que tenta compreender e interpretar o texto de Enoch e -
naturalmente! - falha completamente em entender o que
está sendo descrito. Incapazes de compreender o que liam,
escribas posteriores deixavam-se levar pela fantasia de suas
metáforas orientais, e assim surgiram histórias alegóricas
opulentas. Posteriormente, quando os teólogos dos últimos
duzentos anos começaram a interpretar os textos, a partir de
uma perspectiva religiosa, o caos alcançou seu estado
perfeito. Finalmente, viajantes espaciais totalmente comuns
tornaram-se anjos e querubins, oficiais tornaram-se arcanjos
e o supremo comandante tornou-se o "Mais Elevado" ou, o
que é pior, Deus. Que pandemônio, quando uma simples
descarga elétrica é transformada em "uma língua de fogo", e
a ponte de comando torna-se "a glória indescritível". É
compreensível que, de um ponto de vista teológico, a
cadeira de comando do capitão seja transformada num
poderoso trono e a trapalhada incompreensível de
semelhanças é transformada em histórias e visões.
Nunca ouvi um contra-argumento convincente, apesar de
todas as fabulosas discussões que tive com especialistas em
Velho Testamento e da absoluta torrente de literatura
teológica que tentei digerir. Minhas interpretações do texto
devem ser falsas: talvez eu devesse olhar para ele de outro
ângulo. Mas por quê? Afinal, explicações alternativas - pelo
menos não as que surgiram a partir da exegese - constituem
apenas disparates permitidos, e as afirmações essenciais do
texto refletem-se em muitos outros textos fora da tradição
judaico-cristã.
Os primeiros cinco capítulos do Livro de Enoch anunciam
(alegadamente) algum tipo de Julgamento Final: o Deus do
céu deixará sua residência e descerá à Terra com suas legiões
de anjos. Os onze capítulos seguintes descrevem o que
acontece com os assim chamados "anjos renegados", que -
em direta desobediência às ordens de Deus -
"contaminaram-se" com as filhas dos homens. Estes "anjos"
receberam tarefas de seu "Deus" que eram tão precisas, que
simplesmente não se ajustam às cortes dos exércitos
celestiais. Por exemplo:

"Semjaza ensinava encantamentos e corte de raízes;
Armaros, a resolução de encantamentos; Baraqijal ensinava
astrologia; Kokabel, as constelações; Ezeqeel, o
conhecimento das nuvens; Araqiel, os sinais da Terra;
Shamsiel, os sinais do sol; e Sariel, o curso da lua..."

Esta é uma série de assuntos especializados, que estavam
muito fora do alcance dos habitantes terrestres naquela
época.
Os capítulos 17 a 36 descrevem as viagens de Enoch a vários
mundos e esferas distantes. Os teólogos as denominam de
similitudes ou parábolas, ou a viagem de Enoch ao jardim
mágico (O Jardim da Retidão). Contudo, Enoch recebeu a
ordem de escrever estas chamadas "similitudes", de modo a
preservá-las para as gerações futuras. Qual foi a razão disso?
É simples: seus contemporâneos eram incapazes de
compreender essas mensagens; elas eram dirigidas ao povo
do futuro. E isso não é interpretação minha, é do próprio
livro!
Os capítulos 72 a 82 são conhecidos como "capítulos de
astronomia". É aí que Enoch recebe instrução sobre as
órbitas do sol e da lua, sobre anos bissextos, estrelas e
mecânica celestial. Os capítulos restantes contêm conversas
com seu filho Matusalém, nas quais ele anuncia o próximo
dilúvio. Tudo isso é coroado pela partida de Enoch em uma
carruagem de fogo - o que mais?
O Livro Eslavo de Enoch contém detalhes interessantes, que
não são encontrados na versão abissínia:

"Depois disso, também vivi duzentos anos e completei todos
os anos de minha vida: trezentos e sessenta e cinco anos. No
primeiro dia do primeiro mês, eu estava sozinho em minha
casa. Lá, dois homens enormes me apareceram; como eles
nunca vi nenhum na Terra. Suas faces eram como o sol, seus
olhos também eram como luz ardente e de seus lábios saía
fogo; suas roupas e música eram esplêndidas; suas asas eram
mais brilhantes do que o ouro, suas mãos mais brancas do
que a neve. Estavam parados à cabeceira de meu leito e me
chamavam pelo meu nome. Acordei de meu sono e vi
claramente aqueles dois homens parados à minha frente. Eu
os saudei e fui tomado pelo medo; a aparência do meu rosto
mudou para terror, e aqueles homens me disseram: "Tenha
coragem, Enoch, não tema; o Deus eterno nos enviou a ti e
eis que hoje tu ascenderá conosco ao céu e dirás a teus filhos
e a todos de tua casa tudo o que eles devem fazer sem ti na
terra, na tua casa, e não permita que nenhum te procure até
que o Senhor te devolva a eles."
A interpretação teológica de que o patriarca antediluviano
está experimentando uma visão ou um sonho aqui não é
defensável. Enoch desperta, levanta-se de sua cama e,
depois, prossegue para dar a seus parentes as instruções do
que devem fazer em sua ausência. A variação "visão da
morte" também não tem sentido, pois Enoch retorna para
sua família após sua viagem para o espaço sideral. Assim, o
que ele experimentou "lá em cima"?

ENOCH APRENDE OS SEGREDOS DO UNIVERSO

Enoch aprendeu a escrever, e livros lhe foram ditados. Não
que, naturalmente, o próprio Deus tenha ditado o
conhecimento pessoalmente. Esse ditado foi feito por um
arcanjo chamado Pravuil. E para se certificar-se de tudo
rápida e suavemente, Pravuil deu a Enoch uma "caneta de
escrita rápida":

E o Senhor chamou um de seus arcanjos pelo nome de
Pravuil, cujo conhecimento era mais rápido em sabedoria do
que o dos outros arcanjos, e que escreveu todos os atos do
Senhor; e o Senhor disse a Pravuil: "Traga os livros de meus
armazéns e pegue uma caneta de escrita rápida. Entregue-a a
Enoch, e dê-lhe a escolha e os livros reconfortantes de tua
mão... [grifo do autor]
Qual era esta importante sabedoria que tinha de ser ditada?
Atualmente, tudo, porque a humanidade abaixo deles sabia
muito pouco. Enoch continuou: "E foram contadas todas as
obras de céu, terra e mar, e todos os elementos de suas
passagens e comportamentos, e do ribombar dos trovões, o
sol, a lua, o andamento e mudanças das estrelas, as estações,
os anos, dias e horas, os levantes do vento, e por trinta dias e
trinta noites ele falou, nunca parando."
E, como se não bastasse, a primeira maratona de ditado foi
seguida por outra, igualmente longa. Enoch foi realmente
um aluno modelo.
Sempre que a conversa se volta para Enoch e eu sugiro que
o profeta antediluviano foi um privilegiado por ter feito uma
viagem numa nave espacial extraterrestre, sempre escuto:
Bem, ele deve ter tido alguma espécie de traje espacial. Será?
Muito provavelmente, os aliens teriam tido de se proteger
contra bactérias e vírus, e provavelmente até da transpiração
humana. O que o atento estudante Enoch tem a dizer?

E o Senhor disse a Miguel: "Vá e tire as roupas terrestres de
Enoch, e unte-o com meu ungüento doce, e o vista com as
roupas de minha Glória". E Miguel assim o fez, como o
Senhor lhe dissera. Ele untou-me e vestiu-me, e a aparência
desse ungüento é mais do que a grande luz, e seu ungüento
é como o doce orvalho, e ele tem o aroma da mirra,
brilhando como os raios do sol, e olhei para mim mesmo e
vi que estava como os seus gloriosos.

Agora, tente imaginar que toda essa descrição tem algo a ver
com o "Senhor" da religião cristã. Ele tinha um ungüento
especial e ordenou que Enoch fosse esfregado com esta
pomada intensamente aromática? Nós, humanos, sempre
tivemos gostos peculiares! E, então, as roupas de Enoch
foram retiradas e ele foi vestido com algum tipo de
vestimenta que o deixava parecido com todos os outros.
Naturalmente! Em uma roupa espacial ou, pelo menos, um
uniforme. O que mais poderia ser? E, após finalmente ser
trazido para a ponte, ou talvez para algum tipo de sala de
conferências - ou, como os teólogos entendem, diante do
"trono da Grande Glória" - Enoch contou como o líder
majestoso surgiu e "veio até mim e falou comigo com sua
própria voz."
É aqui, bem no final, que começa a ficar embaraçoso para os
exegetas. Não é realmente uma cena que você possa atribuir
a Deus. Dois extraterrestres ("dos quais nunca vi
semelhantes na Terra") levaram Enoch, desinfetaram-no,
vestiram-no em uma suíte da espaçonave, e trouxeram-no à
ponte de comando da nave mãe, e Deus deu-lhe as boas-
vindas "com sua própria voz". Ele, então, deu ordens para
que Enoch recebesse uma "caneta de escrita rápida" e,
depois, um subalterno chamado Pravuil recebeu a tarefa de
ditar a Enoch os livros científicos durante dias. É de
surpreender que os intérpretes do conhecimento sagrado
decidissem que as reminiscências de Enoch devem ter sido
um tipo de "parábola" ou "visão"? Mas não estamos mais
vivendo na Idade das Trevas. Quantos argumentos mais
serão necessários para tirar do mato esses matutos? E ter em
mente que tudo o que eu, o cronista diligente do presente,
estou digitando em meu computador exatamente agora não
é nada novo: tem milhares de anos! Só foi esquecido,
distorcido, mal interpretado e reprimido. É hora de os textos
antigos serem apresentados de uma forma moderna e
compreensível, para que seja possível entender todos os
seus significados. Possa a dúvida quebrar as velhas
autoridades e a razão triunfar sobre a fé.
Aprendemos, através dos círculos científicos, que a pesquisa
precisa, primeiro, se concentrar nas explicações mais
facilmente alcançáveis e plausíveis, antes de partir para
soluções mais exóticas. Neste caso, qual é a solução mais
próxima, mais sensível, quando se olha para os textos de
Enoch? Para ter certeza, não é o que temos obtido a partir da
exegese anterior. Aquelas interpretações não fazem sentido,
porque se baseiam em Deus e seus arcanjos e anjos como
algum tipo de corpo executivo. Então, credita-se a este
criador todo poderoso do universo ações que não caberiam
absolutamente a um deus verdadeiro. A maneira mais
simples de se extrair o verdadeiro sentido dos textos é olhar
para ele através de um ponto de vista contemporâneo. E essa
é, de fato, a intenção do "senhor", que ordenou o ditado dos
seus livros: "E ele me disse: 'Observe, Enoch, estas tabuinhas
celestiais, leia o que está escrito nelas e grave bem cada fato'.
E eu observei as tabuinhas celestiais e li tudo o que nelas
estava escrito e compreendi tudo, e li o livro..." (Capítulo
81, 1 ss) .
Antes de sua jornada final aos céus, este mesmo Enoch,
escritor da palavra do Senhor, passou estes livros a seu filho:
"Preserve, meu filho Matusalém, os livros que recebestes da
mão de teu pai e os entregue às gerações do mundo..."
Se os egípcios estiverem realmente certos e Enoch for
mesmo Saurid, o construtor de pirâmides, então poderia
bem haver alguma coisa bastante surpreendente à nossa
espera no interior da Grande Pirâmide. Afinal, Al-Maqrizi
salientou, no Khitat, que os textos foram colocados nas
pirâmides "para protegê-los e preservá-los". A ciência
baseia-se na criação de conhecimento. No que se refere à
Pirâmide de Gizé, a ciência praticou exatamente o oposto.
Os egiptólogos de hoje - pelo menos aqueles entre eles que
são árabes - deveriam ler também os textos de seus
ancestrais. Pode se ler no Khitat que Saurid (aliás, Enoch)
decorou o interior da pirâmide do leste (alegadamente a
Pirâmide de Quéops) com "vários dosséis de céus e
planetas", em adição aos livros sobre as estrelas. Também as
estrelas fixas aquela que venha a ocorrer de tempos em
tempos... bem como os eventos do passado..."
Nada disso é conhecido pelos egiptólogos. A Pirâmide de
Quéops é totalmente anônima - não há nenhum glifo em
suas paredes. Mas espere! Na Grande Galeria, o grandioso
hall de entrada para a "Câmara do Rei", há grandes suportes
de metal que não são mencionados em lugar nenhum da
literatura acadêmica. Bem poderia ser que estes suportes
tivessem sustentado painéis de ouro e que, em tempos
antigos, a Grande Galeria fosse uma fantástica escadaria para
a "Câmara do Rei", flanqueada, à esquerda e à direita, com as
notícias do passado. Bandos de ladrões de sepulturas podem
ter levado esses painéis e os derretido. Contudo, há outras
possibilidades. Conforme é hoje amplamente conhecido,
dentro e abaixo da chamada Pirâmide de Quéops há várias
colunas e aposentos. Mas, apesar disso, a administração de
antiguidades mais do que sagradas, no Cairo, não deseja que
nada disso venha a público.

Os ANJOS CAÍDOS

O drama real no livro de Enoch, porém, ocorre entre o
capitão da nave - "o Mais Elevado" na interpretação religiosa
- e sua tripulação - os "anjos caídos". Este grupo de seres faz
uma coisa que nenhum anjo poderia fazer.

E ocorreu, quando os filhos dos homens se multiplicaram,
que naqueles dias nasceram filhas bonitas e formosas. Mas
quando os anjos, os filhos do céu, viram-nas, cobiçaram-nas
e disseram uns para os outros: "Venham, vamos escolher
esposas entre as filhas dos homens e gerar filhos." E
Semjaza, que era o líder deles, disse-lhes: "Temo que não
ireis de fato concordar em cometer este ato e eu sozinho
terei de pagar a pena de um grande pecado." E todos lhe
responderam, dizendo: "Vamos todos fazer um juramento, e
nos comprometermos todos, através de maldições mútuas, a
não abandonar este plano, mas a realizá-lo." Então, todos
juraram e se comprometeram através de maldições mútuas.
E seu número era de duzentos, os que desceram, nos dias de
Jared, sobre o topo do Monte Hermon. (Capítulo 6, 1-6)

E você precisa de algum tipo de música sacra e dança para
explicar isso? Os fatos são apresentados de maneira
suficientemente clara: uma tripulação de duzentos "filhos do
céu" pousou em Monte Hermon, viu-se cercada por lindas
donzelas terrestres, e decidiu fazer aquilo que a natureza
manda. Mas, já que isso era proibido, fizeram um pacto que
todos iriam cumprir para não deixar que nada os afastasse de
seus objetivos. Sexo entre humanos e extraterrestres já foi
tratado antes em outros trabalhos. E há também,
naturalmente, o caso do anjo chamado Samael, que seduziu
a mãe do homem, Eva: "...e eis que ele a olhou não como
terrena, mas, sim como do céu." Outros membros da
tripulação envolveram-se com gosto nas delícias terrenas das
donzelas - e até rapazes. Para horror dos crentes na Bíblia,
isso é relatado no Livro dos Livros:

"Quando os homens começaram a crescer em número na
Terra, e suas filhas nasceram, os filhos de Deus viram que as
filhas dos homens eram belas e casaram-se com algumas que
escolheram."

E você mesmo pode ler isso no primeiro Livro de Moisés -
Gênese, capítulo 6, versículos 1 e 2.
Como a teologia tem sido considerada uma ciência, tem
havido um intenso debate sobre o significado da expressão
"filhos de Deus". As milhares de páginas de comentários
resultantes sobre o assunto são altamente contraditórias.
Uma escola de pensamento diz que significa "gigantes",
enquanto outras estão igualmente convencidas de que o
significado é "crianças de Deus", "anjos caídos", "espíritos
apóstatas". Isso já é suficiente para fazer você gritar! Uma
simples frase bíblica vira fé em sua cabeça! Mas, realmente,
qualquer um que tenha estudado hebraico e conheça os
caracteres do alfabeto, bem como o seu significado, sabe
exatamente o que essas sílabas expressam: "Aqueles que
caíram do céu [eram] seres semelhantes ao homem e de
grande tamanho."
Posso apenas dar um sorriso resignado a este feudo
acadêmico. Afinal, qualquer que seja a sua interpretação
desta passagem bíblica, alguma coisa parece estar errada. Se
você traduzir "filhos de Deus" literalmente, isso significa que
Deus teve filhos - e todos eles na época de Adão! E eles
fizeram sexo com as filhas dos homens. Isso é impensável!
Se a expressão significa "anjos caídos", deve ter havido
algum tipo de conflito no céu. O quê?! Na presença celestial
de Deus?! Mas é preciso ter havido algum tipo de golpe, ou
então não haveria nenhum "anjo caído". Há realmente
apenas uma maneira sensata de compreender qual era o
significado: extraterrestres. Ponto. Isso se torna mais claro
ainda quando Enoch lista os nomes dos cabeças: "E estes são
os nomes de seus líderes: Semjaza, o líder de todos; Araklba,
Rameel, Kokabel, Tamlel, Ramlel, Danel, Ezeqeel, Barakijal,
Asael, Armaros, Batarel, Ananel, Zaqiel, Samsapeel, Satarel,
Turel, Jomjael, Sariel." (Capítulo 6, versículos 7 e 8. Nota: Os
nomes da lista variam de acordo com a versão do texto que
você lê.)
E eles não ficaram sem fazer nada ao chegarem aqui. Enoch
descreve seus feitos:

"E Asael ensinou os homens a fazer espadas, facas, escudos e
peitorais; ensinou-lhes sobre os metais da terra e a arte de
trabalhá-los; braceletes, ornamentos e o uso do antimônio; e
a embelezar as pálpebras, e todos os tipos de pedras
preciosas, e todas as tinturas coloridas. Semjaza ensinou
encantamentos e estacas de raiz... Barakijal ensinou
astrologia; Kokabel, as constelações; Ezeqeel, o
conhecimento das nuvens; Araqiel, os sinais da Terra;
Shamsiel, os sinais do sol; e Sariel, o curso da lua..."
(Capítulo 8)

A lista de nomes não está completa: havia 200 anjos caídos
que desceram no Monte Hermon, há milhares de anos atrás.
Assim, o que aconteceu com os outros? Enoch nos fornece
outra lista; afinal ele podia escrever e entendia o idioma
deles. Os próprios estrangeiros o ensinaram. Assim, Enoch
assumiu o papel de intérprete entre seu próprio povo e os
ETs.
E estes são os seus nomes:

O primeiro deles é Semjaza,
o segundo é Artaqifa.
e o terceiro Armen,
o quarto Kokabel,
o quinto Turael,
o sexto Rumjal,
o sétimo Danjal,
o oitavo Neqael,
o nono Barakijal,
o décimo Azazel,
o décimo primeiro Armaros,
o décimo segundo Batarjal,
o décimo terceiro Busasejal,
o décimo quarto Hananel,
o décimo quinto Turel,
e o décimo sexto Simapesiel,
o décimo sétimo Jetrel,
o décimo oitavo Tumael,
o décimo nono Turel,
o vigésimo Rumael,
e o vigésimo primeiro Azazael.

E estes eram os nomes de seus chefes sobre centenas,
cinquentenas e dezenas:

O nome do primeiro era Jeqon, que foi quem levou [todos]
os filhos extraviados de Deus, trazendo-os para a Terra e
levando-os até as filhas dos homens. E o segundo chamava-
se Asbeel: ele deu mau conselho aos sagrados filhos de Deus
e os fez extraviarem-se, de modo que contaminaram seus
corpos com as filhas dos homens. E o terceiro chamava-se
Gadreel; foi ele quem mostrou aos filhos dos homens todos
os golpes da morte, e desencaminhou Eva, e mostrou aos
filhos dos homens as armas da morte: o escudo e a cota de
malha, a espada para a batalha, e todas as armas da morte aos
filhos dos homens. E de sua mão, eles prosseguiram contra
aqueles que habitavam a Terra daquele dia em diante. E o
nome do quarto era Penemue; ele ensinou aos filhos do
homem o amargo e o doce, e ensinou-lhes todos os segredos
de sua sabedoria. E ensinou à humanidade a escrita com
tinta e papel... [grifo do autor] (Capítulo 69, 2 e SS.)

Esta passagem diz tudo: podemos todos lê-la. Mas o
problema com nossa sociedade é que a maioria das pessoas é
muito preguiçosa para pensar. Elas precisam fazer muito
esforço; ficam tão exaustas que precisam que outros pensem
por elas, de modo que possam ter sucesso na vida.

ACIMA DE QUALQUER BEM

A lista de Enoch não apenas nos fornece o nome daqueles
anjos renegados que "desceram no Monte Hermon" - para
mim, isso soa muito como tripulação amotinada; ela também
nos dá informações sobre as várias profissões destes
"observadores do céu", como foram chamados em outra
passagem.
Jeqon revelou-se como uma espécie de líder que convence
seus colegas a fazer sexo com as lindas donzelas terrenas.
Asbeel ajuda-o. Gadreel e, na lista anterior, Asael, pareciam
ser metalúrgicos bélicos, que, primeiro, mostram ao homem
como derreter metal e, depois, como fazer peitorais, escudos
e espadas de batalha - o que, naturalmente, levanta a
questão: onde estavam os inimigos contra os quais se
precisavam empregar essas armas? Penemue, o mestre da
tripulação, ensinou não só a escrita com pena e tinta, como
também instruiu a humanidade sobre as sutilezas da
nutrição. Baraqijal acabou sendo um astrônomo; Kokabel era
astrólogo - uma ciência que significa pouco para nós
atualmente; Ezeqeel era metereologista ("o conhecimento
das nuvens"); Araqiel era geólogo, e assim por diante. Do
meu ponto de vista contemporâneo, todos eles parecem
fazer parte de uma tripulação rebelada contra o "Mais
Elevado", a "Grande Glória" (o comandante da espaçonave),
e eles sabiam muito bem que não podiam voltar atrás.
Assim, fizeram o melhor possível para sobreviverem na
Terra e ensinar aos terráqueos da Idade da Pedra como
produzir armas e outros objetos úteis, que estes não
conheciam anteriormente. Este cenário não é meu; é
exatamente como Enoch o descreve.
Após a descida dos 200 "observadores do céu" e depois de
satisfazerem seus apetites sexuais na Terra, eles
repentinamente começaram a ficar nervosos com a
possibilidade de o capitão explodir o topo da montanha.
Assim, enviaram Enoch para a nave-mãe, esperando que,
como um terráqueo, ele pudesse falar a favor deles:
[Eles] enviaram-me para cima, para o céu. E eu fui até
chegar perto de uma parede construída de cristais e cercada
por línguas de fogo, e isso começou a me assustar. E eu
passei pelas línguas de fogo e cheguei a uma grande casa
construída de cristais. As paredes da casa eram como um
piso ladrilhado de cristais e sua fundação também era de
cristal. Seu teto era como o caminho das estrelas e raios e,
entre eles, querubins ardentes, e seu céu era como água. Um
fogo flamejante cercava as paredes e seus portais ardiam com
o fogo... Havia uma segunda casa, maior do que a primeira, e
todas as suas portas estavam abertas diante de mim, e era
construída por labaredas. E cada aspecto, seu esplendor,
magnificência e extensão eram tão excelentes que não
consigo descrever-lhe seu esplendor e tamanho. E seu piso
era de fogo e, acima, havia relâmpagos e o caminho das
estrelas; e este teto também era de labaredas. E eu olhei e vi
ali um trono sublime. Parecia ser de cristal e as rodas eram
como um sol brilhante... E nele estava sentada a Grande
Glória, e suas roupas brilhavam mais do que o sol e eram
mais brancas do que qualquer neve. (Capítulo 14, 9-21)

UMA CRONOLOGIA ARBITRÁRIA

Os críticos podem muito bem indicar que eu realmente não
citei essas passagens do Livro de Enoch na ordem "correta" e
que, assim, estou deliberadamente distorcendo a cronologia
dos eventos. Bem, peço o seu perdão! A ordem dos capítulos
realizada pelos especialistas de épocas anteriores foi, em si
mesma, feita ao acaso. Ninguém estava em posição de dizer
com grande certeza qual era a ordem em que os vários
pergaminhos e rolos deveriam ser lidos. Eles puseram mãos
à obra com grande entusiasmo, tentando colocar um pouco
de ordem no caos, baseados na idéia que tinham do que o
texto estava tentando dizer. Como tradutor, Dr. Emil
Kautzsch observou, em 1900, que o texto "não é
proveniente de uma única fonte". E já que nenhum perito
de mais de um século atrás foi capaz de realmente identificar
sobre o que falava o texto, o Dr. Kautzsch também se
perguntou: "O que é que estas teorias amplamente aleatórias
[de Enoch] sobre o sol, a lua, as estrelas, os ventos e assuntos
semelhantes têm a ver com o julgamento messiânico?" Todo
tradutor de Enoch, sem exceção, teve de lidar exatamente
com este mesmo dilema. A ordem dos textos nunca foi
completamente compreendida. Por um lado, isso se deve ao
fato de novos extratos estarem sempre sendo acrescentados,
o que desorganiza a cronologia; por outro lado, as palavras e
expressões poderiam ser interpretados de maneiras
completamente diferentes. Somente do Livro de Enoch
eslavo, há três revisões: a longa, a média e a curta. Na mais
longa, os especialistas não tiveram dificuldade em identificar
os diferentes estilos de escrita de cinco diferentes escribas,
que usaram a ortografia do búlgaro médio. Um estilo de
escrita do sul da Rússia pode até ter indicado sua cidade de
origem: "escrito na cidade de Poltava, na igreja imperial da
Ressurreição de nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo...
no mosteiro da Ascensão de nosso Senhor". Além deste, há
textos de Enoch que são sérvios e russos, um deles
consistindo de 189 folhas e o outro de 362. Como os
chamados urtextos dos evangelhos do Novo Testamento,
estas versões de Enoch foram editadas de tempos em
tempos. Os abades e monges acreditavam que estes livros se
referiam ao messias, a redenções, ao julgamento final e à
segunda vinda do Messias, isso sem mencionar o julgamento
divino do apocalipse (como mencionado no Apocalipse do
Novo Testamento). Logicamente, passagens do texto original
que não faziam sentido foram adaptadas para se ajustarem ao
pensamento da época. Que caos! Deste modo, partes da
"versão mais longa", traduzida pelo Dr. Nathanael
Bonwetsch saíram diferentes na versão grega ou eslava. Por
exemplo, na descrição da descida dos "observadores do céu":
"...do trono do Senhor, eles desceram à Terra, ao lugar
chamado Ermon, e quebraram seus juramentos na saliência
do monte Ermon e viram como as filhas dos homens eram
boas e tomaram esposas para si mesmos, e mancharam a
Terra com seus atos..." (Capítulo XVII)
A lógica dos respeitáveis analistas dos últimos 200 anos
simplesmente não acrescenta nada. Suas idéias, que ainda os
guiam até hoje, estavam erradas desde o início. Quaisquer
outras interpretações possíveis eram sufocadas desde o
começo por um colete religioso firmemente amarrado, que
não os deixava respirar. Foram traçadas linhas que não
deveriam ser cruzadas. E no que se refere à nossa
interpretação contemporânea, talvez estejamos sendo um
pouco injustos com nossos ancestrais, que dificilmente
poderiam esperar ter conhecimento de viagens
interestelares. Este ponto de vista contemporâneo muda
todo o significado de Enoch - e não apenas de Enoch! As
conseqüências poderiam ser altamente inquietantes, pois a
existência de extraterrestres, deixada de lado há milhares de
anos atrás, geralmente nos força a tirar conclusões que
arrebentam nossa visão atual das coisas.
E não estou dizendo isso de uma forma arrogante ou irônica.
Simplesmente não há outra maneira de dizer isso: nós temos
de reinterpretar os textos que recebemos de nossos
ancestrais a partir de um ponto de vista moderno. Há uma
quantidade muito grande deles para que os ignoremos. Estão
espalhados pelo mundo e outros mais virão de ruínas e
templos (você, meu querido leitor, encontrará mais no
próximo capítulo), tais como o Manuscrito Voynich.
Estamos marchando em linha reta diretamente para a era das
maravilhas e do despertar. A história humana ainda não
acabou - há ainda um longo caminho.


UMA VIAGEM PARA O CÉU

Enoch experimenta - assim como o fizeram Abraão,
Ezequiel, Arjuna e Enkidu, em outras histórias - uma viagem
para o espaço. Uma viagem que ele simplesmente não estava
preparado para compreender. E o espanto dele não diminui.
Ele não sabe nada dos materiais utilizados na construção da
espaçonave. Assim, para ele, os ladrilhos resistentes ao calor
do casco são cristais brilhantes, e o vidro reforçado e os
aparatos holográficos são "um teto semelhante ao caminho
das estrelas". Aterrado e cheio de pavor, é levado para ver o
capitão: "a Grande Glória estava sentada [em seu trono] e
suas estes brilhavam mais do que o sol e eram mais brancas
do que a neve". E o que esta gloriosa divindade faz?
Cumprimenta Enoch e deixa claro que os "anjos caídos" - os
amotinados - não podem esperar mais nada dele:
Não tema, Enoch, você que é um homem correto e escriba
da retidão. Aproxime-se e ouça a minha voz. E vá, diga aos
observadores do céu, que te enviaram para interceder por
eles: "Vocês deviam interceder pelos homens e não os
homens por vocês. Por que motivo deixaram o alto, sagrado
e eterno céu e deitaram com as mulheres e se conspurcaram
com as filhas dos homens e tomaram esposas para si mesmos
e agiram como os filhos da Terra...? (Capítulo 15,1-4)

A "Grande Glória" também sabe como irá lidar com seus
amotinados e com a sua prole: um terrível dilúvio sobre toda
a Terra. "Sim, virá uma grande destruição sobre toda a Terra
e haverá um dilúvio... e haverá uma grande punição sobre a
Terra e a Terra será lavada de toda impureza." (Capítulo
106,13 e ss) Na versão mais longa, esta passagem tem ainda
mais detalhes: "E por essa razão trarei um dilúvio sobre a
Terra, e a própria Terra será destruída e afundará no lodo."
Tendo dito isso, a "Grande Glória" toma providências para
assegurar que alguns escolhidos sobrevivam, de modo que,
no curso dos milênios, a população humana estará em
posição de se recuperar - até o seu retorno na versão longa
do Livro de Enoch eslavo, a "Grande Glória" fala de uma
"segunda vinda". De modo muito interessante, os
sobreviventes do Dilúvio possuem uma estrutura genética
alterada. Isso pode ser deduzido de escritos antigos. Escrevi
extensamente sobre esse assunto em meus outros livros. (E
os geneticistas espertos serão capazes de ver por si mesmos.)
É mesmo permissível deduzir que há um único Enoch em
toda essa confusão de textos de Enoch. Então, em cima
disso, filtrar - arbitrariamente? - aquelas passagens que se
ajustam a uma interpretação moderna? Apenas para lembrá-
lo: o próprio Enoch afirma sua autoria muitas vezes ao falar
como o pai de Matusalém. Então, o conhecimento é ditado a
ele, que simplesmente não pode ser atribuído a qualquer
sociedade antediluviana:

"E eu vi outros relâmpagos e as estrelas do céu... E eu vi
como elas são pesadas em uma balança de retidão, de acordo
com suas proporções de luz, a amplidão de seus espaços e o
dia de seu surgimento." [grifo do autor] (Capítulo 43, 1-2)

Como os astrônomos de hoje classificam as estrelas? Eles
também possuem um sistema de classificação baseado na
magnitude ("pesadas na balança da retidão"), no brilho ("de
acordo com suas proporções de luz"), bem como na data de
sua descoberta ("o dia de seu surgimento"). O Enoch
antediluviano precisa ter recebido tal informação idônea de
sua fonte, que estava muito à frente de seu tempo. Estes
instrutores estranhos - no Livro de Enoch eles são chamados
de Uriel e Pravuil - ditaram e demonstraram conhecimento
astronômico e astrológico de grande sofisticação ao
emudecido Enoch. Para nós, isso poderia se parecer como
coisas da vida diária, mas não para alguém dos tempos de
Enoch:

"E lá meus olhos viram os segredos do raio e do trovão, e os
segredos dos ventos, como eles são divididos para soprar
sobre a Terra, e os segredos das nuvens e do orvalho... E vi
as câmaras do sol e da lua, de onde provêm e para onde vão
novamente, e seus gloriosos retornos, e como um é superior
ao outro, e suas órbitas majestosas, e como não deixam suas
órbitas; não acrescentam nada às suas órbitas e nada retiram
delas... E, depois disso, vi o caminho oculto e o visível da
lua, e como ela realiza o curso de seu caminho naquele
lugar, de dia e de noite... (Capítulo 41, 3 e ss) E depois disso,
todos os segredos das luzes e relâmpagos me foram
mostrados e eles iluminam para abençoar e satisfazer a
Terra... (Capítulo 59, 3). Pois o trovão tem locais de
descanso a ele designados, enquanto espera por seu
ribombar; o trovão e o relâmpago são inseparáveis, e embora
não sejam um, ambos caminham juntos através do espírito e
não se separam. Pois quando o relâmpago ilumina, o trovão
solta a sua voz..." (Capítulo 61,14-15).

Enoch aprende coisas que só fomos aprender milhares de
anos depois, através de árdua pesquisa. Ele escreve sobre o
"caminho oculto da lua" e sobre leis relativas ao trovão e ao
relâmpago, que são verdadeiramente difíceis de creditar a
uma sociedade da Idade da Pedra. O anjo Uriel ensina-lhe
sobre um "tesouro de luzes e trovão" (Capítulo 17, 3), que é
muito difícil para Enoch compreender. Afinal, o mero
conceito de um "tesouro de trovão" não é algo que venha
simplesmente à cabeça, enquanto se está andando no dorso
de um camelo. Em uma estação espacial orbital, por outro
lado, os astronautas vêem o "tesouro de trovão" diariamente.
E o gigantesco reservatório de carga elétrica que se acumula
nos diversos níveis carregados da nuvem e descem durante a
tempestade para a Terra como "colunas de fogo celestial"
(Enoch novamente).

AULAS DE ASTRONOMIA INTERGALÁCTICA

A instrução de Enoch inclui o sol, a lua, anos bissextos, e os
caminhos das estrelas em relação à rotação da Terra. Uau!
Vendo como os livros sobre Enoch geralmente não podem
ser encontrados na maioria das livrarias e a Internet tem
pouco mais do que comentários superficiais que não
acrescentam nada à nossa compreensão, posso oferecer
pouco mais do que algumas citações da tradução de mais de
cem anos atrás, de Charles:

O livro do curso dos luminares do céu, as relações de cada
um, segundo suas classes, seu domínio e suas estações,
segundo seus nomes e lugares de origem e segundo os seus
meses, o que Uriel, o anjo sagrado, que estava comigo e que
é o guia deles, mostrou-me... E, primeiro, há o grande
luminar chamado Sol, e sua circunferência é como a
circunferência do céu, e ele é preenchido por um fogo
quente e iluminante... e o sol atravessa o céu e retorna pelo
norte para alcançar o leste...Quando o sol eleva-se ao céu,
ele vem através daquele quarto portal trinta manhãs
sucessivas, e se estabelece precisamente no quarto portal no
oeste do céu. E, durante este período, o dia vai se tornando
diariamente mais longo e a noite mais curta... (Capítulo 72, 1
ss).

E prossegue nesta mesma direção: o sol viaja através desses
"portais" imaginários e os dias vão ficando mais longos e as
noites mais curtas até que "naquele dia, o dia equaliza-se
com a noite, e a noite aumenta para nove partes e o dia para
nove partes". (Capítulo 72, 20-21).
Qualquer um pode ver que o sol surge no leste e se põe no
oeste. Mas estas auroras e poentes nem sempre ocorrem
exatamente nas mesmas localizações. O ponto em que o sol
se levanta e se põe, muda todos os dias dentro de um
conjunto de parâmetros fixos, dependendo do ponto de
observação. No primeiro dia da primavera (21 de março, no
hemisfério norte) e no primeiro dia do outono (23 de
setembro, no hemisfério norte) o sol surge exatamente no
leste e se põe exatamente no oeste. Nos demais dias, a
nascente e o poente estão um pouco deslocados desses
pontos. Estes são os "portais" de Enoch, nos quais o sol viaja.
Até que o desvio seja novamente cancelado, como Enoch
confirma: "E com isso o sol atravessa as divisões de sua
órbita e volta novamente sobre aquelas divisões de sua
órbita." (Capítulo 72,27).
Eu acredito na evolução - com alguma reserva - e engoli
meu Enoch com a quantidade apropriada de ceticismo
saudável. É simplesmente impossível que conhecimento
moderno brote em livros antigos,o que nossos "super-
espertos" filologistas, teólogos e exegetas chamam de
"visões" ou "o jardim mágico de Enoch". Às vezes, sinto
como se estivesse em algum tipo de balé esquisito. Ninfas
estão dançando ao meu redor nas pontas dos pés,
acompanhadas por homens efeminados em mantos
flutuantes, e todos estão compondo um quadro de um
mundo fantástico, que nem mesmo existe. Será que
nenhuma dessas pessoas tem imaginação? Ou será que são
apenas incapazes de jogar fora esse lastro das gerações
anteriores?
Tenho tendência a me descrever como um realista
imaginativo, mas não deixo que minha imaginação me
absorva. As fronteiras entre os realistas de hoje - os
cientistas - e meu modo de olhar as coisas não são fixas, mas
o cientista se desvia tão logo a realidade assuma uma forma
fantástica. Para nós, hoje, a realidade de Enoch ainda é
muito fantástica - como era, de fato, para o próprio Enoch.
Lembro-me de um cientista que certa vez me disse, após
uma entrevista sobre alienígenas de que ambos
participamos: "Isso não faz parte da espécie de coisas com
que devemos nos preocupar. Devemos atentar para os
nossos próprios problemas atuais!". Ele não queria acreditar
que o passado tinha uma forte influência sobre nosso
presente. Se ETs realmente visitaram nosso planeta há
milênios atrás e passaram seu conhecimento para alguém,
como Enoch, há muito o que fazer agora. Apenas pense,
meu querido leitor, sobre o impacto na religião, as
conseqüências filosóficas, as possibilidades para a tecnologia
de vôo espacial, que pode atravessar anos-luz. Ou pense
ainda na antiga promessa de uma segunda vinda, que aparece
em praticamente em todas as religiões até o dia de hoje.
Obviamente, há duas hipóteses: as embaraçosas e as demais.
Os instrutores de Enoch - chame-os de "anjos", se quiser,
embora isso não se ajuste perfeitamente ao quadro - sabiam
perfeitamente bem o porquê de estarem ensinando o seu
aluno:

O luminar menor, que é chamado de Lua... seu nascente e
poente mudam a cada mês, e o dia, nele, são como os dias
do sol, e quando sua luz é uniforme [i.e. lua cheia] alcança a
sétima parte da luz do sol. E assim ela nasce. E sua primeira
fase no leste surge na décima terceira manhã, e toda a sua
circunferência está vazia, sem luz, com exceção de um
sétimo dela, e a décima quarta parte de sua luz... E tudo isso
Uriel, o anjo sagrado, que era o líder deles todos, mostrou-
me; e assuas posições, e eu escrevi suas posições, como ele
as mostrou para mim... Em sete partes ela realiza toda a sua
luz no leste, e em sete partes realiza toda a sua escuridão no
oeste... (Capítulos 73-74).

Na moderna publicação Handbook of Space (Manual do
Espaço), você pode ler exatamente a mesma coisa:

O ponto no qual a lua cruza o plano da eclíptica do sul para
o norte é chamado de nodo de elevação; o outro é chamado
de nodo de queda... A coisa mais impressionante sobre a
aparência da lua são suas fases. Como a própria lua não tem
uma fonte de luminescência, mas simplesmente reflete a luz
do sol, as fases da lua são dependentes das posições relativas
dos dois corpos celestes...

Isso apenas parafraseia a informação que ouvimos de Enoch,
com a diferença de que ele fala de "portais" nos quais o sol e
a lua se movem. Ele também descreve as fases da lua e sabe
que o satélite da Terra recebe sua luz do sol. Afirmações
como estas pressupõem duas coisas: que o observador
compreende não apenas que a Terra é uma esfera, mas
também que segue um caminho elíptico ao redor do sol. De
algum modo, isso não se ajusta às minhas pré-concepções
sobre o estado do pensamento científico no terceiro século
a.C., o período no qual o Livro de Enoch foi supostamente
escrito. Johannes Keppler, Galileu Galilei e Sir Isaac Newton
só entraram em cena muito tempo depois. Nos Capítulo 74 e
75, Enoch fornece uma descrição do dia bissexto:

E se cinco anos forem acrescentados, o sol teria um
excedente de trinta dias, e todos os dias que adviriam para
um daqueles cinco anos, quando estivessem cheios,
perfariam 364 dias... E os líderes também tinham a ver com
os quatro dias intercalares, sendo inseparáveis de seus
escritórios, segundo o cálculo do ano, e estes restam nos
quatro dias que não são contados no cômputo do ano...
Porque os signos e os tempos e os anos e dias o anjo Uriel
me mostrou... E eu vi carruagens no céu, correndo no
mundo, acima daqueles portais nos quais giram as estrelas
que nunca se põem. E um é maior do que todo o resto, e é
isso o que determina o seu curso pelo mundo inteiro, [grifo
do autor]

ECOS DA ÍNDIA

Quando li que Enoch viu "carruagens no céu, correndo no
mundo, acima daqueles portais nos quais giram as estrelas
que nunca se põem", então meus pensamentos foram
atraídos para a antiga Índia. Dê uma olhada nisso:

O carro de Indra, dotado de grande esplendor e dirigido por
Matali, chegou dividindo as nuvens e iluminando o
firmamento, enchendo todo o céu com seu rugido. Era uma
criação celestial, cegando o contemplador. O próprio Arjuna
- resplandecente como o sol - subiu no carro celestial...
Conforme se aproximava daquele reino invisível aos mortais
da Terra, ele contemplou milhares de carros de beleza
extraordinária. E naquela região não havia sol, ou lua, ou
fogo para fornecer luz... E aquelas regiões brilhantes, que são
vistas da Terra sob a forma de estrelas, como lâmpadas, são
grandes corpos celestes...

Simplesmente não faz sentido analisar os contos de Enoch
isoladamente, ou vê-los unicamente em termos de sua
relação com outros textos semi-religiosos, insípidos,
pertencentes à fé judaico-cristã, e varrer o resto para debaixo
do tapete! Mas há luz no fim do túnel - mesmo que a luz
esteja vindo de milhares de anos atrás. O estado de nosso
conhecimento hoje não é o auge da sabedoria, e a
humanidade não é o pináculo da evolução. Nossa crença
teimosa nos achados dos cientistas só é justificável em áreas
onde a ciência é uma arte exata. Todas as deduções baseadas
em sabedoria coletiva, porém, precisam ser tratadas com
cautela e questionadas tão logo uma nova informação venha
à luz. A informação fornecida por estes textos antigos não é
nem sonho, nem pensamento ansioso. Está ali e irá
confundir e surpreender nossa sociedade que surfa nas
ondas da internet, trazendo mais caos do que trouxe a
própria invenção do rádio.
Mesmo hoje, vivemos numa espécie de mundo de quebra-
cabeça: a tela da TV é como um espelho mágico que nos traz
quadros de manobras militares no Iraque, eventos políticos
no Peru, ou expedições ao Pólo Sul - tudo entregue em
nossas salas de estar ao toque de um botão. Assistimos ao
assassinato de um presidente dos Estados Unidos e, depois,
muito pouco tempo depois, vemos o mesmo homem -
parece que levantado dos mortos - falando e sorrindo para
nós de uma tela trêmula. Assistimos a um programa sobre
ciência, mostrando descobertas feitas sob um microscópio, e
nunca ficamos sabendo o que é verdade e o que é
simplesmente propaganda. Bocejamos diante de
lançamentos de foguetes e ficamos espantados com a
Estação Espacial Internacional, que está se movimentando
em algum lugar sobre as nossas cabeças, brilhando como
uma estrela fraca. Quando o planeta Terra finalmente se
livrar de sua infestação de seres humanos, só o céu saberá
como os nossos sucessores neste mundo descreverão o
passado. Apenas imagine, querido leitor, que alguma
catástrofe esteja para se abater sobre a Terra - não importa
que catástrofe. Mas em algum lugar, no pico de alguma
montanha dos Alpes suíços, alguns poucos de algum modo
sobreviveram. Você pode ter certeza de que eles farão tudo
o que puderem para assegurar que a espécie sobreviva e
comecem a produzir filhos logo que possível. E um pai
orgulhoso, sentado com seu filho no colo, olharia para o
alto, quando uma excessivamente grande águia mutante da
montanha planasse sobre sua cabana e diria, apontando:
"Olhe, filho, quando eu era mais jovem, havia pássaros de
metal centenas de vezes maiores do que aquela águia. E as
pessoas podiam se sentar na barriga do pássaro e olhar pela
janela e ver a Terra lá embaixo. Esses pássaros poderosos
voavam mais rápido do que uma flecha sobre a grande água,
para um lugar onde as casas eram construídas tão alto, que
alcançavam as nuvens..."
O pai fica velho e morre e o próprio filho torna-se pai.
Agora, o jovem pai conta a história para seu filhinho:
"Apenas imagine, meu filho. O seu avô me contou que
houve uma vez pássaros gigantes nos quais as pessoas
podiam se sentar e olhar para a Terra abaixo delas. Esses
pássaros voavam mais rápido que qualquer flecha e podiam
até atravessar a poderosa água, para um lugar onde as casas
elevavam-se até as nuvens..."
Já para a segunda geração, a história é inviável. Assim,
apenas tente imaginar o que acontece quando, muitas
gerações depois, os teólogos analisam tais cenas de seu ponto
de vista psico-religioso. Santo Enoch, nos ajude!
Hoje, você pode encontrar muitos textos de épocas há
muito esquecidas, mesmo que tenham sido reescritos muitas
vezes e adaptados à compreensão da época. Alguns desses
textos foram intencionalmente transformados em cifras, tal
como a Cabala judia, de modo que apenas alguns de um
seleto círculo de iniciados pudessem compreender o
conteúdo criptografado. Outros, como no caso do Popol
Vuh ou das inscrições maias - há três versões! - só restaram
pequenos excertos e, mesmo assim, muito provavelmente
pobremente traduzidos. E, depois, há aqueles, como o
Manuscrito Voynich, que desafiam qualquer tentativa para
se revelar o seu conteúdo. Isso sem falar das centenas de
milhares de escritos que foram vítimas do fogo ou de
destruição intencional ao longo dos séculos. Mas a Bíblia, os
Apócrifos e o bom e velho Livro de Enoch realmente
existem, mesmo que não mais totalmente em suas formas
originais. O que fazemos com eles, nós, os espertos homens
e mulheres modernos? Transformamos uma mutação
genética intencional - em outras palavras, uma mudança em
nosso código genético - em um "milagre do nascimento".
Você pode encontrar nos capítulos 106 e 107 do Livro de
Enoch, ou no Manuscrito de Lamech, um dos famosos
"Manuscritos do Mar Morto." E o que nós, palhaços, fizemos
com ele? O motivo original da "imaculada concepção"! As
descrições altamente precisas feitas pelo profeta Ezequiel, na
Bíblia, foram transformadas em "visões, sonhos, inspirações"
e outras mistificações semelhantes, embora ele claramente
esteja falando sobre um ônibus espacial. E nós ficamos
andando de um lado para o outro com o Livro de Enoch,
tornando-o uma espécie de incrível "jardim mágico".
Loucura!

UM LEGADO PARA AS GERAÇÕES FUTURAS

A história do sétimo rei antediluviano, que "subiu para o
céu", como dizem os manuscritos, foi falsificada, adaptada,
expandida, mudada, reescrita e religiosamente interpretada,
e, não obstante, o conteúdo ainda é reconhecível. E porque
este "sétimo" aparece tanto na Torah judia e no Antigo
Testamento sob o nome de Enoch, esta mistura de contos
encontra-se reunida sob o título de "os Livros de Enoch".
Muito embora o escritor possa bem ter sido chamado por
qualquer outro nome, fico com poucas opções e vou chamá-
lo também de Enoch. A este camarada foram ensinados
muitos ramos da ciência por uma raça alienígena e, para
fazer com que as coisas andassem mais rapidamente, ele
aprendeu a escrever usando uma "caneta de escrita rápida".
Após o seu estrondoso curso celestial, ele foi devolvido ao
seu povo com uma tarefa urgente: ensinar o povo e passar
adiante os seus livros, para que sobrevivessem às eras:

E dois mil homens se reuniram e foram para o lugar
Achuzan, onde Enoch estava com seus filhos. E os anciões
do povo, a assembléia inteira, vieram e ajoelharam-se e
começaram a beijar Enoch e a dizer-lhe: ... o Senhor
escolheu-te entre todos os homens na Terra e designou-te
escritor de toda a criação dele.
(Capítulo XLIV, 4-5, versão mais longa).

Que lugar é esse, "Achuzan", onde Enoch reuniu seu povo?
A informação astronômica que ele fornece nos dá uma boa
base para descobrir. Antes de Enoch retornar para o "céu" -
ou, na versão moderna, para a nave-mãe para fazer a grande
viagem pelo espaço - ele faz um grande esforço para contar
ao seu povo tudo o que lhe aconteceu, e preservar seus
livros para as futuras gerações:

"Enoch nasceu no sexto dia do mês Tsivan, e viveu
trezentos e sessenta e cinco anos. Ele foi levado para o céu
no primeiro dia do mês Tsivan e permaneceu no céu por
sessenta dias. Escreveu todos esses signos de toda a criação,
que o Senhor criou, e escreveu trezentos e sessenta e cinco
livros, e foi novamente levado para o céu no sexto dia do
mês Tsivan, no mesmo dia e hora em que tinha nascido...
Matusalém e seus irmãos, todos filhos de Enoch,
apressaram-se e erigiram um altar no lugar chamado
Achuzan, onde e quando Enoch tinha sido levado para o
céu." (Capítulo I XVIII, versão mais longa).

E se permanece alguma dúvida quanto a se Enoch foi
realmente o sétimo patriarca antediluviano e se era
realmente sobre livros que se estava falando:

"... Grave bem as palavras de seu pai, que virão a você dos
lábios do Senhor. Pegue estes livros, escritos pela mão de
seu pai, e leia-os...
(Capítulo XI.VII, versão mais longa)104

"Enoch de fato escreveu esta doutrina completa de
sabedoria..." (Capítulo 92,1).

"Um outro livro que Enoch escreveu para seu filho
Matusalém e para aqueles que virão depois dele..." (Capítulo
108, l)

"E depois que Enoch deu tanto e começou a narrar
detalhadamente os livros..." (Capítulo 93, l)

"E agora, meu filho Matusalém, chame todos os teus irmãos
e reúna a mim todos os filhos de tua mãe..." (Capítulo 91, 1)

"E agora, meu filho, eu te mostrei tudo, e a lei de todas as
estrelas do céu está completa." (Capítulo 79, l)

"E Matusalém apressou-se e reuniu seus irmãos, Regim,
Riman, Chermion, Gaidad, e todos os anciões do povo
diante da face de seu pai Enoch..." (Capítulo LVII, 2)

E não devemos deixar de lado sua missão para o futuro,
porque isso nos inclui também:

"E agora, meu filho Matusalém... eu te revelei tudo e te dei
livros relativos a tudo isso; assim, preserve, meu filho
Matusalém, os livros da mão de teu pai e que tu os entregue
às gerações do mundo..." [grifo do autor] (Capítulo 82)

Onde estão esses livros? Certamente, não são os feixes de
antigos pergaminhos que compõem os chamados Livros de
Enoch. Em algum momento e em algum lugar esses textos
desaparecidos irão aparecer. Isso é o que a "Grande Glória"
profetiza - e ele deveria saber:

Eis que de sua semente surgirá outra geração, muito mais
tarde, mas dela muitos estarão bem insatisfeitos. Aquele que
criar essa geração a ela revelará os livros escritos por tua
mão, dos teus ancestrais, para quem ele deverá indicar a
guarda do mundo, para os homens de fé e operários do meu
prazer, aqueles que não conhecem meu nome em vão. E
eles contarão para outra geração, e aqueles outros, que tendo
lido, serão glorificados depois disso, mais do que o foram os
anteriores, [grifo do autor] (Capítulo XXXV)

Fantásticas essas pérolas de sabedoria dos dias de outrora! O
diagnóstico é aquele que se ajusta. Textos, que são
simplesmente muito complexos para as pessoas dos tempos
de Enoch, serão descobertos milhares de anos depois, e
aqueles que os lerem serão "glorificados depois disso, mais
do que o foram os anteriores". Alguém como eu, que tende
a olhar um pouco mais para trás, nas brumas do tempo,
poderia ajudar na aceleração ao longo deste tempo de
despertar. Uma grande mudança está chegando e por mais
que políticos, cientistas que se dão muita importância, e
líderes religiosos, fervorosamente vociferantes, possam
querer, nunca serão capazes de impedir. Não há vacina
contra o pensamento. Idéias não conhecem fronteiras nem
censura. E mais: idéias têm uma tendência perigosa de se
alastrarem como o fogo.

O MILAGRE DA DESINFORMAÇÃO

A maravilha da televisão é um dos meios empregados para
tentar transformar a sociedade em uma desordem uniforme.
A manipulação e o controle de pensamento
inexoravelmente continuam. A humanidade está sendo
lavada por um grupo de moralistas maçantes, que se
convenceram de que são "gente boa". Sua visão do mundo é
fabricada pela mídia de massa e os chefes e editores-chefes
da mídia eletrônica são apenas os escudeiros de "conselhos"
desnecessários, "conselhos consultivos" de comissões
políticas e "contingentes", que não perdem uma única
chance de se envolverem nas coisas - sem levar em
consideração se, ou não, têm alguma idéia do que estão
falando. Programas de TV com opiniões que contradizem
qualquer religião - qualquer que seja ela - não são
permitidos. E a isso que chegamos!
Nossa natureza não-científica, nossa fé em uma ou outra
burrice, domina nossas vidas. O fluxo maciço de informação
lá fora apenas nos tornou preguiçosos. Preferimos vegetar à
frente da TV a ler um livro com olho atento e crítico; ou
vadiar na praia em Hurghada a olhar a Grande Pirâmide bem
de perto. Os jovens de hoje ficam à toa com seus
computadores; seus monitores vomitam dados que não
interessam a ninguém e, portanto, são imediatamente
remetidos para a lixeira do esquecimento. De que nos
adianta, nesta era eletrônica, ter milhares de vezes mais
informação disponível, se não se faz nada com ela? Sim,
surfamos nessa onda, mas realmente nunca mergulhamos
nela. A Internet nos manipula, porque acreditamos que
podemos ter acesso a qualquer coisa que queiramos, e que
isso nos torna bem informados. IT - Information Trickery
(Truques de Informação). A internet apenas cospe aquilo
que alguém, em algum lugar, digitou. Assim, você achará
difícil, querido leitor, encontrar os textos apócrifos, a lista de
Manetho dos reis egípcios, para não mencionar a tradução
completa do Mahabharata, feita por Chandra Roy, em 1888.
Muito do que "sabemos" sobre a internet é uma ilusão.
Ficamos tateando no escuro, quando procuramos textos
antigos, que, provavelmente, nunca estarão online. Giga:
garbage in, garbage out (lixo dentro, lixo fora). Assim, nunca
haverá qualquer indexação cruzada. A onisciente Internet é
unilateral e basicamente uma manipulação daqueles que
acreditam que realmente podem acreditar nela, postada por
pessoas assim para outras semelhantes a elas.
Os "cabeças-de-batata" de hoje comportam-se como todas as
pessoas que pensam do mesmo jeito, a partir do momento
em que se sentam à frente do teclado. Exatamente como
pacientes semi-conscientes, todos tendo espasmos uns com
os outros. Isso não me choca mais, porque sei como o
sistema funciona. Não há mais ligações cruzadas fora da Net;
simplesmente são desconhecidas. Assim, surgiu uma espécie
de psicose de fé - você quase pode descrevê-la como uma
cultura de parasitas, que se tornou rotina em nossa
alegadamente muito bem informada sociedade. Ligar o
passado ao futuro é impensável para mentes de mão única.
Mas, eles são, não obstante, totalmente interligados, e
qualquer um que ainda não percebeu isso tem mais é que
aprender rapidamente, porque o futuro está prestes a ser
invadido pelo passado. Como você irá se comportar, quando
os amigos alienígenas de Enoch realmente voltarem? E que
eles irão voltar é tão certo quanto a noite segue o dia. Para
aqueles que estão interessados, recomendo meu livro The
God Shock (Choque de Deus). Será que vamos sofrer um
choque de Deus? O fato de que nosso pensamento é
manipulado desde a hora em que nascemos é ilustrado
lindamente (ou porcamente, se você preferir) no exemplo
dado a seguir, que não me tem saído da cabeça desde que fui
a uma palestra do professor Karl Steinbuch, há cerca de 40
anos atrás: Em alguns países, as crianças são educadas para
serem fiéis cristãos; em outros, para serem muçulmanas. E
nenhuma sociedade considera que a simples troca dos bebês
pode tornar muçulmana uma criança que, de outro modo,
seria cristã, ou vice-versa. Este simples discernimento
demonstra a natureza fundamental de qualquer doutrinação.
Depois de Enoch ter aprendido a língua dos extraterrestres,
que lhe foi ensinada pelos "anjos", escreveu tudo em
pergaminhos com sua "caneta de escrita rápida" e, depois,
passou 30 dias relatando todo o episódio a seus filhos e
anciões, seus novos amigos "celestiais" vieram e o levaram
para a grande excursão. O povo não compreende o que está
acontecendo:

Depois de Enoch ter falado ao seu povo, o Senhor enviou a
escuridão sobre a Terra, e houve escuridão e ela cobriu
aqueles homens que estavam com Enoch, e eles levaram
Enoch para cima, para o céu mais elevado... E as pessoas
viram, mas não entenderam como Enoch tinha sido levado,
glorificaram Deus, e todos foram para suas casas. (Capítulo
LXVII, versão mais longa)

ENOCH TIRA FÉRIAS

As lendas antigas dos judeus contam uma versão
ligeiramente mais longa do desaparecimento de Enoch. Os
"anjos", eles dizem, prometeram a Enoch levá-lo com eles,
mas a data da partida não tinha sido decidida: "Chegou-me
um aviso de que eu partiria para o céu, mas eu não sabia em
que dia eu o deixaria." Assim, Enoch sentou-se com seu
povo e compartilhou com ele tudo o que tinha aprendido
com os anjos Uriel e Pravuil. Em particular, ele enfatiza que
seus livros não devem ser mantidos em segredo, mas que
precisavam ser preservados para as futuras gerações (algo
que eu aprovo!). Após alguns dias de ensinamentos, as coisas
começam a ficar excitantes:

E ocorreu ao mesmo tempo em que as pessoas e Enoch
estavam sentadas e ele falava com elas. As pessoas
levantaram os olhos e viram a figura de um corcel descendo
do céu, e cavalgou para baixo em uma tempestade sobre a
Terra. E as pessoas falaram para Enoch o que viam. "Este
corcel desceu para mim. Chegou o tempo e o dia em que os
deixarei e nunca mais os verei". Então, o corcel estava lá e
todos o viram claramente.

Aparentemente, Enoch tinha sido previamente avisado
pelos ETs Uriel e Pravuil de que a decolagem poderia ser
perigosa para as pessoas ao redor; assim, ele aconselhou-as a
se afastarem. Ele avisou muitas vezes os assistentes curiosos
para que não o seguissem, "assim vocês não morrerão".
Alguns deles compreenderam, mas os espectadores mais
obstinados ficaram desesperados para testemunhar o
"arrebatamento" de Enoch em primeira mão. E a coisa fica
dramática: "Eles falaram: nós o seguiremos até o local de
onde você partirá; apenas a morte pode se colocar entre nós.
E porque eles eram teimosos, ele não falou mais com eles,
que o seguiram e não mais retornaram. E assim aconteceu:
Enoch subiu para o céu tempestuoso em corcéis de fogo em
uma carruagem de fogo."
A viagem de Enoch para as nuvens termina para seus
companheiros. No dia seguinte, um grupo de busca partiu
para procurar aqueles que tinham seguido o mestre:

"E eles procuraram naquele lugar onde Enoch tinha subido
para o céu e, quando chegaram ao local, encontraram o chão
esbranquiçado como neve e grandes pedras que pareciam
pedras de neve. Falaram uns com os outros e disseram:
vamos tirar esta neve para ver se aqueles que seguiram
Enoch estão sob ela. E eles cavaram a neve e encontraram
aqueles que acompanharam Enoch mortos. Também
procuraram Enoch, mas não o encontraram, pois ele tinha
subido para o céu. Isso aconteceu no centésimo décimo
primeiro dia da vida de Lamech, o filho de Matusalém,
quando Enoch subiu ao céu."

Este final dramático deve ter deixado até os exegetas algo
perplexos, pois tinham sempre interpretado a "ascensão" de
Enoch simplesmente como a aceitação do mesmo no seio de
Deus. Apenas imagine o querido e bondoso Deus olhando
com indiferença, enquanto centenas de inocentes
espectadores são queimados por irem assistir a subida de seu
mestre para o céu. Eles ouviram seu sábio mestre Enoch,
eles o honraram, estavam ligados a ele e, finalmente,
fatalmente o seguiram até o local de seu lançamento ao céu.
O que essas pessoas fizeram realmente de errado? Enoch
parte "na intempérie" e "em corcéis de fogo de carruagens
de fogo", mas no solo todos são queimados vivos, e até as
pedras são calcinadas e ficam cobertas com um fino pó
branco, que se assemelha à neve. Hoje, sabemos que certas
rochas (por exemplo, o calcário) tornam-se brancas, quando
expostas ao calor extremo e essa areia - dependendo da
temperatura - se funde em cristais vítreos, que se
assemelham ao sal branco. E nosso querido e amável Deus
fez isso? E os teólogos descrevem tudo isso como "visões" de
Enoch. Deus não tinha o poder de buscar seu pupilo de uma
maneira menos destrutiva? Por que essa imolação agonizante
e dramática de tantas pessoas, que simplesmente queriam
acompanhar seu amado mestre Enoch?

TEMPO PARA UM NOVO ARREBATAMENTO

Teologia, filologia, filosofia. Essas são, afinal, humanidades,
e, contudo, são precisamente esses grupos que me acusam
de subverter os textos para ajustá-los às nossas teorias. Que
tipo de saltos intelectuais você precisa fazer para transformar
em divino algo como "Mais Elevado" e a "Grande Glória" dos
Livros de Enoch? Reconhecidamente, tenho alguma
compreensão de algumas dessas interpretações da antiga
escola; afinal, não se podia esperar que nossos honoráveis
ancestrais conseguissem compreender qualquer coisa
relativa a viagens interestelares e, conseqüentemente,
compreender, interpretar e conservar os textos dentro de
sua própria estrutura teológica de referência. Mas
conservação significa preservação - e nem mesmo o melhor
dos conservantes consegue manter o alimento fresco para
sempre.
Os textos de Enoch e muitos outros documentos antigos
estão gritando por uma interpretação mais contemporânea.
Mas, em nossa sociedade, as pessoas gritam de volta, em
choque e horror: "impossível", "vôo da imaginação", ou até
"sacrilégio"! Quando o conhecimento vencerá e as pessoas
entenderão que a roda da compreensão não é girada por
peritos - mesmo que sejam acadêmicos - mas por aqueles
que não querem calar o intelecto? Desde 1946, a ONU
declarou que a liberdade de informação era um direito
humano fundamental. E os chamados Estados "livres"
possuem leis, como o "Ato da Liberdade de Informação",
como é chamado nos Estados Unidos da América. A
liberdade de se trocar informação é um dos direitos mais
valiosos que possuímos. É lógico que todo mundo deveria
ser livre para dizer, escrever e até imprimir suas opiniões.
Não é?
Mesmo no mundo democrático, já regredimos ao estágio em
que livros são banidos por lei. Uma única pessoa, ou um
grupo religioso - ou, até pior, uma ideologia política - sente-
se atingida e se enche de indignação e, antes que você saiba,
o livro vai para a lista de banidos (às vezes antes mesmo que
tenha sido publicado!), como se as partes afetadas não
fossem capazes de processo por difamação, e os casos
genuínos ou alegados de calúnia não pudessem ser reunidos
apropriadamente. Em alguns dos casos mais extremos, isso
se dá à custa do autor, que alardeou estes "libelos" no mundo
inteiro. Hoje, alcançamos um ponto em que certas coisas
não podem mais ser ditas em público. São impedidas por
serem politicamente incorretas ou por legislação hipócrita,
que grita por - dá para acreditar nisso? - espionagem para
descobrir quem falou o quê. A manipulação judicialmente
conduzida, o Estado Orwelliano, está sendo introduzido
pedaço por pedaço por palhaços políticos, que
indescritivelmente se levam a sério. E os pobres juízes, que
persistem com este nonsense, convencem-se de que seus
julgamentos contribuem para a paz social e que é uma
reivindicação mais elevada do que qualquer constituição.
Como membro do PEN Clube internacional - que está
comprometido com a liberdade de expressão falada e escrita
-, sinto-me constrangido ao ouvir falar dessas leis profanas,
que restringem nossa liberdade e que agora existem até em
meu país de origem, a Suíça. É surpreendente o quão longe
esses políticos tolos chegaram.
Em uma teocracia, não há liberdade de informação. Aqueles
que proíbem a palavra escrita e falada sempre têm razão para
temê-la. Sua própria doutrinação cheira mal até o céu! A
sociedade está "adaptada" - a próxima fase será assim: pela
esquerda, marchem!

Afirmei que os textos dos extraterrestres existem na Terra e
citei os seguintes exemplos:

O deus Teuth deu ao faraó escritos, em Naucratis.

O chamado Livro de Adão preservado em uma safira.

Oannes (na Babilônia) deu ao povo um livro.

O ser divino Yma, do livro sagrado dos persas, o Avesta,
apresentou escritos. O mesmo ser era conhecido pelos
fenícios como Taut.

O imperador chinês recebe textos de um monstro chamado
Meng-bo, uma besta com "corpo de cavalo e cabeça de
dragão".

O divino mestre Padmasambhava, no Tibete, traz para a
Terra, escritos indecifráveis, que são preservados para o dia
em que "possam ser compreendidos".

Diodorus da Sicília diz que um deus ensinou o homem a ler
e escrever.
Enoch: "Observe, Enoch, estas tabuinhas celestiais e leia o
que está escrito nelas..." Enoch é ensinado pelos anjos e a
ele é dada uma "caneta de escrita rápida". Ele passa seus
livros para seu filho Matusalém.

Minha lista não está completa - milhares de autores da
Antiguidade e escrituras de várias religiões afirmam a mesma
coisa. Assim, o que fazemos com isso? Apenas contos de
fada, nonsense, burrice, visões, imaginação, pensamento
anelante, arrebatamentos, jardins mágicos? Será que somos
nós o problema? Será que é nosso modo de enxergar as
coisas? Será que não conseguimos acreditar no que está bem
à nossa frente? Nosso pensamento é conduzido pelo
pensamento acadêmico, desde o momento em que entramos
para a escola. Evolução é a palavra mágica. E o fato de que a
evolução existe tem sido provado e é indiscutível. Com
reservas. Nem tudo corre segundo o princípio da evolução
feliz. Tem havido mutações genéticas-alvo ao longo da
história do homem. Pelo menos isso pode ser provado por
escritos antigos e aqueles que não acreditam simplesmente
não conhecem os textos. Há "deuses" e "mestres" que
simplesmente não conseguimos fazer sumir, por não se
ajustarem à caixa marcada pelo título "evolução" - porque
eles estiveram aqui e deixaram sua marca. E isso pode ser
demonstrado por qualquer um que conheça todo esse
material; os outros deveriam dar uma olhada nisso! Nossa
crença obstinada na evolução nos fez engolir à força - uma
boca cheia por vez - a crença de que uma coisa leva a outra
e nós, seres humanos, estamos no topo da pilha evolutiva.
Isso não é mais verdadeiro do que a reivindicação religiosa
de que somos o pináculo da criação. Os sábios acadêmicos
de nossa era agarram-se ao princípio da "simples
possibilidade", da "solução mais plausível". Esta abordagem
exclui qualquer outro modo de encarar as coisas. Estão
confinados a uma espécie de prisão do pensamento, porque,
uma vez que "a solução mais plausível" foi encontrada, isso
coloca um fim à questão. Qual é o problema de se olhar mais
além? Quando aplicada aos problemas mais fundamentais,
esta metodologia, mesmo que tenha sido declarada
sacrossanta pela comunidade científica, somente nos dá a
metade da resposta - se o fizer. E uma dessas soluções inúteis
é a teoria da evolução. Evolução é a resposta para muitas
coisas - mas não todas as coisas.

PLATÃO LANÇA ALGUMA LUZ

O diálogo de Platão Timeu, por exemplo, não é apenas sobre
a Atlântida; trata também de geometria e da criação da Terra.
Depois de ler os escritos de Platão durante algumas semanas,
achei realmente difícil compreender porque Galileu Galilei
sofreu por causa de suas teorias sobre o heliocentrismo e
porque quase foi morto pela Inquisição, no século XVII.
Tudo o que Galileu pensava já podia ser lido em Platão. Por
exemplo: o fato de que a Terra é esférica ou que orbita ao
redor do sol. Gaio Plínio Segundo (23-79 d.C.), que também
deve ter estudado Platão e Euclides, coloca muito
claramente:

Há um grande debate entre o aprendido e o vulgar para
saber se há homens espalhados por todo canto da Terra, de
modo que estão com seus pés virados um para o outro... Se
alguém perguntasse por que aqueles situados em oposição a
nós não caem, nós diretamente perguntaremos de volta se
aqueles no lado oposto não ficam imaginando que nós não
caímos... É, de fato, maravilhoso que se formasse um globo,
quando há tanta superfície plana no mar e nas planícies...
assim nunca haveria noite e dia ao mesmo tempo na Terra,
pois para a metade do globo virada para longe do sol é
noite...

Nada novo sob o sol! Então, será que o conhecimento do
Livro de Enoch é proveniente dos antigos gregos? De modo
nenhum, porque, mesmo no tempo de Platão, sabia-se que
as leis fundamentais provinham dos deuses. Enquanto nos
rebelamos contra esse tipo de noção, ela era clara, um
conhecimento diário para os filósofos gregos - que
atualmente nós chamaríamos de cientistas. Eis um exemplo:
Os participantes do diálogo Gorgias eram Sócrates,
Charephon, Górgias, Callicles and Polus - um verdadeiro
grupo de intelectuais. Sócrates abriu a discussão afirmando
que o que ele iria dizer representava suas firmes convicções
e que ele a tomaria como sua verdade. Então, ele explicou
que a sabedoria e a importância da geometria também já
eram conhecidas pelos deuses. No terceiro volume de Leis,
de Platão, isso fica claro. Aqui a pergunta é se não pode
existir um leve indício de verdade nas lendas antigas (até
antes delas!). Qual é especificamente o significado daquelas
lendas "das antigas, numerosas catástrofes humanas causadas
por dilúvios e desastres semelhantes, dos quais apenas uma
pequena parcela da raça humana conseguiu ser salva"?
A discussão girou sobre o fato de que habitantes das
montanhas sobreviveram, os quais - depois de apenas
algumas gerações - perderam todo traço de memória das
civilizações anteriores. As pessoas simplesmente
acreditavam "no que era dito a respeito dos deuses e viviam
de acordo com isso". Para viverem em harmonia após o
dilúvio, "as pessoas tiveram de desenvolver novas regras,
porque nenhum legislador da era anterior tinha
sobrevivido." "Como não fazemos leis para os filhos dos
deuses, nem para os heróis, como os legisladores da
Antiguidade, que eram, eles próprios, descendentes dos
deuses... que também descendem dos deuses, ninguém
deveria usar isso contra nós agora..." [grifo do autor].
As leis mais antigas foram introduzidas pelos deuses - e aqui
voltamos para Enoch e seus anjos Pravuil e Uriel. "Nunca!" -
gritam os evolucionistas! Os textos de Enoch foram
corrigidos pelos sacerdotes judeus a partir do conhecimento
dos gregos antigos! Então, qual a explicação para o fato de
que Enoch conta sua história na primeira pessoa, dizendo a
seu filho Matusalém que os "anjos" o levaram para o céu
numa carruagem de fogo e ensinaram-lhe sua sabedoria?
Nos diálogos de Platão, Timeu e Crítias relatam
extensivamente toda a história da Atlântida - assumo que
meus leitores conheçam-na. Ouvimos como Sólon escreveu
a história da Atlântida a partir de uma coluna ornamentada,
"no lugar onde o Rio Nilo se ramifica, conhecido como
Saitic... a grande cidade de Sais... o local de nascimento do
Rei Amasis..." O sábio Sólon, que trouxe a história da
Atlântida do Egito para Atenas, viveu por volta de 640 a 560
a.C. Sólon copiou a história de um evento que aconteceu
milhares de anos antes de seu próprio tempo, que estava
inscrita em uma alta coluna. E quem fundou Atlântida?
Poseidon, um desses filhos dos deuses - ou, colocando em
um contexto mais moderno, um dos descendentes da
tripulação amotinada de Enoch, que escolheram o mau
caminho com as filhas dos homens e foram proibidos de
retornar à nave e continuar sua jornada com a "Grande
Glória".
Não nos esqueçamos:
Poseidon também engravida uma bela donzela terrestre e a
Atlântida foi originalmente criada para fornecer abrigo para
sua nova família. O simples fato de que o que o deus
Poseidon criou com a Atlântida foi um super estado, que
estava além do domínio da compreensão tecnológica
contemporânea, povoada por pessoas que eram amplamente
superiores a qualquer outra raça de homens e onde as
construções eram cobertas por uma liga especial de metais
chamada orichalcum, não me surpreende de maneira
nenhuma. Ma o que este pequeno desvio para a Atlântida
tem a ver com os Livros de Enoch?
Do começo ao fim dos textos de Enoch não há qualquer
menção à Atlântida, ou a uma ilha que desapareceu em um
dilúvio, ou um super estado criado por um dos "anjos
caídos". Por que não? Por que os textos de Enoch foram
escritos antes do dilúvio.
"Somente duas coisas são infinitas", disse Einstein certa vez.
"O universo e a estupidez humana, e não estou certo a
respeito da primeira." Einstein não estava insultando
qualquer pessoa; estava se referindo à sociedade em geral.

DE VOLTA A VOYNICH

Mas este capítulo não era sobre o Manuscrito Voynich? O
que Voynich tem a ver com Enoch ou os achados
descobertos pelo Padre Crespi, no Equador? A Coleção
Crespi contém escritos gravados empedra e metal que nunca
foram seriamente considerados, porque ninguém realmente
nunca os examinou apropriadamente. Mas painéis como
aqueles gravados, o colar dourado com seus 16 símbolos, ou
a pirâmide de metal com os elefantes e a faixa de símbolos
em sua base, foram todos encontrados a milhares de
quilômetros do Equador, nos Estados Unidos, e novamente
12.000 quilômetros a leste, na França. Lá, na pequena aldeia
de Glozel, o fazendeiro Emile Fradin descobriu milhares de
peças entre os anos de 1924 e 1930. Elas incluíam
incontáveis peças gravadas e ossos com símbolos que
ninguém nunca analisou. Em seu livro Geheimakte
Archäologie, o jornalista suíço Luc Bürgin descreveu esses
artigos em detalhe -sem causar a mínima impressão na
comunidade acadêmica. Mas teria sido melhor se os
acadêmicos tivessem olhado melhor, porque muitos dos
símbolos das pedras de Glozel também aparecem nos itens
da coleção do Padre Crespi. Glozel, na França, e Cuenca, no
Equador, estão separadas por cerca de 12.000 quilômetros.
Pelo menos alguns dos itens de Glozel foram datados de 15 a
17.000 anos antes de Cristo. Assim, quem "copiou" quem?
Outro local enigmático e altamente controverso está
localizado em um vale remoto no Illinois, Estados Unidos.
Durante os anos 1980, vários artefatos começaram a
aparecer, supostamente encontrados em alguma caverna
pelo idiossincrático Russell Burrows. Junto com objetos
dourados, também havia relíquias de pedra com símbolos
gravados. Infelizmente, Russel Burrows fez um escarcéu
para manter em segredo o local de seu achado. Contudo,
Luc Bürgin teve a sorte de fotografar alguns dos artefatos e
pelo menos assim torná-los disponíveis ao público. Os
símbolos nos itens da caverna de Burrows eram
suspeitosamente similares tanto àqueles de Glozel quanto
àqueles da coleção Crespi. Parece que mesmo em tempos
pré-históricos - e muito antes do dilúvio - já havia gente
entalhando símbolos semelhantes em pedras, ossos e metais.
O que fazemos com isso? Bem, devemos pelo menos olhar
mais de perto e comparar as coisas!
A peça mais impressionante da coleção Crespi continua
sendo o tosco painel de metal dourado de 60 cm de altura
com seus 56 símbolos "estampados". Como me assegurou
Padre Crespi - e eu o visitei inúmeras vezes - este era apenas
um exemplo de toda uma biblioteca de metal, que estava
escondida em lugares secretos (mais sobre isso no próximo
capítulo). Alguns dos símbolos assemelham-se àqueles do
Manuscrito Voynich. Mas isso em si mesmo não é razão
suficiente para erguermos os braços e gritar: "Hurrah!". O
Manuscrito Voynich tem resistido a toda tentativa de
decodificação, como aconteceu com os painéis de metal da
coleção Crespi, muito embora o especialista em sânscrito
Professor D.K. Kanjilaal acreditasse que era capaz de
identificar certos caracteres bramânicos antigos entre os
símbolos. Segundo Crespi, sacerdotes hindus tinham lhe
assegurado que a biblioteca de metal descrevia a raça
humana em tempos antediluvianos. Isso é exatamente o que
Enoch faz. E ele foi ensinado sobre os segredos da natureza,
do sistema solar e do universo por "anjos".
No Manuscrito Voynich, por outro lado, há centenas de
ilustrações de plantas, que simplesmente não existem na
Terra. Com algumas delas, é difícil não pensar que são
representações botânicas levadas até o nível molecular. E,
então, há os estranhos tubos, cubas e banheiras, que estão
conectados entre si e com as plantas. Há mulheres sentadas
nelas, como se estivessem brincando em alguma espécie de
fonte da juventude. Nada disso aparece nos textos de Enoch.
Será que isso exclui qualquer tipo de comparação entre
Voynich e Enoch?
Diz-se que Enoch escreveu mais de 300 livros. Livros,
naquela época antiga, não são os livros como conhecemos
hoje. Eram mais rolos de pergaminhos ou - para usar um
equivalente moderno - brochuras. Enoch entregou-os, não
se esqueça, antes de sua misteriosa excursão mágica
interestelar, a seu filho Matusalém, para que fossem
preservados para as gerações que viriam após o dilúvio. Não
podemos excluir que uma dessas "brochuras" de algum
modo terminou em um antigo mosteiro e os monges
copiaram fielmente a escrita indecifrável. Mas tudo isso é
um pouco artificial. Já seria extraordinário se os textos de
Enoch ainda não descobertos incluíssem o conhecimento de
plantas alienígenas e receitas para elixires da imortalidade.


UM OLHAR MAIS ATENTO AO TEXTO

O Manuscrito Voynich contém palavras que são repetidas
constantemente, como se fossem algum tipo de elementos-
chave.
Dê uma olhada na folha 76 do Manuscrito Voynich (você
pode ver o número 76 escrito no canto superior direito).
Agora, vá descendo o olhar, uma linha por vez, de
preferência usando uma folha de papel sobre o texto, para ir
revelando cada linha sucessiva. No meio da primeira linha,
você verá uma sílaba de fechamento - é um pouco pequena,
mas você conseguirá ver - que parece mais o número "89".
Na linha seguinte, você a encontrará novamente à esquerda
e, na quarta linha, ela aparece cinco vezes, incluindo quatro
palavras em uma fileira! Este "89" freqüentemente também
aparece no final das mesmas palavras. Somente na página 76,
a "sílaba 89" - se for mesmo uma sílaba - aparece cerca de 64
vezes. Treze delas sobre a mesma palavra. Sempre pensei
que a freqüência de uma palavra nos permite tirar
conclusões sobre qual poderia ser o seu significado. Mas essa
regra parece não se aplicar ao Manuscrito Voynich. Há uma
letra, que mais se parece com um "4", que aparece cerca de
1.300 vezes em algumas páginas.
O lingüista alemão Erhard Landmann diz ter compreendido
o conteúdo do Manuscrito. Eis um exemplo: "O salto de
nosso início no espaço foi verdadeiramente grande, e está
descrito no Manuscrito Voynich. Na folha "f86rs" do
Manuscrito Voynich, em que se pode ver uma ilustração das
Plêiades e a estrela Aldebaran. Uma linha sinuosa liga as
Plêiades ao nosso sistema solar, representado como um sol
com cara humana..."

O Sr. Landmann acredita que as Plêiades são a fonte final da
humanidade. Uma coisa de que não se tem dúvidas é de que
muitas raças antigas acreditavam que os deuses tinham vindo
da direção das Plêiades (maias, incas, maoris, etc.). Porém
não posso dizer quão perto o Sr. Landmann está da verdade.
O Manuscrito Voynich tem muitos desenhos de estrelas;
algumas vezes elas situam-se nas margens; depois, aparecem
em diferentes cores e tamanhos no topo ou na base da folha;
depois, novamente aparecem em aparentes explicações
astronômicas sobre signos zodiacais, ou parecem estar
ligadas ao banho das mulheres nuas em banheiras. Há até
algumas que realmente parecem ter alguma relação com as
estrelas dos textos de Enoch.
Tomemos a ilustração no Manuscrito Voynich que apresenta
três faixas circulares de texto, as estrelas e o sol no centro.
(Ver página 104).
Linhas vermelho-azuladas irradiam-se de um sol central
(com uma face); entre eles, grupos desiguais de estrelas. Já
contou os raios vermelho-azulados? Há 12 deles. Se você
pensar no círculo como um relógio, então pode reconhecer
"letras" às 3 horas e, em oposição, às 9 horas. São as mesmas
em ambos os lados - embora o texto às 3 horas esteja de
cabeça para baixo. Obviamente, a mesma idéia está sendo
expressa duas vezes. Doze raios partem do sol; entre eles
sóis, e tudo isso cortado ao meio.
O que estava em Enoch? "O luminar Sol tem seu nascente
nos portais do leste do céu, e seu poente nos portais do oeste
do céu. E vi seis portais nos quais o sol nasce, e seis portais
nos quais o sol se põe... Naquele dia em que o dia se iguala à
noite e se torna de igual comprimento..." (Capítulo 72).
Enoch fala de "doze portais" subdivididos em seis. A
ilustração no Manuscrito Voynich mostra exatamente a
mesma coisa. Bem, poderia ser apenas coincidência, mas
talvez isso ajude os criptógrafos em sua longa busca por uma
solução, porque pelo menos agora eles têm uma pista sobre
o assunto.

No que se refere à especulação sobre a origem do
Manuscrito Voynich, acho que duas das opções que
mencionei podem ser esquecidas imediatamente. O
Manuscrito não se originou da caneta de um clérigo cristão.
Por que não? Não há absolutamente qualquer simbologia
cristã em todo o manuscrito e qualquer pseudo-santo cristão
nunca teria desenhado todas aquelas senhoras nuas em suas
banheiras ou todas as plantas. Este é um fato sem defesa!
E o sonhador do asilo? Não que seja impossível, mas esta
pobre alma teria de conhecer alguma coisa sobre
astronomia. Olhe para os portais de Enoch, nos quais o sol
nasce e o diagrama equivalente no Manuscrito Voynich.

"O homem ocasionalmente tropeça na verdade, mas na
maior parte das vezes ele se levanta e continua seu
caminho."
(Sir Winston Churchill, 1874-1965)

DESMASCARANDO OS
CHARLATÃES


UMA TEMPESTADE DE INDIGNAÇÃO

Meu livro Aussaat und Kosmos (Seu título em inglês era The
Gold of the Gods - O Ouro dos Deuses) foi publicado em
agosto de 1972. A obra tinha 266 páginas de texto e em
apenas 12 delas descrevi um sistema de cavernas
subterrâneas no Equador, na América do Sul.
Escrevi sobre uma mesa e algumas cadeiras que poderiam ser
encontradas nos túneis e cavernas, continuando assim:

Por trás das cadeiras, você pode ver animais - sáurios,
elefantes, leões, crocodilos, jaguares, camelos, ursos,
macacos, bisões, lobos - entre eles, lagartos rastejantes,
caracóis, crustáceos. Como se tivessem sido lançados ali
onde estavam, casual e amigavelmente alinhados em uma
fileira. Não aos pares, como nas ilustrações da Arca de Noé.
Nem classificados por gênero e espécie, como um zoólogo
poderia ter preferido ver. E nem em uma hierarquia da
evolução natural, como um biólogo gostaria. Não. É mais
como uma espécie de jardim zoológico de insanidades, e
todos os animais são feitos de puro ouro...
Oposto ao jardim de feras, à esquerda e atrás de uma mesa de
conferência, podia-se ver uma biblioteca que consistia de
painéis de metal. Alguns deles, painéis; alguns,
simplesmente folhas de metal, com apenas milímetros de
espessura... Estavam colocados um após o outro, como
páginas encadernadas de algum livro gigante. Cada painel
continha escrita, gravada e igualmente espaçada, como se
escrita por algum tipo de máquina. Moricz ainda não tinha
conseguido contar todas as páginas desta maciça biblioteca
de metal, mas aceito sua estimativa de que são milhares.
Quem quer que tenha sido o criador da biblioteca e
independentemente de quando ele a tivesse reunido, fica
claro que este grande e desconhecido bibliófilo e seus
ajudantes foram os mestres de várias técnicas diferentes de
produção de páginas de metal "feitas sob medida" em larga
escala. Ele também conhecia as letras, com as quais planejou
contar às futuras gerações algo que era importante para ele.
Esta biblioteca de metal foi construída para durar; de modo
que permanecesse legível para sempre...

Estas pequenas passagens do livro foram suficientes para
criar uma tempestade mundial de indignação. Começou nos
países de língua alemã, onde a maioria dos jornais me acusou
de mentir; espalhou-se pelos Estados Unidos e, então,
espalhou-se pelo mundo de fala espanhola. Foi citado em
todo arquivo de imprensa, de onde foi dobrado e
quadruplicado e tornou-se uma avalanche que desabou
totalmente sobre mim. Minha reputação como autor foi
completamente destruída. As pessoas me conheciam como
um mascate de contos de fadas e um vigarista, que não tinha
mais nenhum crédito. Arqueólogos anunciaram que não
havia quaisquer complexos de cavernas inexplorados no
Equador. Os que lá existiam já tinham sido examinados até o
último centímetro pelos cientistas. E, naturalmente, não
havia qualquer biblioteca de metal e os painéis de metal do
quintal do Padre Crespi eram só falsificações baratas. Eu
tinha enganado totalmente os meus leitores com uma
história completamente fabricada, apenas para ganhar
dinheiro.
Naturalmente, fiz o melhor que pude para me defender -
sem o menor sucesso. Estava no fundo do poço e, hoje, me
pergunto como consegui sobreviver e publicar outros 20
livros de não-ficção em muitos países e idiomas diferentes
depois de The Gold of Gods (e algumas novelas também!).
Tudo bem! Eu fiz tudo certo apesar dos problemas. Então,
por que trago tudo isso à tona novamente aqui e agora?
Aqueles que são considerados mortos freqüentemente
vivem mais! A história desta biblioteca de metal está prestes
a se tornar mais quente do que nunca. Por trás do véu do
segredo, uma corrida para encontrar certa localização no
Equador já começou. Eu conheço a localização geográfica - e
alguns outros também! Jornalistas espertos seguirão esta
trilha quente e sensacional e inevitavelmente tropeçarão
naquele antigo fragmento de informação do The Gold of
Gods. E novamente os arquivos serão saqueados e as antigas
histórias sobre Erich von Däniken e seu comportamento
irão ressurgir. Porque ninguém realmente conhece - ou
pode conhecer - o que realmente aconteceu 35 anos atrás.
O que fiz na Terra? De onde esta história sobre uma
biblioteca de metal subterrânea realmente vem? Será que eu
realmente fabriquei tudo isso para me tornar mais
importante do que era? Que tipo de tolo preciso ter sido, e
por que escrevi que estive pessoalmente lá, se nada disso
tivesse a menor possibilidade de ser verdadeiro?
Nada disso?

E, AGORA, UM POUCO DE VERDADE

Décadas se passaram desde que The Gold of Gods foi
publicado. Sempre mantive um arquivo meticulosamente
bem organizado. E, agora, com um amortecedor de 35 anos,
finalmente me sinto pronto a publicar certos documentos
daquela época. Isso não tem nada a ver com provar que
estou certo, ou mesmo por vaidade própria. Para mim, é
apenas um anátema pensar que tal tesouro inacreditável
deva desaparecer para sempre ou - o que é pior - cair na
posse de alguma religião. Quero mostrar o que realmente
aconteceu e qual é a situação atual deste tesouro oculto.
Quem mentiu? Quando? Por quê? Que esforços foram feitos
para esclarecer a situação? E onde - pelo amor de Deus -
encontra-se esta biblioteca de metal?
Antes de continuar, gostaria de esclarecer alguns pontos
básicos.
Desde 1966 - o ano de publicação de meu primeiro livro
Chariots of the Gods - escrevi 29 livros. Em minha
juventude, talvez não tenha sido muito cuidadoso quanto
sou agora, sem autocrítica suficiente e um pouco confiante
demais em algumas de minhas fontes de informação.
Freqüentemente aceitei informações de terceiros como
sendo "o verdadeiro McCoy", levado por meu próprio
entusiasmo, ou cometido erros ao avaliar alguma espécie de
evidência. Errar é humano, como dizem, e admitir o erro
não fere. Nas quase 9.000 páginas que escrevi, é inevitável
que eu tenha cometido um ou outro erro, ou que ao longo
do tempo revelou-se que o "outro lado" estava certo, depois
de tudo, e eu estava errado. Hoje, quando discuto alguma
coisa com um especialista, sei desde o início que ele sabe 10
mil vezes mais sobre a sua especialidade do que eu. Hoje, a
situação está mais relacionada a não blefar, não mentir e
certamente não tentar jogar areia nos olhos de ninguém.
"Ouça e não se meta" tem sido minha filosofia há anos.
Depois de uma longa conversa com um cientista, posso
admitir que aprendi alguma coisa nova - mas ele (ou ela)
também, porque, em minha discussão, os participantes quase
sempre precisam admitir que eles, também, sabem muito
pouco a respeito do meu conhecimento especialista. Erros
podem ser corrigidos.
Esta conclusão não é, em si mesma, nada especial, porque se
aplica a todo autor no mundo. Em todo trabalho de não-
ficção - e muito freqüentemente nos tratados científicos
também - erros podem ser encontrados, se você pesquisar
suficientemente. O tempo não para e nosso conhecimento
muda. A ciência é uma coisa viva e - graças aos céus que isso
seja assim, alguém poderia acrescentar - porque olhar para as
coisas de novas maneiras é o único modo de seguir em
frente.
Agora, há algumas pessoas que agem como se um erro
provado em uma teoria é suficiente para anular a idéia
inteira. "Se uma peça de evidencia em seu livro não está
certa" - ouço isso freqüentemente -"então, tenho de assumir
que toda outra evidência é falsa". Segundo esta lógica
absurda, teríamos de jogar fora praticamente todos os livros
escolares, os livros didáticos, ou livros científicos por todo o
planeta, porque o tempo nos mostra que muitas coisas que
foram alguma vez consideradas como verdades inabaláveis
são agora tidas como erradas.
Há uma outra classe de pessoas que se permitem ser cegadas
por superficialidades e agem como juízes arrogantes. Essas
pessoas são aquelas que constantemente gritam:
"desmascarado" e "fraude"! Estão perpetuamente indignadas
e agem como se estivessem carregando todos os problemas
do mundo sobre seus frágeis ombros. E, finalmente, há os
tipos religiosos, que, embora não queiram ver ou ouvir nada
(diferentemente do famoso trio de macacos) não conseguem
parar de brincar de mestres-escola eternos.
Esta última categoria, que dá pouca alegria aos autores, é
composta por aqueles que - apesar de nunca terem lido um
livro - irão pegar algum ponto de uma revisão de jornal ou
algo semelhante e inventar o seu próprio "desmascarado" - e
sem realmente sequer perguntar aos autores o que queriam
dizer. Quão freqüentemente tenho ouvido "Däniken diz..."
ou "escreve..." embora eu nunca tenha dito ou escrito
qualquer coisa que afirmam? Amigos bem intencionados
muitas vezes me aconselham a processar. Mas, se eu já
estive lá embaixo nessa estrada, teria de contratar um
advogado e gastaria um terço do meu tempo procurando
quem disse as mentiras em primeiro lugar. A conseqüência
triste do pesadelo da burla culmina com a conclusão: "Ele
nunca negou nada".
Joachim Ringelnatz uma vez escreveu: "O bumerangue voou
para longe e não retornou naquele dia. Pessoas pacientes ali
permaneceram, esperando por aquela peça de madeira".
Bem, agora o bumerangue está retornando, mesmo que
tenha demorado 35 anos. Assim, o que realmente aconteceu
no Equador?

UMA EXPEDIÇÃO PARA O DESCONHECIDO

Em 1970, um suíço que vivia no Equador enviou-me um
recorte de jornal com um bilhete dizendo que o que havia
ali certamente iria me interessar. A página era do prestigioso
jornal El Telégrafo, que é publicado em Guayaquil, no
Equador. A manchete anunciava um "genuíno mundo
subterrâneo na América". O subtítulo era: "A expedição
Moricz, de 1969, revolucionará a história mundial". O artigo
de página inteira era apoiado por fotos em preto e branco,
que não apenas mostravam a equipe entrando num
complexo de cavernas, mas também a entrada para um
labirinto subterrâneo. Esta entrada, maior do que uma porta
de celeiro, dava a impressão de que era algum tipo de
abertura construída com poderosas vigas monolíticas em
camadas.
Toda a equipe da expedição era citada: Juan Moricz, Gaston
Fernandez, Dr. Geraldo Pena Matheus, Lilian Icaza, Hernán
Fernandez, Mario Polit, Pedro Luna e José Rojas. Além
disso, havia membros militares na expedição, incluindo um
"Capitão" Carlos Guerrero Guerron, bem como os oficiais
representantes da polícia nacional: Ortiz, Benusia e Sanchez.
No final, havia uma lista de diversos ajudantes, guias e
líderes.
Com tudo e por tudo, esta foi uma bem organizada
expedição em ampla escala nas florestas do Equador. O que
eles estavam procurando? A revista argentina de língua
alemã La Plata Ruf entrevistou o líder da expedição, Juan
Moricz. Eis aqui um extrato do que Moricz falou:

Realmente não foi tanto uma descoberta, porque sabíamos
da existência das "Cuevas de los Tayos" há muito tempo. O
propósito da expedição era fotografar, filmar e documentar
uma realidade arqueológica amplamente desconhecida e
negada... Também queríamos pavimentar o caminho para
uma segunda, e mais extensa, expedição na qual
encontrássemos prova de que este mundo subterrâneo
redescoberto foi onde os ancestrais da civilização humana
tinham vivido e trabalhado... O sistema de cavernas tem
milhares de quilômetros, estendendo-se sob nosso
continente americano, particularmente sob o maciço da
Cordilheira. O ar é limpo e a ventilação é perfeita, e a
temperatura permanece em constantes 20 graus centígrados.
A entrada está localizada em uma altitude de cerca de 1.000
metros acima do nível do mar e aproximadamente a 300
metros abaixo do pico da montanha. Depois de penetrar no
sistema de cavernas através desta entrada, a luz de tochas e
lanternas revela uma vista subterrânea esmagadora. Com
cerca de 60 a 80 metros de largura e entre 100 e 120 metros
de altura, parecia um enorme hall com paredes e teto
compostos de painéis e blocos de pedra artisticamente
entalhados. Mas isso não é nada mais do que o início de uma
estrada colossal... A seção que exploramos é um pouco mais
do que uma fração. Conseguimos descobrir numerosos
corredores, galerias e halls ramificando-se a partir da avenida
principal, mas ainda não os investigamos...

O artigo segue falando sobre a localização da entrada.
Partindo da cidade de Cuenca, no sudeste do Equador, eles
foram com 43 mulas e guias especializados locais em direção
a El Pescado, Tres Copales, La Esperanza e La Union até
urna base local do exército. Dali, viajaram de canoa para La
Puntilla, onde o Rio Santiago encontra-se com o Rio
Coangos. Depois fizeram uma marcha difícil a pé até o
pequeno assentamento de Guajare, onde estabeleceram seu
acampamento-base da expedição.
A história, apresentada em vários jornais e revistas (muitos
mais do que mencionei aqui), me deixou extremamente
fascinado e eu definitivamente queria descobrir mais. Tudo
estava centrado no líder dessa expedição, Juan Moricz.
Quem era ele? Escrevi para o escritório editorial do El
Telegrafo, em Guayaquil e pedi-lhes para me contarem mais!
Não houve resposta para a minha carta, nem para a segunda,
nem para a terceira. Será que eles estavam mesmo lá? Assim,
tentei o telefone - havia todo um procedimento naquela
época, 1970, porque não havia conexões automáticas para o
Equador. Pedi para falar com o editor chefe, Jorge
Blinkhorn, que tinha escrito o artigo, sem sucesso. Como
nada tinha sido publicado na Europa a respeito dessa
expedição sensacional, restou-me uma única opção: eu tinha
de voar para lá!

UM ENCONTRO FASCINANTE

No dia 1º de março de 1972, peguei um jato da Air France
para Guayaquil. Hospedei-me no Hotel Atahualpa e, depois,
fui diretamente para os escritórios do El Telégrafo. Tive de
esperar um tempo, mas finalmente encontrei-me com um
dos editores, mas ele não conseguiu - ou não podia - me
ajudar. Naturalmente conheciam o Señor Juan Moricz, mas
ninguém tinha seu endereço. Mas e o advogado chamado
Peña, que também fora mencionado no artigo? Certamente
ele devia saber como chegar até Moricz. Eles tinham o
endereço de Peña e o passaram para mim.
O Sr. Dr. Gerardo Peña Matheus recebeu-me calmamente
em seu grande, embora frio, escritório, em Guayaquil. Supus
que ele tivesse cerca de 30 anos. Sua boa aparência e modo
objetivo de falar me fizeram sentir que ele era alguém digno
de confiança. Em um curto espaço de tempo ele admitiu que
tanto ele quanto Juan Moricz tinham lido meus dois
primeiros livros e já tinham discutido algumas de minhas
teorias. "Esta história sobre a expedição e o sistema
subterrâneo de cavernas é verdadeira?" Eu queria saber. O
Señor Peña confirmou com um aceno de cabeça e
continuou a me contar como tinham conseguido explorar
apenas duas entradas de cavernas, em 1969, porque Juan
Moricz não confiava em seus acompanhantes militares. O
quê? Sim, repetiu Peña; eles não tinham provisões
suficientes com eles e a atmosfera começou a deteriorar de
um momento para outro. Ao contrário dos militares e dos
policiais, os civis foram desarmados no momento da partida.
Se eles tinham realmente tropeçado em algo de valor,
poderiam temer por suas vidas na companhia desses homens
uniformizados. Peña permaneceu completamente objetivo e
mostrou-me uma edição da revista Vistazo, de dezembro de
1969. Ela continha um longo artigo sobre a Expedición
Moricz, 1969. Eu quis saber se ele confiava em Juan Moricz:
"Completamente!"
De seu escritório, Peña ligou para vários lugares do Equador,
onde achava que Moricz podia estar. Depois do que me
pareceu uma era de tentativas, ele finalmente teve sorte e
me contou que tinha enviado uma mensagem a Moricz, que
ligaria de volta tão logo fosse possível. Voltei para meu
hotel, para uma boa noite de sono. Guayaquil situa-se no
litoral do Pacífico, um pouco acima da linha do equador. O
ar é úmido e abafado e, em meus pensamentos, agradecia ao
inventor do ar condicionado.
Na noite de 4 de março de 1972, Moricz chegou à cidade. O
homem alto e bem proporcionado tinha o ar de um
aristocrata. Seus duros olhos azuis primeiramente me
examinaram friamente; depois, classificaram-me como
amigo antes que ele me estendesse a mão. Fomos até o bar e
conversamos sobre meus livros, antes de caminharmos,
junto com o Dr. Peña, para o elegante restaurante do Hotel
Atahualpa, com vista para o mar. Descobri que Moricz tinha
ancestrais húngaros (seu nome verdadeiro era János Móricz),
mas nacionalidade argentina. Não o pressionei de maneira
nenhuma sobre o assunto. Não estava interessado em saber
se ele era um refugiado político. Eu estava simplesmente
ardendo de curiosidade para descobrir mais sobre o
complexo subterrâneo. No começo, Moricz foi reticente,
mas descongelou notavelmente durante o correr da tarde e,
finalmente, começou a me contar uma das histórias mais
incríveis que já ouvi.
Existe - assim me disse Moricz - uma antiga relação entre os
maias e o Equador de milhares de anos. Isso pode ser
demonstrado pelas incontáveis raízes de palavras que
pertencem aos dois povos e que são equivalentes tanto
foneticamente, quanto ao significado básico. Moricz
esboçou uma lista impressionante em um guardanapo. O
mundo subterrâneo, ele disse, foi o produto de um dos
progenitores da humanidade, Táltosok Barlangja, como é
conhecido na língua húngara. Táltos é o termo húngaro para
uma das antigas castas sacerdotais, e barlang significa
caverna. O Táltosok Barlangja viveu em um sistema
subterrâneo de cavernas, protegido por um pássaro sagrado,
o mesmo "tayo" - ou "turul", em húngaro - do qual o sistema
de túneis recebeu o nome. Minha cabeça estava girando
com esta confusa aula em termos lingüísticos comparativos,
porque não conheço húngaro e não estava em posição de
julgar se a alegação de Moricz era verdadeira. Falamos,
então, da antiga lenda de Rómulo e Remo, os fundadores de
Roma, com suas sete colinas.
Moricz assegurou-me que a lenda - incluindo as sete colinas
- poderia bem ter sido sobre Quito, a capital do Equador.
"E sobre a biblioteca de metal?" - perguntei. "Ela realmente
existe?"
Moricz assentiu fervorosamente. "Lá embaixo há uma mesa
oval circundada por cadeiras. Não cadeiras como as
conhecemos, mas mais parecidas com cadeiras de braço,
cuja parte inferior assemelha-se a um "n" e a parte superior a
um "u".
"De que são feitas?" - perguntei intrigado.
Moricz franziu a sobrancelha e encolheu os ombros. "Não
sei que material é", ele admitiu. "Não é nem madeira, nem
metal, mas algo que dá a impressão de ter sido moldado."
Então, ele prosseguiu me contando sobre uma espécie de
jardim zoológico de animais de metal, na maioria ouro ou,
pelo menos, dourado. Praticamente cada espécie de animal
imaginável estava ali, até elefantes, embora eles fossem
desconhecidos na América do Sul pré-histórica. E havia
bestas mitológicas, híbridos, quimeras, animais que eram
metade homem/metade animal, e figuras que ele nem
conseguiu reconhecer. Havia até pequenas criaturas, como
aranhas e moscas, misturadas entre eles. No total, devia
haver mais de mil animais que alguém tinha moldado em
algum momento em metal. E o repositório subterrâneo
também continha outros tesouros feitos de cristal e pedras
preciosas, "como um verdadeiro tesouro milenar".
"E a biblioteca de metal?" - perguntei.
Moricz parou de falar novamente e a pausa foi mais longa
desta vez, e voltou-se para a janela, fixando o olhar nas luzes
noturnas de Guayaquil. Depois, começou a me contar sobre
livros e folhas de metal que estavam em todo lugar, com
escrita gravada que parecia ter sido estampada sobre o metal.
Os tomos eram feitos de um metal amarelo e eram muito
pesados. Ele achava que o peso de um único volume devia
pesar por volta de 30 quilos. Esta biblioteca de metal estava
distribuída por várias cavernas subterrâneas. No todo, devia
haver milhares de páginas com uma escrita antiga e
desconhecida.
"E por que você acredita que esta biblioteca de metal
contenha a pré-história da humanidade? Foi isso o que li no
EL TELÉGRAFO?
Moricz assegurou-me que algumas das páginas continham
sistemas estelares e ilustrações, representações gráficas, que
não poderiam, possivelmente, ser interpretadas de outra
maneira.


A Conexão Mórmon

Eu estava estupefato. Então, pensei em Enoch, que me
interessava desde os meus tempos de escola secundária. Mas
por que os textos de Enoch teriam sido impressos em metal
e como, na Terra, poderiam ter ido parar no Equador, vindos
lá da Arábia bíblica? Esta não era exatamente a rota do
profeta antediluviano ou de qualquer um de seus
descendentes. Finalmente, tive uma idéia! Os Mórmons!
Dizia-se que seus ascendentes tinham vindo da Arábia - pelo
menos é isso o que diz o Livro de Mórmon. Essas histórias
mórmons podiam ter realmente alguma coisa a ver com a
biblioteca de metal no Equador. Por quê?
O fundador da Igreja Mórmon - ou, para citar o seu nome
próprio, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
- o Sr. Joseph Smith (1805-1844) experimentou, segundo
seu próprio relato, o que pode ser descrito como um
estranho encontro. Ele contou como um anjo, chamado
MORONI veio até ele e anunciou que dentro de uma
montanha, não muito longe de onde ele estava vivendo,
havia um tesouro em um esconderijo de pedra. Dentro, ele
encontraria um livro impresso em lâminas douradas, cujas
gravações continham um relato completo dos primeiros
habitantes do continente americano e suas origens. Ao lado
das lâminas de ouro, ele encontraria um peitoral ao qual
estavam fixadas duas pedras, chamadas URIM e THUMMIM.
Ao usar essas pedras, ele seria capaz de traduzir a escrita
antiga. Também acharia uma "bússola divina". Todos esses
itens seriam encontrados em uma montanha conhecida
como Cumorah, ao sul de Palmyra, no Condado de Wayne,
Nova Iorque, não muito longe da vila de Manchester.
Joseph Smith fez o que lhe fora ordenado e em algum lugar
abaixo do pico da montanha, ele realmente encontrou os
tesouros. Como o fez, ele descreve com suas próprias
palavras:

...SOB UMA PEDRA DE TAMANHO CONSIDERÁVEL,
ENCONTRAVAM-SE AS LÂMINAS DEPOSITADAS EM
UMA CAIXA DE PEDRA. ESTA PEDRA ERA ESPESSA E
ARREDONDADA NO MEIO DO LADO SUPERIOR, E
MAIS FINA EM DIREÇÃO ÀS BORDAS, DE MODO QUE
A PARTE DO MEIO ERA VISÍVEL ACIMA DO SOLO,
MAS AS BORDAS ESTAVAM TODAS COBERTAS DE
TERRA.
TENDO REMOVIDO A TERRA, CONSEGUI UMA
ALAVANCA, QUE COLOQUEI SOB A MARGEM DE
PEDRA, E COM UM POUCO DE ESFORÇO, LEVANTEI-
A. OLHEI LÁ DENTRO E, DE FATO, VI AS LÂMINAS, A
Urim E A Thummim, E O PEITORAL, COMO
ESTABELECIDO PELO MENSAGEIRO. A CAIXA NA
QUAL ELES SE ENCONTRAVAM ERA FORMADA POR
PEDRAS COLOCADAS EM CAMADAS E FIXADAS POR
ALGUM TIPO DE CIMENTO. NO FUNDO DA CAIXA
HAVIA DUAS PEDRAS TRANSVERSAIS DA CAIXA E
SOBRE ESTAS ESTAVAM AS LÂMINAS E AS OUTRAS
COISAS COM ELAS.

Quando Joseph Smith, ansioso como qualquer caçador de
tesouros, esticou ambas as mãos para tocar os objetos, sentiu
um solavanco. Ele tentou novamente - e novamente
recebeu um choque brusco. Na terceira tentativa, foi
atingido por uma faísca tão poderosa, que ficou atordoado
por vários minutos no chão. Imediatamente, o anjo
MORONI, aquele misterioso mensageiro noturno, apareceu
e instruiu-o a voltar a cada ano àquele local, na mesma data.
Quando fosse a hora certa, ele receberia os objetos sagrados.
Quatro anos depois, esse dia finalmente chegou. Em 22 de
setembro de 1827, o mensageiro de Deus, MORONI,
presenteou Joseph Smith com as lâminas de ouro gravadas, o
peitoral e os ajudantes de tradução URIM e THUMMIM.
Smith descreveu as lâminas douradas como sendo um pouco
mais finas do que poder-se-ia esperar de uma folha de metal;
as "páginas" eram mantidas juntas por três anéis. O livro
tinha aproximadamente 15 centímetros de largura, 20
centímetros de altura e 15 centímetros de espessura. Ele não
teve qualquer problema em folhear o primeiro terço das
folhas de metal, mas o restante estava fundido em um único
bloco ou "selado".
O Livro atual de Mórmon da Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias baseia-se na tradução daquelas
lâminas misteriosas. Onze testemunhas confirmaram que
tinham visto as lâminas, mas, depois que o trabalho foi
completado, o anjo MORONI removeu-as para um local
seguro, para preservá-las para as futuras gerações.
No Livro de Mórmon, as 24 lâminas - elas são conhecidas
como os Livros de ETHER e NEPHI - contam a história do
povo de Jared. Diz-se que os Jareditas foram criados por
Deus na época da construção da Torre de Babel.
Inicialmente, ele os levou para o deserto e, depois, sobre o
grande oceano até a costa americana, em pequenos barcos
que eram "apertados como num prato". A luz nos barcos
escuros era fornecida por 16 pedras incandescentes, duas
para cada barco, que lhes forneceram iluminação por 344
dias. Também tinham uma bússola, cuja agulha sempre
apontava na direção em que deveria viajar. Tanto a luz,
quanto a bússola vieram do mesmo Deus misterioso, que
tinha ajudado os jareditas em outras situações:

E OCORREU QUE FORAM MUITAS VEZES
ENTERRADOS NAS PROFUNDEZAS DO MAR, POR
CAUSA DAS ONDAS IMENSAS QUE ARREBENTAVAM
SOBRE ELES; E TAMBÉM AS GRANDES E TERRÍVEIS
TEMPESTADES CAUSADAS ELA FÚRIA DO VENTO. E
OCORREU QUE, QUANDO FORAM ENTERRADOS NA
PROFUNDEZA, NÃO HAVIA ÁGUA QUE PUDESSE
FERI-LOS, SEUS BARCOS SENDO APERTADOS COMO
UM PRATO, E ELES TAMBÉM ESTAVAM APERTADOS
COMO NA ARCA DE NOÉ. PORTANTO, QUANDO
ESTAVAM ENVOLTOS POR MUITAS ÁGUAS,
GRITAVAM AO SENHOR, E ELE OS TRAZIA DE NOVO
PARA O TOPO DAS ÁGUAS. (Ether, versos 6 e 7)

Juntando as Peças

Mas o que os Mórmons têm a ver com a biblioteca de metal,
no Equador, ou até com o Livro de Enoch? Enquanto Juan
Moricz estava contando sua história emocionante, no
restaurante do Hotel Atahualpa, em Guayaquil, eu ouvia
fascinado, mas uma parte do meu subconsciente ficava
constantemente fazendo conexões tanto com o Livro de
Mórmon quanto com o Livro de Enoch. Tive contato com o
Livro de Mórmon desde os meus tempos de escola
secundária (dois de meus melhores amigos eram mórmons).
Assim, eu sabia que os jareditas eram descendentes de um
dos irmãos de Jared e o próprio Jared era - você consegue
adivinhar? - pai de Enoch! Em meu livro THE GODS AND
THEIR GREAT DESIGN (Os Deuses e Seu Grande Projeto),
examinei outros aspectos desta história. Assim, os tesouros
de Juan Moricz, no Equador, certamente poderiam ter algo a
ver com os Livros de Mórmon, ETHER e NEPHI. E a
conexão com Enoch não é assim um salto tão grande: os
jareditas no Livrode Mórmon são descendentes de Enoch. E
isso não é tudo. Vamos voltar um pouco. No livro de Ether,
os jareditas viajam para seu novo lar em oito barcos sem
janelas, cada um deles selado "bem apertado". Praticamente
o mesmo cruzamento é descrito no épico didático da criação
babilônio, ENÜMA ELIS. Ele descreve um grande dilúvio,
mas o sobrevivente não se chamava Noé, mas ATRA-
HASIS. O fragmento do épico que sobreviveu conta como o
deus ENKI deu ao sobrevivente escolhido, ATRA-HASIS,
instruções exatas sobre como construir o seu barco. Quando
ATRA-HASIS afirma que não sabia nada sobre construção
de barcos, o deus ENKI desenha para ele um esboço de um
barco no solo e o explica a ele. O orientalista americano
Zecharia Sitchin escreve:

Enki falou de um barco "coberto na parte de cima e, na parte
debaixo, hermeticamente selado com alcatrão". Ele não
devia ter deque nem aberturas, "de modo que o sol não veria
o interior". Tem de ser um barco "como um barco do Apsu,
um Sulili", e este é o termo usado atualmente, em hebraico
(soleleth) para indicar submarino. "Deixe que o barco", disse
Enki, "seja um MA.GUR.GUR" - "um barco que pode virar e
tombar".

Isso não é diferente no Livro de Mórmon de ETHER. Ether
faz a mesma objeção feita por ATRA-HASIS - a saber, eu
não sei como construir um barco - e o misterioso Deus lhe
dá as mesmas instruções. (Na Bíblia, Noé também recebe
instruções sobre como construir sua Arca de "Deus" - quem
quer que este possa ter sido. E Noé também é um dos
descendentes de Enoch.)
O ponto crucial de todas estas observações complicadas é
este: Joseph Smith afirmou ter recebido suas lâminas
douradas do anjo MORONI, em 1827. Naquela época, não
havia lingüistas ou outros especialistas que pudessem
traduzir os textos babilônios/sumérios, porque estes só foram
descobertos após a morte de Smith - e isso inclui o ÉPICO
DE GILGAMESH com suas histórias de dilúvio. Assim,
como explicar as congruências entre o Livro de Ether e os
outros textos, que apareceram somente muito tempo depois?
Os cronistas antigos do ENUMA ELIS estavam mentindo,
quando descreveram como ATRA-HASIS recebeu
instruções do deus ENKI sobre como construir seu barco?
Por que Noé e UTNAPISHTIM, do Épico de Gilgamesh,
precisavam do alerta dos deuses ameaçadores, antes que
tivessem a idéia de construir navios à prova d'água e do
tempo para sobreviver? De que tipo de oficina mágica
saíram as luzes artificiais e a bússola usadas pelos jareditas? E
quem era capaz de manipular genes ou realizar inseminação
artificial, como o Livro de Enoch (e muitos outros!)
mencionam?
Certamente não o grande Deus do universo, que as religiões
têm em tão alta consideração. Isso nos leva inexoravelmente
de volta aos extraterrestres de Enoch, os "anjos caídos" ou
"legiões celestiais". E para o quê Enoch estava destinado? Ser
um escritor, receptor de algumas centenas de livros e o
transmissor dos mesmos para seu filho Matusalém, para que
ele "os entregasse às gerações do mundo", depois do dilúvio.
E de onde vieram os habitantes originais da América? A
"bíblia" dos Quiché maias nos dá a resposta:

E ASSIM DESAPARECEU E VIERAM DAÍ BALAM-
QUITZÉ, BALAM-ACAB, MAHUCATAH E JAQU-
BALAM: O PRIMEIRO POVO QUE VEIO ATRAVÉS DO
MAR, LÁ DO SOL NASCENTE. MUITAS ERAS SE
PASSARAM DESDE QUE VIERAM E MORRERAM COM
UMA IDADE MUITO GRANDE. E ELES ERAM
CONHECIDOS COMO "SERVOS DE DEUS"... E ELES
TROUXERAM COM ELES, ATRAVÉS DOS MARES, OS
ESCRITOS DE TULA. NESTES ESCRITOS, DIZIAM ELES,
ESTAVA ESCRITA TODA A SUA HISTÓRIA, [GRIFO DO
AUTOR]

O Discurso de Montezuma

Em 1519, quando os conquistadores espanhóis estavam
acampados diante de sua capital, Tenochtlan (México), o
líder azteca MONTEZUMA (1466-1520) fez um discurso
impressionante a seus sacerdotes e outros dignitários, que
começava mais ou menos assim: "Eu e vocês sabemos que
nossos ancestrais não vieram desta terra onde vivemos. Eles
vieram para este lugar conduzidos por um grande príncipe
de muito longe".
Eu já conhecia algumas dessas histórias em 1972, porque
vinha pesquisando as grandes histórias da humanidade desde
1959. Sentado ali, à frente deste líder de expedição, Juan
Moricz, de alguma maneira aprendi novamente como
maravilhar-me. Ele afirmou conhecer tudo dessas histórias
por experiência pessoal. Será que eu poderia confiar nele?
Seu advogado, Pena, que o conhecia há muitos anos e que
também o acompanhara na expedição de 1969, confiava em
Moricz implicitamente. Pensei novamente nos Mórmons e
em Enoch e disse a mim mesmo: nada é impossível. Estes
escritos antigos existem em algum lugar de nosso planeta -
por que não no Equador? Depois perguntei a Moricz quais
eram seus planos futuros.
Ele queria escrever um livro sobre suas experiências. Um
livro que chocaria o mundo e as principais religiões até o seu
âmago. Este livro, ele disse, teria de ser publicado em todo o
mundo, ao mesmo tempo. Neste ponto, expressei algumas
dúvidas bem justificáveis. A maioria das editoras não está
preparada para publicar livros em diferentes países e
diferentes idiomas ao mesmo tempo. Talvez uma das
principais editoras conseguisse publicar o livro em cinco
países diferentes no mesmo dia, mas nunca em 20 países.
Moricz não fez muito caso do meu pessimismo. Talvez eu
pudesse - sugeri - escrever alguma coisa sobre este mundo
fantástico em meu próximo livro - deixar, por assim dizer,
que as editoras sentissem um gostinho do assunto e ficassem
sabendo de Juan Moricz. Eu estava muito certo de que
conseguiria arrecadar algum dinheiro, na Alemanha e na
Suíça, para uma segunda expedição de Juan Moricz. A
quantia que mencionei foi de duzentos mil dólares.
Naturalmente, para mim, era excitante ter a chance de fazer
uma espécie de degustação - mas de que forma? Eu ainda
tinha algumas dúvidas inquietantes. Como eu poderia tornar
Moricz atraente para meu crítico editor na Alemanha, bem
como para meus leitores? "Há algum tipo de documento" -
perguntei a Moricz - "que relate a sua descoberta e seja
completamente incontestável?"
Moricz e Pena trocaram olhares e, depois, assentiram. Eles
sentiram que eu ainda tinha algumas dúvidas. Enquanto isso,
o relógio mostrou que já passara da meia-noite; um trio
equatoriano tocava seus violões, indo de mesa em mesa e
cantando dilacerantemente melancólicas cantigas de amor.
Nós já tínhamos dado cabo de três garrafas de vinho tinto
chileno e realmente tínhamos que ir embora. "Há um
documento desse tipo", afirmou Moricz. "Vamos mostrá-lo a
você amanhã."
No dia seguinte, o Dr. Pena entregou-me um documento
que parecia oficial. Na primeira página estava escrito a
palavra "Escritura" e, acima dela, o brasão nacional do
Equador. O documento tinha sido elaborado por um notário,
o Dr. Gustavo Falconi L., e estava datado: 21 de julho de
1969. Publiquei a capa deste documento na página nove do
THE GOLD OF GODS. Revelei apenas uma pequena parte
de seu conteúdo explosivo 35 anos atrás, mas aqui está o
texto inteiro e sem omissões, traduzido:

Primeira cópia, Registro de título
No ano de 1969 pelo 4º notário do distrito
De Guayaquil, 21 de julho de 1969

Prezado Ministro das Finanças:
Eu, Juan Moricz, cidadão da Argentina por determinação,
nascido na Hungria, passaporte número 4361689, por meu
próprio direito e por sua mediação com o escritório de Sua
Excelência, o Presidente da República, declaro aqui que: na
região leste, na província de Morona-Santiago, dentro das
fronteiras da República do Equador, descobri valiosos
objetos de grande valor cultural e histórico para a
humanidade. Eles consistem de painéis de metal, que foram
criados por mão humana e contêm um resumo da história de
uma civilização perdida, da qual a humanidade atualmente
nem suspeita ou tem prova. Fiz esta descoberta através da
minha própria boa fortuna, enquanto estava executando
investigações como cientista especializado em aspectos
folclóricos, etnológicos e lingüísticos de tribos equatorianas.
Os objetos que descobri podem ser assim descritos: 1.
Objetos de várias formas e tamanhos feitos de metal e pedra;
2. Painéis de metal gravados com símbolos e escrita
ideográfica. Esta é uma genuína biblioteca de metal, que
contém um resumo da história da humanidade: a origem do
homem na Terra, bem como conhecimento científico sobre
uma civilização perdida. O fato desta descoberta me torna o
proprietário legal desses objetos, de acordo com o Artigo
665 do Código Civil. Porém, por serem estes objetos de
imensurável valor cultural e eu não os descobri em minha
própria terra ou propriedade, o Artigo 666 se aplica. Como a
terra e as cavernas nas quais fiz as descobertas pertencem ao
Estado do Equador, de acordo com o Artigo 55 da atual
Constituição Política, sou obrigado a partilhar minha
descoberta com o Estado acima mencionado. De acordo
com o Código Civil, aos proprietários da terra são
concedidos direitos sobre a descoberta. Portanto, de acordo
com o Artigo 58 da Constituição, retornei ao senhor. O
Artigo 58 estabelece que o valor artístico e arqueológico de
uma descoberta permanece sob o controle do Estado. De
acordo com os Artigos 3 e 9 da Legislação Agrícola, é tarefa
do Ministro das Finanças monitorar as leis relativas a
propriedade do Estado e a informar o Presidente da
República.
Como sinal de minha honestidade e boa vontade em
proteger os direitos de Estado do Equador, estou registrando
minha descoberta com Vossa Excelência, o Presidente da
República. Estou fazendo isso para assegurar que a República
do Equador esteja em posição de assegurar tanto os seus
quanto os meus direitos. Gostaria de pedir que o senhor
estabelecesse uma comissão equatoriana de controle.
Mostrarei a esta comissão a localização e a exata posição das
cavernas, bem como dos objetos em seu interior. Reservo-
me o direito de mostrar às pessoas indicadas pelo senhor
fotografias, filmes e também desenhos originais. Além disso,
gostaria de estabelecer que - na realização dos meus direitos
como descobridor e proprietário deste achado e de acordo
com a lei - não revelarei a exata localização do achado até
que os membros da comissão tenham sido indicados. Esta
comissão também deverá conter membros que a mim seja
permitido indicar.
(Assinado e selado por Juan Moricz e pelo advogado, Dr.
Pena).

Um Acordo de Cavalheiros

Este certificado de propriedade me acertou em cheio.
Significava que não estávamos falando sobre a vaga
esperança de ver uma biblioteca de metal em algum lugar,
mas de - isso era claro como o dia - "objetos que descobri".
Painéis de metal gravado e escrita ideográfica tinham sido
mencionados: "Esta é uma genuína biblioteca de metal, que
contém um resumo da história da humanidade". Parabenizei
Moricz, mas senti que tinha de acrescentar que, apesar da
aparente clareza da situação legal, não poderia escrever em
meu próximo livro sobre algo, sem que tivesse visto uma
pequena parte com meus próprios olhos. Moricz disse que
isso não era realmente possível, porque precisaríamos de
toda uma expedição apenas para chegar às cavernas
subterrâneas. Mas ele PODERIA mostrar-me fotos da
entrada principal, e eu poderia copiá-las se quisesse. Fiquei
feliz, mas de algum modo não inteiramente satisfeito. Cheio
de entusiasmo após ouvir a história de Moricz e ver o
documento do notário, estava ardendo de vontade de ir até a
floresta e ver por mim mesmo. Se o sistema de cavernas era
tão extenso quanto Moricz afirmara, certamente deveria
haver outras entradas, que alguém pudesse alcançar, sem a
necessidade de montar uma grande expedição. Que tal usar
um helicóptero?
Moricz deixou de lado a sugestão, explicando que não havia
tantos helicópteros no Equador e os poucos que havia
estavam nas mãos dos militares ou das companhias
petrolíferas. Então, ele fez uma sugestão; eu me entusiasmei.
Ele conhecia uma pequena ramificação do sistema de
cavernas. Não havia muito para se ver, mas poderia satisfazer
minha curiosidade. Contudo, havia uma condição: eu não
poderia revelar a localização e tinha de insinuar que tinha
realmente estado na entrada principal. Por quê? Moricz
insistiu que, se eu fosse escrever em meu livro que havia
outra entrada - e mais: uma entrada que era mais fácil de se
chegar - ou mesmo divulgasse a localização, então os
caçadores de tesouros logo estariam enxameando por todo o
lugar. Ele não precisava me dizer o que aconteceria depois.
Nós apertamos as mãos. Para ser honesto, eu teria
concordado com condições ainda mais restritas. Estava
muito excitado com a descoberta de Moricz e totalmente
tomado pela calma e considerava o caminho de que ele me
falara. Acima de tudo, eu estava seguindo a trilha dos
extraterrestres desde a minha juventude e, freqüentemente,
sofrera zombarias ou recebia sorrisos piedosos. E agora,
repentinamente, havia uma chance de tornar o público
consciente de uma biblioteca de metal que - segundo
Moricz - apoiaria muitas das minhas teorias. Que achado!
Minhas dúvidas remanescentes foram literalmente varridas
pelo certificado do notário.
No dia seguinte, pegamos um veículo Toyota off-road,
dirigindo durante horas na direção sul, subindo e descendo
montanhas, até que chegamos à cidade de Cuenca. Moricz
encheu o tanque, verificou a água, o óleo e um vasilhame
com gasolina de reposição. Depois, pegamos novamente a
estrada. Para mim, o Equador é uma "terra incógnita", um
país desconhecido. Não tinha idéia para onde estávamos
indo. Moricz dirigiu por estradas estreitas, passando por
arbustos, árvores gigantescas e cabanas de nativos.
Repetidamente parava o carro, olhava ao redor e dirigia de
volta por vários quilômetros. Em algum ponto, podíamos
ver um rio largo serpenteando abaixo de nós. Moricz parou,
desceu do carro e olhou ao redor antes de voltar ao carro e
dirigir ao redor de um campo cultivado e, depois, mudando
novamente de direção. De repente, ele gritou: "Lá está! Lá
em cima!" Ele apontou diagonalmente para cima, na direção
de um penhasco rochoso íngreme, que estava totalmente
recoberto de arbustos. Descemos do carro e subimos por um
estreito caminho de mulas para chegar ao topo. Embora não
houvesse qualquer vilarejo visível ali, um pastor índio e duas
crianças surgiram repentinamente ao nosso lado. Estavam
vestidos com ponchos negros e usavam chapéus de abas
largas. Moricz falou com o homem. Não consegui entender
nenhuma palavra. Abruptamente, a entrada de uma caverna
em declive surgiu. Por trás dela, havia um buraco profundo,
escuro. Nós nos agachamos no chão de pedra, com Moricz
colocando sua lanterna de alta potência no chão, entre suas
pernas.
Ele tinha me dado uma lanterna, antes de começarmos a
subida. Aproveitei ao máximo a oportunidade e coloquei
minha câmera Nikon sobre uma borda e apertei o botão de
disparo de ação retardada. Depois, rastejamos alguns metros
para dentro da caverna. Do fundo das profundezas,
podíamos ouvir o rumorejar da água. Eu tinha deixado meu
equipamento fotográfico do lado de fora, guardado pelo
pastor e seus filhos. Fora algumas figuras estranhas e
esculturas de pedra, que se destacaram à luz da lanterna,
havia pouco para se ver. Certamente nenhuma biblioteca de
metal.
De volta a Guayaquil, Moricz entregou-me um brilhante
impresso em preto-e-branco da expedição de 1969 e me deu
permissão expressa para usá-lo em meu novo livro. Voei de
volta para a Suíça pouco depois e comecei a escrever o
primeiro capítulo de THE GOLD OF GODS - MAS NÃO DA
MANEIRA QUE ELE APARECEU NO LIVRO IMPRESSO.
Voltarei a isso mais tarde. Primeiro, gostaria de apresentar
um "filme" curto do que realmente aconteceu.
De volta então, havia na Suíça um periódico chamado SIE &
ER (ELA & ELE). Tal periódico tinha conseguido convencer
meu editor, em Düsseldorf, Alemanha, a conceder-lhe o
direito de publicar trechos exclusivos de meu novo livro.
Meses antes de o livro estar terminado, começaram a
aparecer resumos no SIE & ER. Mas o texto não mais
possuía o mesmo tom sóbrio que eu tinha originalmente
empregado. Assim, peguei um avião - com uma cópia do SIE
& ER na mala - e voei para o Equador. Mostrei a Juan
Moricz e ao Dr. Pena o resumo da revista, incluindo as
fotos. Moricz falava um pouco de alemão, mas realmente
não o suficiente para entender o texto. Eu o traduzi linha a
linha. Moricz achou que a apresentação algo teatral do meu
trabalho estava boa. Disse que era como eles faziam em
vitrines, onde os produtos são apresentados sob uma luz
mais dramática. Mas tudo o que aparecia em relação à
biblioteca de metal e os outros objetos era bastante acurado.
Poucos meses depois, THE GOLD OF GODS foi publicado -
e, então, o drama real começou.


Algumas Edições Inesperadas

Mas como meu livro foi publicado de uma forma diferente
do meu manuscrito original? Bem, foi mais ou menos assim:
toda editora emprega editores de texto que lêem as obras -
especialmente aquelas de autores mais novos ou menos
conhecidos - e as corrigem, revisam onde for necessário e,
algumas vezes, reduzem ou preenchem passagens. Uma
dessas pessoas era o Sr. Utz Utermann, que tinha
originalmente trabalhado na indústria cinematográfica e,
desde a guerra, tinha reproduzido vários scripts,
transformando-os em filmes excelentes. Eu dava grande
valor às suas qualidades como pessoa e escritor, e consegui
aprender muito com ele. (Em THE GOLD OF GODS, nos
créditos no topo da terceira página, Utz Utermann aparece
como um dos contribuidores do livro, sob seu pseudônimo
de então, Wilhelm Roggersdorf.) Meu editor, o Sr. Erwin
Barth von Wehrenalp, chefe da editora ECON, em
Düsseldorf, entrou em contato com Utz Utermann para
descobrir quão boa era a história do Equador. Naquela época,
eu estava no Egito, e Utz Utermann foi comissionado para
fazer uma versão excitante da história para a SIE & ER. Ele
respondeu, em 7 de outubro de 1972, em uma carta para
Erwin Barth von Wehrenalp. Eu recebi uma cópia dela. A
carta explicava como aconteceu a versão fatídica (pelo
menos para mim).










Eis aqui a carta na íntegra:

Prezado Sr. von Wehrenalp:
Após alguns dias agitados na Feira do Livro, que nos forçou a
fazer alguns telefonemas explicativos, acredito que devo a
você uma explicação também. Naturalmente, tive alguns
momentos de preocupação, me perguntando se deveria ter
feito uma pesquisa maior em relação à questão do Equador.
Como você sabe, passei mais algum tempo com o Sr. von
Däniken, em Bonstelten, em maio, enquanto estava
trabalhando no manuscrito. Na tarde de 14 de maio, o Sr.
von Däniken tocou para mim uma gravação na qual tinha
ditado o capítulo sobre as cavernas e o ouro. Minha primeira
reação foi: "Isso é tão fantástico, que ninguém irá acreditar
se não oferecermos algum tipo de prova documental: fotos,
documentos, etc."
Däniken mostrou-me cerca de 15 fotos em preto-e-branco e
slides coloridos relativos ao assunto. Isso apoiava ad óculos o
texto que ele tinha ditado. Quando o pressionei para publicar
todas as fotos, Däniken me disse que tinha prometido a
Moricz que não publicaria certas fotografias. Somente as
fotos que Moricz tinha especificamente liberado poderiam
aparecer no livro. Apesar de minha obstinada insistência,
não consegui demovê-lo. "Não" - ele disse - "Eu prometi a
Moricz que não publicaria nenhuma foto além destas. Basta!"
Depois, ele procurou o certificado do notário, de 21 de julho
de 1969 (como ele aparece na página 9 do livro) no meio de
seus papéis. O certificado: a) confirma Moricz como o
descobridor das cavernas e b) descreve os objetos
descobertos dentro delas. Colocamos o certificado no livro
como uma peça de evidência documental convincente.
Däniken também me mostrou um artigo de página inteira de
um dos principais jornais do Equador - "El Mercúrio" -
contendo uma reportagem sobre a inspeção oficial das
cavernas por representantes do Estado, militares, etc. A
reportagem lista os membros da expedição pelo nome. Seria
indigno que um dos principais jornais do país escrevesse
sobre algo que não existe mais.
Examinamos todas as evidências documentais, que Däniken
tinha reunido enquanto esteve no país, para ver o que
poderíamos realmente usar. Encontramos um cartão de
visitas pertencente ao advogado, o Dr. Pena, que cuidava
dos interesses de Moricz. Eu disse: "Temos de colocar uma
cópia disso no livro, com uma nota, para que qualquer
cientista que esteja interessado em pesquisa séria possa
contatar Pena, para obter acesso às cavernas de Moricz!"
Däniken achou que era uma boa idéia. Ficou imediatamente
a favor de se fazer isso - sem reservas. "É isso! Isso é
exatamente o que Moricz e Pena precisam. Estão
procurando por algum apoio científico sério e estão
esperando que meu livro os ajude a encontrá-lo."
Qualquer um que duvide (a) que Däniken esteve em uma
pequena parte (que é tudo o que é afirmado no livro) das
cavernas de Moricz ou (b) que essas cavernas - que Moricz
afirma serem construções feitas pelo homem - existam,
então precisa fazer a si mesmo uma pergunta fundamental:
Se Däniken tinha algumas dúvidas quanto à autenticidade de
seus relatos, por que forneceria suas refutações com a
oportunidade de desmascarar suas afirmações ao publicar o
cartão de visitas de Pena?
As pessoas pensam que ele é tão maluco que ele mesmo
afiaria a faca com a qual tirariam o seu escalpo? Se ele não
estivesse absolutamente certo de que seus fatos fossem
sérios, então simplesmente teria escrito sobre cavernas que
ele tinha visto, mas cuja localização - por juramento de sigilo
- ele não poderia ou não permitiria revelar. O que ainda
daria uma boa leitura e a floresta é suficientemente grande
para encobrir suas trilhas. De uma coisa ele está certo: sem
revelar o endereço de Pena, qualquer pesquisa jornalística
teria sido praticamente impossível.
E isso me traz ao ponto fraco deste argumento:
Moricz e Pena não suspeitaram qual o tipo de repercussão
viria da publicação de um livro de Eric von Däniken?
Däniken teve uma idéia muito boa. Ele gosta de provocar
discussões. E por essa única razão, ele nunca apoiaria suas
histórias em evidência tão banal. Poderia seguir pelo
"caminho fácil" e tornar a vida muito mais simples para si
mesmo, ao fazer afirmações que as pessoas não poderiam
verificar. Será que pensam que ele é tão tolo que deixaria
uma trilha para a sua própria destruição?
Se Däniken fosse tão inescrupulosamente astuto quanto
algumas pessoas estão tentando afirmar, então não faria
nenhum sentido para ele proporcionar os meios de
verificação que destruiriam seus argumentos. Assim, o que
aconteceu no Equador desde que Däniken fez suas duas
visitas? Será que Moricz e Pena ficaram tão consternados
sobre a ressonância que está agora levando jornalistas à sua
terra natal? Se - e não vejo razão para duvidar dos fatos
relatados no "Die Stern" - Moricz e Pena reagiram como
descrito, qual é a razão? Eles -no final do dia - realmente
queriam proteger "suas" cavernas da interferência estatal?
Eles realmente, como Däniken disse, têm pavor das hordas
de caçadores de tesouros?
Alguém traduziu o artigo do "Spiegel" para eles, que
relataram que Däniken ganhou 3 milhões de marcos alemães
dos seus dois primeiros livros? E talvez tenha dito a ele:
"Olhe! Agora ele está vindo visitá-los e irá também nadar no
dinheiro proveniente de suas cavernas!" O fato de que isso
poderia levar os dois homens a ficarem cheios de inveja e
largar Däniken como uma batata quente me parece ser uma
reação bem humana, mesmo que não seja particularmente
boa. Mas, na tentativa de lançar alguma luz sobre esses
eventos dúbios, alguém tem de considerar todas as
eventualidades.
Torna-se ainda mais curioso e incrível quando se leva em
consideração que Däniken, em sua segunda visita a Moricz e
Pena, em agosto, mostrou aos dois cavalheiros três episódios
da versão degustação da revista suíça "Sie & Er", que
continha o capítulo inteiro sobre as cavernas e o ouro! E ele
traduziu tudo para eles também.
Em 14 de agosto, no começo da manhã, a Sra. Däniken me
telefonou e me contou que tinha recebido um telefonema
de um homem em Cuenca que lhe disse que Moricz e Pena
estavam muito felizes por causa da publicação!
Esta afirmação me interessou em particular, porque eu - para
tornar o texto sobre as cavernas um pouco mais colorido e
dar ao leitor uma impressão mais duradoura - acrescentei
alguns "efeitos luminosos" ao texto original de Däniken.
Quando Däniken voltou, perguntei-lhe o que Moricz tinha
achado desta "licença artística". Ele disse que Moricz foi
totalmente a favor. E que ele tinha dito que "é como um
produto em uma vitrine, que você tem de colocar sob uma
luz para que venda melhor".
Vendo como Moricz tinha dado sua benção aos meus
"efeitos luminosos", fiquei aliviado. Desejo que algumas
dessas reportagens contenham apenas esse tipo de colorido
extra, em vez de distorcer os fatos como sempre.
Isso apenas deixa o ouro de Cuenca pertencendo ao Padre
Crespi.
Däniken nunca afirmou que as obras em posse de Crespi são
algo mais do que painéis de bronze e prata - somente que ele
nunca escreveu isso em seu livro. Este fato não brotou de
nenhum dos chamados "exposés" no "Stern" ou no canal
ZDF da TV. Eles mostraram alguns objetos, mas nenhum
daqueles que Däniken fotografou e colocou em seu livro.

Assinado: Utz Utermann, Roggersdorf.

Uma carta bem longa e uma que esclarece um pouco, mas
não me libera de minhas responsabilidades como autor
(mesmo se as páginas que foram tão pesadamente criticadas
posteriormente não tenham sido provenientes de minha
caneta). Assim, o que realmente aconteceu? Por que os
ataques repentinos e as tentativas de me fazer parecer
ridículo?


A Imprensa se Envolve

Depois que THE GOLD OF GODS foi publicado, dois
correspondentes da revista DER STERN na América do Sul
foram visitar o Dr. Pena, em Guayaquil. Segundo a pesquisa
deles, toda a história sobre a biblioteca de metal e minha
visita à entrada lateral do complexo de cavernas foi uma
completa invenção. Na melhor tradição jornalística, um dos
editores da STERN procurou saber qual a minha reação -
antes que o artigo fosse publicado. Eu respondi, em 17 de
setembro de 1972:

Prezado Sr. Blumerschein:
Gostaria de pedir uma entrevista com o senhor, para que eu
possa apresentar o meu lado dos fatos, antes que minha
reputação seja irreparavelmente prejudicada por uma
apresentação unilateral e tendenciosa da história. Como o
senhor sabe, quaisquer retratações ou correções posteriores,
bem como qualquer evidência apresentada em data
posterior, não são lidas ou noticiadas por ninguém.
O Sr. Haaf (editor da Stern) realizou uma curta entrevista
comigo, ao telefone, na qual afirmava que os senhores
Moricz e Pena tinham dito que eu nunca estivera no sistema
de túneis subterrâneos e todas as fotos do referido sistema de
túneis que apareciam em meu livro, The Gold of Gods,
foram tiradas por Moricz.
As fotos são de Moricz e eu realmente nunca estive nos
locais mostrados nelas. Mas essa afirmação nunca foi feita no
The Gold of Gods. E no crédito das fotos isso fica claramente
estabelecido: fotos por Juan Moricz. Por outro lado, tive a
oportunidade de observar uma pequena parte do complexo
subterrâneo através de uma entrada lateral, que - segundo
Moricz - encontra-se normalmente sob a água. Moricz me
disse, durante minha última visita ao Equador, em agosto,
que o que eu tinha visto era "nada". Era "ridículo". O que ele
quis dizer com "nada" e "ridículo" era apenas a relação dessa
pequena porção com todo o complexo de cavernas.
Nesse sentido, o que eu realmente vi era "nada". Mas
sustentar que eu não tinha visitado a entrada lateral, ou que
o que eu escrevi em The Gold of Gods era pura fantasia, é
indesculpável. Eu teria de ser incrivelmente estúpido para
imprimir o endereço da própria pessoa que poderia negar
tudo o que eu afirmava em meu próprio livro! Além disso,
não imprimi nenhuma foto de minha autoria em The Gold
of Gods, embora possua várias. Juan Moricz pediu-me para
não tornar público qualquer coisa que pudesse revelar a
localização da entrada lateral a pessoas familiarizadas com a
área. Finalmente, gostaria de dizer que toda essa especulação
quanto aonde eu poderia ter estado e o que eu vi lá é que é
totalmente ridícula.
A questão mais importante certamente deveria ser: É
verdade? Esse sistema de túneis realmente existe? A esse
respeito, é Moricz que precisa fazer uma afirmação
definitiva. É muito tarde para que ele volte atrás e diga que o
"jardim zoológico", a mesa, as cadeiras e muito mais (que eu
ainda não escrevi a respeito) foi tudo simplesmente uma
invenção de sua imaginação. Remeto ao senhor o certificado
do notário, de 21 de julho de 1969, do Dr. Gustavo Falconi,
Guayaquil (Documento XVII).
E talvez o senhor deva também perguntar a ele porque ele
tirou uma fotografia comigo e se as lanternas que temos nas
mãos serviam apenas como apoios.

O restante da carta refere-se ao Padre Crespi, ao qual
retornarei posteriormente.
Apesar deste esclarecimento, a edição de 1º de outubro de
1972 da DER STERN publicou um artigo devastador sobre
mim. Aparentemente, Moricz e Pena indignadamente
negaram tudo o que eu tinha escrito. Fui nocauteado. Havia
apenas três semanas, em 12 de setembro de 1972, que eu
tinha recebido uma carta extremamente amigável do Dr.
Peña:

Acabei de receber sua carta de 21 de agosto. Queria que
você soubesse que os senhores Hero Buss e Perry Kretz, da
revista "Stern", estiveram em Guayaquil buscando
informações para um artigo sobre o seu último livro. Como
sempre, tivemos o prazer de dar a eles as boas vindas aqui e
mostrar-lhe as fotografias do mundo subterrâneo.

Isso era exatamente o oposto do que apareceu na STERN. A
revista tinha afirmado que Moricz e Pena tinham "aberto os
olhos dos dois jornalistas alemães sobre Eric Von Däniken".
Assim, o que tinha acontecido com a verdade? Será que os
jornalistas da STERN tinham simplesmente inventado sua
história, ou era o advogado, Pena, que estava mentindo para
mim? Enviei duas cartas posteriores para o Equador, mas não
recebi qualquer resposta, o que não me surpreendeu em
nada, pois o serviço postal equatoriano não era
especialmente confiável. Como aconteceu, eu tinha uma
conhecida, a Srta. Pia Buob, cujo trabalho como aeromoça
levava-a ao Equador muito freqüentemente. Dei-lhe uma
carta para o Dr. Pena e pedi-lhe que a entregasse
pessoalmente, em mãos. Ela provou ser uma excelente
mensageira. Visitou Pena, em Guayaquil, e escreveu-me:

De volta, em segurança, à Suíça, pensei em escrever-lhe um
bilhete rápido sobre minha visita ao Dr. Pena, em Guayaquil.
Fui procurar o Dr. Pena imediatamente após desembarcar e
dei-lhe a carta que você pediu-me para entregar a ele. O Dr.
Pena foi extremamente cordial comigo; convidou-me para ir
à casa dele e apresentar-me à sua família. Todos eles
quiseram saber como você estava passando e falaram com
grande entusiasmo sobre você e sua visita a Guayaquil.
O Dr. Peña, porém, ficou horrorizado ao ler o artigo da
Stern, que você anexou à sua carta. Suas palavras foram:
"Todo o artigo é uma mentira". Suas declarações aos
repórteres da "Stern" tinham sido distorcidas e citadas fora
do contexto. O Dr. Pena prometeu-me que escreveria para
você sobre o assunto logo que Juan Moricz retornasse de sua
viagem às cavernas. Ele queria falar primeiro com Moricz
sobre o assunto.
O Dr. Peña e sua família queriam saber quando você iria
voltar a Guayaquil. Estão querendo vê-lo de novo e todos
lhe desejam muitas felicidades.
Mais Negações

Depois de ler esta resposta, senti-me enormemente aliviado.
O mundo estava retornando ao normal, e tudo fora um
exagero da parte dos repórteres da STERN. Errado! O caos
estava apenas começando! Os canais de TV de língua alemã
pegaram o assunto. O chefe da ECON, o Sr. von Wehrenalp,
foi convidado a participar de um debate na TV com o
conhecido etnólogo Professor Udo Oberem, de Bonn. O
cientista negou veementemente que Crespi possuía alguns
tesouros valiosos e que o mundo conhecia as cavernas de
Juan Moricz há algum tempo. O chefe da ECON convidou o
cientista a fazer parte de uma expedição de pesquisa ao
Equador - naturalmente, comigo e com outros relacionados.
Apenas uma semana depois, DER STERN - que nunca
publicou nada para desobrigar-me - relatou que o Professor
Oberem tinha rejeitado o convite para viajar ao Equador.
Errado novamente! Na verdade, Oberem tinha aceitado o
convite em 12 de outubro de 1972.
O chefe extremamente consciencioso da editora ECON, em
Düsseldorf, Erwin Barth von Wehrenalp, teria declarado
"estação de caça aberta" em relação a mim e teria me
deixado cair publicamente, se minha história em THE
GOLD OF GODS tivesse se transformado em uma mixórdia
de mentiras. Logicamente, ele se voltou para o embaixador
equatoriano na Alemanha, Professor Ramón Eduardo
Burneo, e pediu-lhe ajuda neste assunto delicado. Ele queria
que o embaixador identificasse cientistas, no Equador, que
pudessem, junto com Juan Moricz e eu, esclarecer a
situação. O editor também escreveu:

Fui informado de que você fez algumas declarações
negativas em relação ao livro de Erich von Däniken para
"Kölnischer Rundschau". Como verificamos tudo que está
relacionado a nós, até rumores, ficaria grato se você também
me deixasse conhecer quais são realmente os fatos do
assunto...

A resposta do embaixador só aconteceu uma semana depois:

Gostaria de confirmar que eu estaria preparado para ajudá-lo
em seus esforços. Ao mesmo tempo, contatei as autoridades
relevantes, no Equador, e pedi a eles para nomearem alguém
que pudesse ser um membro dessa expedição. Tão logo
receba uma resposta delas, eu o avisarei.
Também gostaria de assegurar-lhe que eu, em momento
nenhum, fiz qualquer declaração sobre o livro do Sr. von
Däniken a qualquer publicação absolutamente...

Assim, o que em nome do céu estava acontecendo aqui?
Claramente, jornalistas estavam inventando manchetes
negativas, que ficavam me atingindo como golpes de
martelo e fornecendo aos meus adversários mais munição
para derrubar minhas teorias. E estava acontecendo por todo
o mundo! Os artigos na Alemanha tinham sido rapidamente
apanhados pela imprensa no Reino Unido e nos Estados
Unidos e estavam sendo canibalizados para se obter histórias
ainda mais sensacionalistas. O problema era que nada disso
era verdade. Mas os editores dos jornais em terras distantes
não sabiam disso. Grandes jornais e outras publicações
estavam sendo citados e sendo adicionados aos arquivos da
imprensa. Funciona assim: os jornalistas apenas mergulham
e ajudam-se uns aos outros. Afinal, você não pode esperar
que um jornalista americano comece a pesquisar tudo a
partir do zero - especialmente quando isso já foi feito por
alguém mais. O americano diz para si mesmo: "Bem, os
alemães encontram-se exatamente na fonte da história.
Assim, eles devem ter informações melhores e mais
extensas do que o que eu poderia obter". É o sistema
chamado de pingue-pongue. Todo mundo pega material de
suas contrapartes.
Após a comunicação amigável que recebi do Dr. Peña e da
visita feita pela Srta. Buob ao Equador, escrevi várias cartas,
longas e detalhadas, para a América do Sul e pedi uma
explicação. Segue, abaixo, uma dessas cartas, de 11 de
novembro de 1972, ao Dr. Peña e Moricz:

Como vocês provavelmente já sabem, após minha
declaração de que há um sistema de túneis feitos por mão
humana, no Equador, bem como uma biblioteca de metal,
tenho sido criticado pela imprensa européia. Durante uma
entrevista na televisão alemã, meu editor, da Editora ECON,
em Dusseldorf, anunciou que estaria preparado para
financiar uma expedição ao Equador, para provar a
legitimidade tanto de minhas afirmações, quanto da sua
"Escritura".
O Professor Udo Oberem, do Departamento de Estudos
Americanos, da Universidade de Bonn, e eu voaremos da
Alemanha para o Equador. No Equador, um curador de
museu e possivelmente também um geólogo irão se juntar à
equipe. O empreendimento planejado precisa ocorrer no
início de março de 1973.
Infelizmente, nenhum de nós tem tempo para gastar vários
meses no país, o que exclui uma expedição com mulas e
carregadores. Portanto, sentimos que a melhor solução seria
voar para a entrada da caverna de helicóptero. Os custos
serão cobertos pela Editora ECON.
1. Seria possível para o Señor Moricz, e se ele desejar, liderar
uma pequena expedição em ou por volta de 1 de março de
1973, de helicóptero, até a entrada principal ou uma das
entradas laterais mais interessantes?
2. Juan Moricz gostaria de nos mostrar / pode ele garantir
que a pequena expedição consiga ver um pouco do sistema
de cavernas feito pelo homem? Seria necessário mostrar
apenas uma pequena parte que seja indiscutivelmente
artificial e que não pudesse ter sido formada por erosão
natural de água ou sedimentação.
3. O Señor Moricz gostaria de nos levar longe o suficiente,
de modo que pudéssemos ver alguns dos tesouros
subterrâneos - em particular, a biblioteca de metal?
Naturalmente, nem é preciso dizer que espero que o Dr.
Peña nos acompanhe nesta expedição, que tem apenas um
objetivo principal e que é apurar / confirmar a existência do
sistema subterrâneo de cavernas e os tesouros históricos e
culturais a serem encontrados lá. Uma expedição maior,
incluindo jornalistas, não está planejada até uma data
posterior. Para os propósitos de verificação, não é
absolutamente necessário voar diretamente para a entrada
principal, pois o Señor Moricz também conhece entradas
laterais. Ele poderia muito facilmente nos levar a uma delas,
providenciando para que ainda estivéssemos em posição de
confirmar que o sistema foi feito pelo homem, bem como
ver alguma coisa do tesouro subterrâneo.
Se o Señor Moricz preferir não nos levar a uma das entradas
laterais, mas, antes, preferir voar diretamente para a entrada
principal, então será vital que o Señor Moricz nos deixe
saber por quanto tempo provavelmente precisaremos
permanecer no subterrâneo para ver pelo menos uma parte
da biblioteca de metal. Se necessário, enviaremos
anteriormente uma comitiva de carregadores, ou o
helicóptero precisará fazer várias viagens até que toda a
equipe e seu equipamento estejam na entrada principal.
A missão em helicóptero proposta semente será possível
para o Professor Oberem e para mim por volta de 1º de
março de 1973. Estamos, portanto, confiando em uma
resposta rápida e completa para as perguntas feitas nesta
carta. Tão logo o Señor Moricz e o Dr. Peña tenham
confirmado que teremos permissão para ver uma parte do
sistema subterrâneo e da biblioteca de metal, entraremos em
contato visando a estrutura e o planejamento da viagem.
Envio meus melhores cumprimentos a ambos e espero que
nos vejamos novamente o mais tardar em março de 1973.

(Assinado: Erich Von Däniken)

Esperando em Vão

Esperei e esperei; enviei quatro cópias da mesma carta para o
Equador - usando diferentes métodos e rotas a cada vez. Mas
não houve reação. Qual poderia ser a razão desta falta de
resposta? Para ser honesto, preferia ter pulado no primeiro
avião para Guayaquil, mas minha agenda estava
completamente cheia de palestras por todo o mês de
novembro e partes de dezembro também. Mesmo uma
pequena visita ao Equador levaria pelo menos cinco dias,
entre ida e volta, e eu não tinha cinco dias livres seguidos. O
Natal estava chegando, com todas as suas alegrias e deveres.
Convenci-me de que a resposta de Peña tinha se
emaranhado com as correspondências de Natal. Mas o
Professor Oberem e os outros estavam me pressionando.
Eles precisavam de uma resposta definitiva, para que
pudessem fazer seus planos. Assim, em 29 de dezembro de
1972, enviei mais uma carta, através do oceano, para o
Equador:

Em 11 de novembro, enviei-lhe uma longa carta relativa a
planos para uma expedição por helicóptero para visitar parte
do sistema subterrâneo de cavernas descoberto por Juan
Moricz. Para ter certeza de que tinha chegado, enviei quatro
fotocópias dessa carta em dias diferentes. Em minha carta de
11 de novembro, escrevi que a Editora ECON gostaria de
assumir os custos de tal expedição e o professor de etnologia
alemão Udo Oberem gostaria de nos acompanhar.
Agora, quase dois meses se passaram e ainda não recebi
qualquer resposta relativa às minhas sugestões e questões. A
situação está começando a ficar difícil para mim, para não
dizer impossível. Não apenas os membros da expedição, mas
também os patrocinadores da mesma - a Editora ECON -
estão me pressionando... [depois vem uma parte repetindo,
em grande extensão, o que estava na carta anterior]... Tendo
em mente que as despesas de viagem são bastante
significativas, é impossível para nós, europeus, irmos ao
Equador sem uma garantia definitiva da parte do Señor
Moricz... Se não obtiver uma resposta sua até 10 de janeiro
de 1973, tentarei contatá-lo por telefone.

Passei a virada do ano de 1972 com minha família em um
hotel de montanha maravilhoso nos Alpes suíços. Muitos
dos convidados - alguns deles genuinamente interessados,
outros fazendo zombarias - queriam saber mais sobre a
biblioteca de metal no Equador. Mas não fui capaz de ajudá-
los. A data limite de 10 de janeiro, que eu tinha estabelecido
para Peña, passou sem qualquer resposta. O chefe da ECON
sugeriu que fizéssemos as malas e fôssemos para o Equador,
mesmo sem qualquer garantia da parte de Moricz. Fui
completamente contra essa idéia, dando as minhas razões:

... a viagem planejada para o Equador deve e precisa ocorrer.
Mas a principal razão para a visita é a biblioteca de metal.
Assim, temos de superar este obstáculo posto por Moricz e
Peña. Mesmo se nossos planos atrasarem por causa desses
dois cavalheiros, devemos calmamente aceitar e não entrar
em pânico. Precisamos informar todas as partes interessadas
no objetivo e na maneira considerada... O fato de que
Moricz e Peña ainda não terem dado uma resposta
realmente me preocupa. Embora eu possa dizer, com algum
grau de certeza, que este silêncio não é uma afronta pessoal
a mim, porque a Srta. Buob visitou Peña depois da
reportagem da Stern. Estou começando a imaginar se outras
partes não se envolveram no assunto - quem quer que
possam ser. Aqueles jornalistas que me atacaram e
despedaçaram - e até mesmo o assunto - não dão a mínima
para o que trouxermos do Equador, se o sistema de túneis e a
biblioteca de metal não fizerem parte da viagem!

Para mim, o que era importante era confirmar a passagens
mais importantes do THE GOLD OFGODS, e isso era
impossível sem o auxílio de Moricz. Ele era a figura-chave
para a minha reabilitação aos olhos do mundo. Hoje -
mesmo após 36 anos - posso escrever tudo isso e citar a
antiga correspondência sem um pingo de amargura e sem
qualquer sentimento ruim em relação aos envolvidos. Como
sabemos, o tempo cura todas as feridas. A razão para meu
desapontamento naquela época estava em uma carta bem
longa que recebi finalmente do Dr. Peña (que é muito longa
para citá-la em sua totalidade aqui), que me devastou
completamente. Será que eu estava vivendo em algum tipo
de mundo de sonhos? Ou os outros tinham mudado de lado?
Peña escreveu:

Recebi suas cartas de 11 e 30 de novembro, bem como
aquela de 29 de dezembro. A esse respeito, preciso - como
advogado do Señor Juan Moricz - informar-lhe:...
Tanto o Señor Moricz quanto eu acreditamos que você
retornaria a Guayaquil na primeira oportunidade, para nos
dar uma explicação pela apresentação inventiva e colorida da
descoberta do Señor Moricz em seu livro (The Gold of
Gods), bem como em relação a certas fotografias e
informação que você não tinha nossa permissão para dar. De
fato, particulares em relação a esta descoberta foram dados a
você pela compreensão de que você patrocinaria uma
expedição posterior com a soma de US$ 200.000. Esta
segunda expedição tornaria, então, os detalhes da descoberta
de Moricz disponíveis para o mundo inteiro...
Contrário a qualquer posição legal, você fez uso do material
que lhe foi fornecido, embora tivéssemos dito, desde o
início, que o Señor Moricz desejava que os direitos
intelectuais e de autoria associados a esta descoberta, bem
como do certificado assinado por todos os membros da
expedição original - que você viu - fossem garantidos.
Anexo uma cópia para você...
Desta maneira, você usurpou o direito de publicar os
resultados da pesquisa acima mencionada. Também se
beneficiou comercialmente de uma descoberta e de
informações que pertenciam a outrem, sem nem mesmo um
acordo sobre um montante adequado de compensação...
Ao explorar a comoção e a curiosidade humana natural
surgida pela história da fantástica descoberta do Señor
Moricz, você pretende usar suas inúmeras publicações para
nos colocar sobre pressão para organizar uma expedição
futura, da qual você, exclusivamente, iria se beneficiar. Você
se esquece que o plano era organizar uma expedição para
trazer aos olhos do mundo as descobertas de Moricz, não a
partir de um desejo filantrópico de mostrar a todos que o Sr.
Erich von Däniken estava certo. Você despertou
ilegalmente a curiosidade de seus leitores pela descoberta de
outra pessoa. Agora, você quer explorar a situação para
provar que suas alegações eram válidas...

Pasmo!

Esta explosão me confundiu totalmente! Durante vários dias,
fiquei vagando como se estivesse em estado de torpor.
Graças aos céus, não sou o tipo de pessoa que sofre de
depressão; março de 73 teria sido o mês certo para isso! Eu
apenas não sabia mais o que pensar. Tinha apenas publicado
algumas páginas sobre a descoberta de Juan Moricz, em THE
GOLD OF GODS, porque ele (assim como eu) tinha querido
isso desse modo e era para que assim fosse mais fácil para ele
publicar seu próprio livro sobre o assunto. Ele tinha me dado
aquelas fotos em preto-e-branco exatamente para esse
propósito. Eles estavam alegando que eu as tinha usado sem
permissão. Eu estava sendo pintado como um completo
canalha - o tempo todo -porque eu tinha "me beneficiado
comercialmente" das descobertas de Moricz. Este ficou -
assim afirma a carta de Peña - horrorizado sobre a maneira
pela qual eu as tinha tornado públicas. De fato, eu tinha lhe
mostrado os pequenos trechos publicados em SIE &ER e os
traduzido palavra por palavra. A carta de Peña também
incluía um documento que eu - apesar de sua afirmação em
contrário - nunca tinha visto antes. Eu sabia sobre a
"Escritura" (o certificado do notário), mas nunca tinha visto
isto:

Os abaixo assinados, todos membros da expedição de
pesquisa às cavernas descobertas pelo Señor Juan Moricz, no
Equador, aceitam não publicar qualquer material ou
fotografia de forma jornalística, por rádio ou televisão, ou
por quaisquer outras explicações relativas à expedição, seus
incidentes, ou os objetos valiosos nas cavernas, a posição
geográfica do local, as teorias e hipóteses que levaram à
descoberta, ou quaisquer outros detalhes relativos à
expedição. Qualquer outra afirmação pública ou oficial à
mídia de massa, concernente ao sucesso, falha, repercussões,
alegações, realização e todos os outros aspectos da
expedição, podem apenas ser feitos pelo Señor Juan Moricz,
que é explicitamente nomeado como líder da expedição e
expressamente autorizado a empreender ação legal contra
qualquer um que contrarie este acordo, bem como impedir a
publicação de quaisquer fotografias ou alegações em violação
a este acordo. Somente o descobridor, Señor Juan Moricz,
tem o direito de revogar os deveres e restrições descritas
neste documento, no tempo em que ele achar apropriado.

(Assinado por todos os membros da "Expedição 1969", em
23 de julho de 1969)

A mim começou parecer que talvez Moricz estivesse sendo
pressionado por seus colegas de expedição, que tinham
todos jurado segredo. À luz disso, este Däniken da Suíça não
se ajustava de maneira nenhuma ao quadro. Ele estava
estragando tudo e ganhando pilhas de dinheiro
(declaradamente) no processo. A realidade, porém, era
muito diferente.
Por que estou considerando toda essa velha história, depois
de tantos anos? Quem se importa? THE GOLD OF GODS
não se encontra mais no mercado; meus leitores de então
provavelmente estão todos mortos ou interessados em
outras coisas agora. E eu me recuperei de todos os choques e
traumas. Assim, por que desenterrar esta longa e empoeirada
história?
Porque a biblioteca de metal foi extensamente vista e
descrita por uma outra fonte! E porque agora eu sei a exata
localização geográfica da entrada da caverna! Há algumas
descobertas bem sensacionais bem diante de nós.
A história antiga está de novo repentinamente lá no topo.
Antes que eu feche a porta de toda essa correspondência de
35 anos, que, em si mesma, é um capítulo na história, e
antes que eu lhe conte mais sobre a descoberta da biblioteca
de metal, poderia interessar-lhe saber o que veio do
relacionamento entre Moricz e Peña e eu. Respondi à
"martelada" de Pena exatamente uma semana depois (eu
tenho uma casca dura!):

A expedição que propus tinha puramente a intenção de
provar ao mundo que a biblioteca de metal e outros tesouros
realmente existiam e poderiam ser encontrados nas cavernas
de Moricz. Tudo isso sempre teve a ver apenas com Juan
Moricz e não com Erich von Däniken... Não era para provar
que "Erich von Däniken estava certo"; antes, era uma
questão de provar que o que Moricz alegava - por exemplo,
na "Escritura" - era verdadeiro.
Durante minha visita ao Equador, no último mês de agosto,
mostrei-lhe as primeiras edições de "Sie & Er" e falamos
longamente sobre os caminhos e meios que um autor
precisa usar para apresentar sua história. Fizemos
comparações com produtos em uma vitrine, que precisam
ser apresentados sob luz certa. Moricz disse-me, naquela
época, que os meios de apresentação eram apenas
secundários. Eu gostaria de lembrar-lhe que meus livros não
são tratados científicos e que a um escritor é preciso dar um
pouco de liberdade artística.
Em seu escritório, o Señor Moricz deu-me permissão para
usar as fotografias que ele tinha me dado. De fato, esta foi a
verdadeira razão de eu ter ido a um laboratório fotográfico e
feito as cópias. E o que é mais: qualquer segredo repentino
relativos a essas fotos é, de qualquer maneira, bem inútil, a
se ver como foram todas publicadas na imprensa
equatoriana.
De fato, é verdade que fiz uma oferta, durante uma de
nossas conversas, de se levantar fundos para uma expedição
posterior, de modo que o mundo ficasse sabendo sobre as
fantásticas descobertas no Equador. Este financiamento seria
providenciado pela Editora ECON e, se isso não desse certo,
eu teria procurado alguma outra companhia. Se o Señor
Moricz acha que pode financiar sua própria expedição, isso é
com ele, e estou certo de que ele tem suas próprias razões
para assim o fazer. Mas o que eu acho completamente
injusto é apresentar-me como uma espécie de vilão, que
esparramou os feijões sobre segredos que estavam
reservados ao Señor Moricz. Eu não era membro da
Expedição 1969 e nem signatário do documento que você
me enviou. E mais: nunca tive a menor suspeita de que tal
documento existisse. A propósito, gostaria de agradecer-lhe
por ter me enviado uma cópia. De qualquer modo, o assunto
a que se refere o documento não fez parte daquilo que
conversamos no Equador. Ficou claro, tanto para você
quanto para o Señor Moricz, que eu escreveria sobre o
sistema de túneis subterrâneos - que, afinal, era a razão de
nossos longos encontros.
Gostaria de pedir-lhe, Dr. Pena, que relembrasse nossas
conversas! Você conhece a posição de Moricz e a minha
sobre arqueologia e sobre a origem e proliferação do Homo
sapiens. Você também tinha consciência de que Moricz e eu
sabemos muito mais do que dizemos e escrevemos. Você se
lembra de nosso segundo jantar de negócios? Moricz e eu
estávamos exatamente no mesmo comprimento de onda
intelectual. Sobre alguns assuntos que discutimos, tínhamos
apenas de assentir um para o outro, porque cada um de nós
reconhecia que o outro sabia exatamente o que estava sendo
dito. O que você acha que teria acontecido, se eu tivesse
publicado toda a história? E não posso - especialmente
depois de nossos encontros - compreender por que vocês
dois estão repentinamente agindo como se eu os tivesse
ferido de alguma maneira. Moricz quer "la guerra" ou até
"Norte guerra"! Mas era ele que queria revelar a verdade
sobre a pré-história humana para um público maior. Talvez
Moricz deva ser grato ao fato de que as pessoas não estão
apenas falando sobre suas descobertas, mas também sobre
ele. Nunca aleguei que qualquer dessas descobertas fosse
minha. Sempre enfatizei que a descoberta era de Moricz. Ele
não tem - Deus sabe! - razão para ficar zangado comigo,
nem com minhas publicações. Se Juan Moricz está em
posição de realizar sua idéia de publicar seu planejado livro
simultaneamente em 30 idiomas, então, está na soleira das
portas que abri para ele. Foi somente através de minha
publicação que o mundo agora sabe que há um sistema de
túneis no Equador e que seu descobridor conhece seus
segredos.
Querido Dr. Pena, por favor, aceite os meus mais sinceros
cumprimentos extensivos ao Sehor Moricz.

(Assinado: Erich von Däniken)

O Caldo Engrossa

De volta, então, de 1972 a 1975, muitas pessoas da imprensa
internacional acusaram-me por não me defender contra
essas acusações substanciais. Disseram que eu não tinha feito
nada para lançar qualquer luz sobre a verdade, que tinha me
comportado como um fraco, e que tinha fugido de minhas
responsabilidades. Além de tudo isso, algumas pessoas,
intencionalmente - lançaram manchetes alegando que eu
tinha admitido que nunca estivera em qualquer caverna no
Equador. Mentira! Na primeira conferência de imprensa,
deixei bem claro que eu não tinha estado na ENTRADA
PRINCIPAL do mundo subterrâneo de Juan Moricz, mas
que estivera em um túnel lateral - que foi claramente
ilustrado pelas fotos. Todos os fatos foram atirados pela
janela, para se fabricar um texto editado assim: "Däniken
admitiu nunca realmente ter estado nas cavernas do
Equador". Estes artigos distorcidos ainda se encontram nos
arquivos da imprensa e - naturalmente - na Internet, onde
qualquer um pode escrever o que quiser, até mentiras
deslavadas. Isso me lembra de um apresentador de TV que
queria "sim" ou "não" as respostas de seus convidados às
perguntas que ele fazia. Mas é sobre a verdade - e ela pode
sempre ser estabelecida com um sim ou um não. Realmente?
Pegue a pergunta feita abaixo e tente e responda-a
corretamente com um simples sim ou não:

VOCÊ FINALMENTE VAI PARAR DE BATER EM SUA
MULHER TODA NOITE?
SIM OU NÃO?

Você entendeu? As duas opções freqüentemente acabam
sendo um fracasso. É preciso uma explicação posterior. É
por isso que finalmente decidi - como parte da história
contínua da misteriosa biblioteca de metal - esclarecer a
controvérsia relativa àquelas poucas páginas do THE GOLD
OF GODS. E agora, finalmente, tenho a chance de contar o
que realmente tentei fazer e lançar um pouco de luz sobre
todo o assunto.
Após minha carta explicativa a Peña, recebi uma resposta
exigindo dinheiro. Pediam-me para pagar "a percentagem
correspondente aos royalties de propriedade do Señor
Moricz", que eu possuía pelo rendimento proveniente do
uso das fotografias, pesquisa e assim por diante. Na mesma
época, recebi uma carta de um certo Sr. James B. Mobley, da
"Media Associates Company", uma produtora de filmes nos
Estados Unidos, que anunciava que eles fariam um filme
sobre as cavernas subterrâneas no Equador e tinha
assegurado os direitos. O Señor Moricz recusou a chance de
estar diretamente envolvido, mas sua presença não seria
necessária, pois um certo Señor Pino Turróla, iria liderar a
equipe. Para meu espanto, descobri que o Señor Turróla
tinha explorado as cavernas mais extensivamente do que
qualquer outra pessoa - e ele tinha feito isso um ano e meio
ANTES da expedição Moricz! O Sr. Mobley assegurou-me
em sua carta que sua companhia cinematográfica tinha
elaborado um contrato com o governo equatoriano e
registrado seus direitos na The Writers Guild of América.
Mas o que me deixou mais eletrizado foi a alegação de
Mobley de que "os painéis feitos de estranhos metais, ouro,
objetos, etc." não se encontravam nas cavernas de Moricz,
mas "ESTAVAM EM UMA CÂMARA A MUITAS MILHAS
DE DISTÂNCIA. SUA ENTRADA SÓ PODE SER
ALCANÇADA A NADO PELO RIO E SUBINDO PARA A
CAVERNA.
Isso era novidade! Se o que Mobley disse era verdade, então
Moricz tinha tido um certificado de notário que não tinha
qualquer relação com a verdade! Isso significaria que ele
tinha abusado da confiança de seu governo e mentido para
seu advogado de confiança, o Dr. Pena - e a mim também!
Também significa que a visita à entrada lateral foi algum tipo
de enigma insondável. Enviei uma cópia da companhia
cinematográfica ao Dr. Pena e também cumprimentei o
produtor do filme, o Sr. Mobley, e assegurei-lhe meu apoio
em seus esforços para comprar o filme. Em outra longa carta
ao Dr. Pena, de 16 de março de 1973, expliquei o meu
ponto de vista em relação às exigências de Moricz
(percentual de participação), mas não obtive resposta. Em
vez disso, alguns meses depois, uma intimação de $ 1 milhão
de dólares foi entregue em minha casa. Inacreditável!
Alguém estava me processando em um milhão de dólares
por apenas algumas páginas em meu livro THE GOLD OF
GODS. Aquelas poucas páginas ligadas a apenas uma
pequena porção de uma história maravilhosa, que muito
possivelmente havia sido inventada pela pessoa que estava
me processando (Juan Moricz) e que não tinha levantado
um dedo para provar a verdade de sua história - muito
embora eu tenha oferecido financiar sua expedição! Mas em
que droga de mundo eu estava vivendo?
Em 17 de junho de 1973, o Sr. Ronald Nicholas, presidente
da NATIONAL LEISURE CORPORATION, em Hollywood,
disse ao jornalista Ron Thompson: "É inacreditável. A
equipe de filmagem tirou mais de mil fotos nos túneis.
Encontraram cavernas que eram suficientemente grandes
para acomodar de 5 a 6 mil pessoas."
Comigo estava tudo certo. Quem quer que tenha tirado as
fotos apenas estaria confirmando a minha história.
Os anos se passaram. Desafiei e venci a alegação de danos
feita por Moricz. Ele próprio continuou a insistir junto aos
jornais e a qualquer um que tivesse ouvido que as cavernas e
a biblioteca de metal existiam. Então, em alguma época do
final do inverno de 1976 (meu número de arquivo sumiu), a
revista alemã BUNTE publicou um artigo fabuloso sobre o
Equador. Uma equipe internacional de exploradores,
liderada pelo explorador de cavernas escocês Stanley Hall,
realizou uma grande expedição "nas pegadas de Erich von
Däniken". Seu convidado de honra foi o primeiro homem a
pisar na lua, Neil Armstrong. Todos os participantes,
afirmou-se, ficaram amargamente desapontados comigo,
pois as cavernas subterrâneas não continham nada do
tesouro. Eu nunca tinha ouvido falar de um explorador de
cavernas chamado Stanley Hall. Neil Armstrong, por outro
lado, era alguém que todo o mundo conhece. Escrevi uma
carta a ele, em 18 de fevereiro de 1977, e pedi-lhe mais
detalhes. Pouco mais de uma semana depois, recebi uma
resposta. O Sr. Armstrong distanciou-se do comunicado da
imprensa. Você pode ler a carta por si mesmo. (Ver a página
158.)

O Problema com a Imprensa

De volta, então, àquele tempo, eu tinha desistido de me
perguntar o que, diabos, acontecia com a imprensa. Na
época, eu estava bem consagrado como uma completa
vítima do sistema. Apenas leia a carta! Eu sabia, mesmo
então, como a mídia trabalhava e que jornalistas
simplesmente saqueavam as fontes existentes para
economizar tempo. Isso não os torna más pessoas. Assim,
dificilmente eu ficaria surpreso quando um dos maiores
diários alemães publica um artigo, em 2 de outubro de 1982,
sobre a expedição alemã - ainda novamente "na trilha de
Däniken" - que tinha viajado para o Equador e realizado uma
investigação das cavernas Tayos, alcançando-as facilmente,
sem a ajuda de dezenas de guias e carregadores, e que
também só descobriu painéis de bronze e outras
quinquilharias na coleção do Padre Crespi.

Mas a "Expedição Moricz 1969" não tinha precisado de um
batalhão de carregadores e até proteção militar? Como esses
"turistas" alemães simplesmente foram até as cavernas
Tayos? A resposta é simples: doze anos tinham se passado e
os equatorianos tinham construído uma estrada que
praticamente levava até lá. A situação em 1982 não podia ser
comparada àquela de 1969. E o Padre Crespi? Já não se tinha
estabelecido, algum tempo antes, que tudo o que ele possuía
em sua coleção era quinquilharia e lixo moderno?
Eu já tinha consciência, em 1972, que o Padre Crespi tinha
trabalhado, por algum tempo no começo de sua vida, como
curador do museu do ouro, em Cuenca. Assim, eu
dificilmente pensaria que ele não estava em posição de dizer
o que era e o que não era ouro. O museu do ouro sofreu um
incêndio, em 20 de julho de 1962. Durante minhas três
visitas a ele em Cuenca, o velho tinha arrastado para fora
painéis de metal, para serem fotografados, e tinha dito de
quase todos eles: "Oro... oro... oro" (Ouro... ouro... ouro.). O
Padre era um velhaco e gostava de puxar as penas de suas
visitas. Durante minha segunda visita, ele estava tão
entusiasmado, que tirei uma foto de sua peça mais recente
de "ouro". Alegremente fiz-lhe o favor, embora eu seja tão
capaz quanto qualquer um de reconhecer bronze barato.
Então, ele arrastou para fora um antigo ferro a vapor
enferrujado e me disse, piscando um olho, que ali estava a
prova de que os incas sabiam como passar roupas.
Extremamente sagaz, após visitas anteriores de outros,
durante as quais artefatos valiosos tinham sido roubados, ele
guardava ciumentamente seus tesouros. Dificilmente ele me
deixava chegar perto de uma única peça. E, quando eu
tentava tirar medidas, ele segurava as peças em ângulos
inadequados ou, então, encostava-as à parede. O que eu
podia fazer? Mas acusar o Padre - não se esqueça que ele era
um membro respeitado da igreja e um especialista em ouro -
de mentir teria sido demais. Só podia observar seu "ouro"
com um sorriso. E tem mais, porque eu tinha ido a museus
do ouro em Lima e Bogotá, e eles tinham peças que
pareciam exatamente aquelas da coleção do Padre Crespi.
Assim, cerca de 12 anos depois de minhas visitas, um bando
de turistas alemães perambulou pelo quintal de Crespi. O
padre tinha morrido pouco tempo antes e seu sucessor ficou
muito feliz em mostrar aos turistas, com suas gordas
mochilas, todo tipo de coisa dos bens de Crespi, incluindo
um par de painéis, que eu tinha descrito como de "ouro".
Naturalmente, todas as peças valiosas da coleção tinham sido
removidas havia muito tempo e estavam armazenadas no
Arquivo do Estado Equatoriano. Mesmo assim, dificilmente
consigo imaginar que aquelas peças eram apenas "lixo sem
valor", como relatou o artigo alemão. Você não precisa de
um cofre para armazenar lixo antigo. Posso bem imaginar
que muitos dos objetos foram duplicados: um seria o
genuíno e o outro a cópia. Não escrevo isto apenas para
cobrir minhas próprias costas, mas por experiência, pois
muitos dos museus do mundo contêm imitações de outras
peças. Mesmo nas terras dos Andes.
De qualquer maneira, eu não estava em posição de dizer o
que era ou não genuíno. Assim, escrevi em meu livro THE
GOLD OF GODS que as peças eram feitas de ouro, prata,
cobre e bronze. No meu livro seguinte, IN SEARCH OF
ANCIENT GODS (Em Busca dos Antigos Deuses), que foi
publicado apenas um ano depois, fui um pouco mais
específico: "peças de bronze, cobre, folha de metal barato,
zinco, pedra e madeira... e, no meio de toda essa confusão,
alguns tesouros verdadeiros de ouro, banho de ouro, prata e
banho de prata" (p. 149). As legendas sob as fotos foram
ainda mais cautelosas: "painel de metal" (p. 152), "lâmina de
metal banhada a ouro" (p. 154), "escultura" (p. 157), "disco
de prata-zinco" (p. 158), e "lâminas de prata gravadas" (p.
160).
Praticamente tão logo voltou, o líder do grupo de turistas
alemães escreveu um livro refutando minha história, no qual
fui - naturalmente, o que mais poderia ser? - novamente
"desmascarado", "exposto", e "refutado", e não podemos
esquecer a quase compulsória "indignação" em nome do
povo alemão. Só faltavam as garotas dançando e as luzes
feéricas. O livro fala como se eu tivesse constantemente
escrito sobre nada além de ouro, ouro e mais ouro da
Coleção do Padre Crespi. Para começar, não era verdade.
Em segundo lugar, meu livro fotográfico documentário, IN
SEARCH OF ANCIENT GODS, foi conveniente e
totalmente ignorado. E em terceiro lugar, eu não podia saber
que, entre 1969 (Moricz) e 1982, os equatorianos tinham
construído uma estrada de rodagem através da floresta, o
que teria tornado uma expedição cara - como nos tempos de
Moricz - completamente desnecessária.
Os turistas alemães foram rápidos em apontar o dedo para
alguns dos painéis de Crespi e, como "especialistas", avaliar -
com base unicamente no peso insuficiente - que eles não
poderiam ser feitos de ouro (Däniken exposto - Hurrah!). Eu
já sabia, em 1972, que o peso de um objeto tinha pouco a
dizer sobre seu conteúdo em ouro. O Professor Gebhardt,
diretor do Instituto Max Planck de Metalurgia, em Stuttgart,
tinha me dito: "O peso e a cor dizem pouco sobre a
proporção de ouro". O Professor Gebhardt estivera
investigando a perícia metalúrgica dos incas por décadas e
era considerado um grande especialista. Alguns anos depois,
a Professora Heather Lechtmann, do Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT), publicou um estudo profundo sobre
o ouro "falso" dos incas. O texto a seguir encontra-se em seu
relatório:

Em nosso laboratório, analisamos pequenas amostras tiradas
dos achados. Verificamos que a cobertura freqüentemente
tinha apenas de 0,5 a 2 micrômetros de espessura e
dificilmente podia ser percebida, mesmo com um aumento
de 500 vezes... Os senhores do Império Inca usavam objetos
que pareciam ter sido feitos de prata ou ouro puros... O
método utilizado pelos habitantes pré-colombianos da
América para banhar metais desprezíveis e dar-lhes a
aparência de metais preciosos ainda não foi duplicado.

E o que permanece das chamadas "revelações" e o grito
contínuo de "vergonha!"? Oh, sim! Os motivos dos artefatos
de Crespi.
Os arqueólogos são - no final das contas - apenas humanos e
algumas vezes olham para o outro lado, ou deixam escapar
julgamentos prematuros, quando os objetos não se ajustam a
seu esquema de coisas. A Coleção Crespi é uma cavilha
redonda em um buraco quadrado a esse respeito! Ela
destruiria completamente um preconceito altamente popular
da cultura pré-colombiana que é perpetuada em incontáveis
livros de referência. A maneira mais rápida de se eliminar
alguma coisa é colocar nela o rótulo de "falsificado". Então,
ninguém irá perder seu tempo procurando por ela, especial-
mente os estudantes. Não duvido que algumas das peças de
Crespi eram, de fato, modernas. Mas para a maioria delas
poderia não ser o caso. Elas estiveram estocadas até 20 de
julho de 1962 no museu do ouro, em Cuenca, e foram
classificadas como genuínas e valiosas. Então, o museu foi
incendiado. O arqueólogo americano Manson Valentine -
curador honorário do Museu de Ciência, de Miami, e
pesquisador bolsista do Museu Bishop, em Honolulu -
classificou ESTES ARTEFATOS - aqueles dos quais
apresentei fotografias em THE GOLD OF GODS - como
"genuínos". E no capítulo anterior, mostrei os painéis de
Crespi gravados com símbolos que também podem ser visto
a milhares de quilômetros do Equador. Eles esperam que eu
acredite que os indígenas visitaram o pequeno museu em
Glozel (na França), antes de realizarem sua obra com seus
martelos e metal.
Não tenho nada contra a crítica razoável, mesmo quando
algumas vezes ela vai pela contramão. Eu mesmo sou
membro de numerosas associações nacionais e
internacionais de escritores. Conheço inúmeros jornalistas -
minha filha também é - e não tenho nenhum problema em
sentar com eles para discutir os prós e os contras de uma
situação particular. Fico feliz por rir e filosofar com meus
colegas das associações de escritores. Mas SOU contra essa
minoria constantemente ofendida e indignada, que se
preocupa apenas em compreender o mínimo absoluto do
trabalho de uma vida necessário para ser capaz de julgar o
resto das coisas que eles realmente nem se incomodam em
olhar.

Um Escocês Honrado

Agora, onde está essa biblioteca de metal?
THE GOLD OF GODS foi publicado em espanhol com o
título EL ORO DE LOS DIOSES, em 1974, e desencadeou
uma tempestade de controvérsias relativas às cavernas
Tayos. (Apenas como um ponto de interesse: nem o título
em inglês, THE GOLD OF GODS, nem aquele em espanhol,
EL ORO DE LOS DIOSES, foram dados por mim. Títulos
estrangeiros sempre foram escolhidos pelas editoras.) De
qualquer modo, o livro inspirou outras expedições na trilha
dessas cavernas controversas. Os jornais escreveram sobre
elas, e o sistema subterrâneo de cavernas foi descrito, pelo
menos parcialmente. Um dos que se inspiraram com a
história contada em meu livro foi o Sr. Stanley Hall. Em
1994, eu estava em Quito para dar uma palestra organizada
pela embaixada da Suíça e pelo Instituto Goethe da
Alemanha. No dia seguinte, encontrei-me com Stan, como
ele chama a si mesmo, em sua casa. Meu antigo secretário de
longa data e amigo Willy Dünnenberger, que tinha vivido
em Quito por muitos anos, tinha organizado o encontro.
Stan, como descobri, era descendente de escoceses. Fiquei
sabendo o nome dele através dos jornais: foi ele que
começou a expedição Neil Armstrong, de 1976. Essa
expedição, ele me contou, tinha durado apenas um dia, pois
a equipe inteira - incluindo o primeiro homem a pisar na
lua, Neil Armstrong - tinha voado diretamente para a
caverna por helicóptero. Stan conhecia Juan Moricz há anos
e, naturalmente, seu advogado, Gerardo Peña. Contei a Stan
o meu lado da história, sem me referir a nenhum
documento de qualquer tipo, e Stan me falou que ele ainda
estava na trilha da biblioteca de metal. A história era muito
fantástica para que se perdesse nas brumas do tempo. Pensei
muito a respeito de Stan, tanto como pessoa em cuja palavra
você podia confiar, quanto como explorador altamente
competente. E eu realmente acreditei que, se alguém podia
encontrar qualquer coisa no Equador, essa pessoa era ele -
ainda mais porque ele tinha uma grande reputação lá e era
casado com uma equatoriana.
Durante nossa conversa, Stan me contou que ele conhecia a
localização geográfica da biblioteca de metal. Ela não iria ser
encontrada nas cavernas Tayos, ele disse. Mas era muito
cedo para a informação ir a público.
Stanley Hall tinha obstinadamente permanecido na trilha
por todos aqueles anos e SABIA A EXATA POSIÇÃO DA
ENTRADA PARA A BIBLIOTECA DE METAL. Ele não fez
segredo disso e - antes de sua morte prematura em 2008 -
publicou uma história meticulosa e de dar água na boca em
seu livro TAYOS GOLD: THE ARCHIVES OF ATLANTIS
(O OURO DE TAYOS: OS ARQUIVOS DA ATLÂNTIDA) -
no qual apareço quase como uma espécie de tio adotivo.
Hall encontrou a única testemunha que tinha visto a
biblioteca de metal e os outros objetos fantásticos com seus
próprios olhos: o Señor Lucio Petronio Jaramillo Abarca.
Petrônio Jaramillo tinha sido levado às fenomenais cavernas
subterrâneas muito antes de Juan Moricz, por um índio da
tribo Shuar (anteriormente conhecidos como "Jivaros", uma
tribo que tinha sido algo abominável, devido à sua prática de
fazer cabeças encolhidas de seus inimigos mortos). Devido a
uma erosão severa, os homens foram forçados a entrar na
caverna mergulhando em um rio e nadando para dentro de
uma das cavernas, onde passaram um dia inteiro e a noite
seguinte examinando o tesouro. A história de Stan do que
ele viu pode ser lida a partir da página 185 de seu livro. Por
razões de copyright, mas também por respeito aos muitos
anos de pesquisa de Stan, não posso simplesmente citar aqui
essas revelações estremecedoras. Mas posso dizer que
Petrônio falou de "milhares de entalhes de animais", de
quimeras, "de colunas semelhantes a cristal de várias cores"
e, finalmente, de uma biblioteca de metal de muitos
milhares de páginas, nas quais cada "painel de metal [tinha]
cerca de 40 x 20 centímetros". O que Juan Moricz tinha me
contado naquela noite, em Guayaquil, uns poucos extratos
do que eu apresentei a você aqui neste livro, é uma ninharia
quando comparada à descrição da testemunha ocular
Petronio Jaramillo.
Este mundo subterrâneo nos fornecerá revelações que serão
como um soco nos dentes de algumas pessoas, mas, para
outras, uma iluminação. Mas, antes que isso possa acontecer,
nosso chamado zeitgeist tem de permitir que a biblioteca de
metal venha à luz. Tem de permitir a pesquisa em um nível
que seja possível somente nos círculos científicos. Mas que
ciência? Arqueologia conservadora, etnologia e teologia da
velha escola? Além disso, qualquer grupo precisaria de
assistência governamental para realizar uma expedição em
larga escala. Será que vão bloquear isso ou, talvez, se deixar
subornar? Será que vão tentar nos dizer - totalmente
objetivo e mortalmente sério como sempre - que as
revelações de Stan Hall e as histórias de Petronio Jaramillo
foram pura fantasia? Não sou um grande fá de teorias da
conspiração, mas sei de dois casos definidos onde foi
exatamente isso que aconteceu: os "Manuscritos Qumran",
encontrados perto do Mar Morto, e as câmaras ocultas sob a
Grande Pirâmide. Para impedir qualquer possível
acobertamento ou exploração secreta das cavernas, Stan Hall
decidiu revelar a posição exata da biblioteca de metal. (Alô,
Google Earth! Vire o olho de seu satélite para 1° 56' 00" Sul,
77° 47' 34" Oeste!). Mas porque a testemunha ocular deste
tesouro fenomenal não está em todas as nossas telas de
televisão?
Petronio Jaramillo foi morto a tiros em frente de sua própria
casa, em maio de 1998. Ele deixou um filho de 14 anos,
Mario.
Stan Hall e Mario tentaram juntos chegar à entrada das
câmaras do tesouro subterrâneo, mas, devido à erosão
posterior e outros problemas que Stan descreve em seu
livro, tiveram de desistir do esforço, faltando muito pouco
para atingirem seu objetivo. Se você acredita na Internet,
outros tentaram também. O jornalista Alex Chionetti alega
que foi impedido de alcançar seu objetivo por homens da
tribo Shuar.
E o Señor Pino Turolla, que alegadamente visitou as
cavernas um ano e meio ANTES de Juan Moricz E tinha
uma equipe de filmagem com ele? O que aconteceu ao
produtor de filmes James B. Mobley? Onde estão as milhares
de fotos que supostamente foram tiradas neste mundo
subterrâneo? Stan Hall descreveu Pino Turolla como um
conde de origem italiana, que estava procurando por alguma
prova de vida extraterrestre. Só os céus sabem para quem ele
estava trabalhando. E se ele realmente encontrou alguma
coisa para apoiar suas teorias nas Cavernas Tayos, não posso
lhe dizer. Encontrei Mobley anos depois, em Los Angeles, e
perguntei-lhe sobre o filme e todas as fotos das cavernas. Ele
foi amigável, mas pouco falou, e disse que o filme nunca
seria visto à luz do dia, e nem as fotos. "Por que não?" - eu
queria saber. "Sua companhia investiu pesado neste projeto."
Ele sorriu afetadamente e explicou meio ambiguamente que
sua companhia tinha recebido de volta muito mais dinheiro
do que tinha investido. "De quem? Pelo amor de Deus! Eu
não acredito nisso!" Mobley segurou sua língua, agradeceu-
me pela bebida e partiu.
São encontros como esses que realmente me deixam louco,
sem mesmo entrar no assunto das conspirações globais. E
Juan Moricz? Certamente pelo menos ele deve ter algum
interesse em provar sua história e proclamá-la ao mundo.
Juan morreu em 27 de fevereiro de 1991, pouco tempo
antes de seu 69° aniversário. Ele tinha descoberto ouro
novamente e nunca perdeu qualquer oportunidade de
insistir que sua história era verdadeira. Como pode ser isso?
Depois que ficou conclusivamente provado que a biblioteca
de metal não estava nas Cavernas Tayos? A entrada real
encontra-se a cerca de 100 quilômetros de distância das
Cavernas Tayos. O que devo pensar das alegações de Moricz
agora? Nunca o julguei e permaneci, apesar dos problemas
que tivemos um com o outro, com a opinião de que ele era
um grande homem. Ele tinha um conhecimento imenso -
especialmente na área de minha especialidade - e sempre se
comportou como um cavalheiro. Com o benefício da
retrospectiva, posso até compreender porque ele reagiu tão
colericamente às minhas ações, especialmente depois de ter
sido colocado sob crescente pressão após a publicação de
meu livro (ele teve problemas semelhantes com Stan Hall, e
pelas mesmas razões). Hoje, acredito que as cavernas de
Juan Moricz muito provavelmente contivessem o tesouro.
Este foi - APÓS a publicação de THE GOLD OF GODS e
POR CAUSA do risco dos caçadores de tesouro - removido
e colocado em algum outro lugar. Porém, não pode ser o
mesmo material que Petronio Jaramillo viu e descreveu, pois
esta visão única ocorreu ANTES de 1964. E o advogado, Dr.
Pena? Um cavalheiro nobre e altamente inteligente,
completa e claramente, que não fez nada mais do que
representar os interesses de seu cliente, Juan Moricz.
Quanto ele acreditava na história de Moricz, não posso
dizer.

Uma Virada na História

A história explosiva da biblioteca de metal está apenas no
começo, graças a Stanley Hall! A partir de seu livro e das
conversas posteriores que tive com ele (ele me visitou na
Suíça), descobri que uma pequena expedição de Mórmons
tinha visitado as cavernas em 1968 - um ano antes da
expedição de Moricz! Agora é a hora de atormentar os seus
ouvidos! Vamos dar uma olhada para trás: os mórmons são
descendentes do Jareditas. Jared era pai de Enoch. Ele, você
se lembra, escreveu os livros que a ele foram ditados por
extraterrestres e passou-os a seus filhos, para serem
preservados para as futuras gerações. Guiados por um "deus",
os Jareditas chegaram à costa da América do Sul após 344
dias em oito barcos sem janelas. Os livros dos mórmons,
ETHER e LEVI, descrevem isso detalhadamente. O que
esses ancestrais dos mórmons modernos - ou os
descendentes de Jared - tinham a ver com os escritos nos
painéis de metal? Algumas citações do Livro de Mórmon
revelam que foi exatamente este tipo de painel de metal que
eles transportaram. Antes da jornada pelo grande oceano, os
painéis tinham de ficar seguros: (As palavras e números
entre parênteses indicam o livro e o capítulo no Livro de
Mórmon.)

(NEPHI 3:3) POIS EIS QUE LABÃO TINHA OS REGISTRO
DOS JUDEUS E TAMBÉM UMA GENEALOGIA DE MEUS
ANCESTRAIS, E ELES ESTAVAM GRAVADOS EM
LÂMINAS DE BRONZE. (3:4) POR CONSEGUINTE, O
SENHOR TINHA ME ORDENADO QUE TU E TEUS
IRMÃOS FÔSSEIS PARA A CASA DE LABÃO E
PROCURÁSSEIS OS REGISTROS... (3:24) E OCORREU
QUE FOMOS ATÉ LABÃO E PEDIMOS-LHE QUE NOS
DESSE OS REGISTROS, QUE FORAM GRAVADOS EM
LÂMINAS DE BRONZE, PELOS QUAIS DEVÍAMOS DAR-
LHE NOSSO OURO, E NOSSA PRATA, E TODAS AS
NOSSAS COISAS PRECIOSAS. (4:16) E EU TAMBÉM
SABIA QUE A LEI ESTAVA GRAVADA NAS LÂMINAS
DE BRONZE. (4:17) E NOVAMENTE EU SABIA QUE O
SENHOR TINHA COLOCADO LABÃO EM MINHAS
MÃOS POR ESTA CAUSA - PARA QUE EU PUDESSE
OBTER OS REGISTROS SEGUNDO AS ORDENS DELE.
(5:10) E DEPOIS DE TER AGRADECIDO AO DEUS DE
ISRAEL, MEU PAI, LEHI, PEGOU OS REGISTROS QUE
ESTAVAM GRAVADOS NAS LÂMINAS DE BRONZE, E
PESQUISOU-OS DESDE O INÍCIO. (5:11) E ELE
OBSERVOU QUE ELAS CONTINHAM OS CINCO LIVROS
DE MOISÉS, QUE FAZIAM UM RELATO DA CRIAÇÃO
DO MUNDO, E TAMBÉM DE ADÃO E EVA, QUE
FORAM NOSSOS PRIMEIROS PAIS. (5:18)... QUE ESSAS
LÂMINAS DE BRONZE DEVIAM SER DADAS A TODAS
AS NAÇÕES, TRIBOS, LÍNGUAS E POVOS QUE FOSSEM
DE SUA SEMENTE. (5:19) POR ISSO ELE DISSE QUE
ESSAS LÂMINAS DE BRONZE NÃO DEVIAM PERECER
NUNCA, NEM DEVIAM SER ESMAECIDAS PELO
TEMPO... (5:22) POR ISSO FOI SABEDORIA DO SENHOR
QUE NÓS AS LEVÁSSEMOS CONOSCO, ENQUANTO
VIAJÁVAMOS PELA IMENSIDÃO EM DIREÇÃO À
TERRA PROMETIDA.

O livro fala de "lâminas de bronze", embora não devamos,
talvez, traduzir a palavra BRONZE muito literalmente.
Afinal, pretendia-se que essas lâminas sobrevivessem por
milênios (e não SER ESMAECIDAS PELO TEMPO). A
palavra BRONZE pode ter surgido simplesmente como
resultado da tradução ou para proteger a real verdade. Se o
tradutor tivesse, por exemplo, usado a palavra OURO, o
desejo por essas lâminas teria se multiplicado muitas vezes. E
de qualquer modo, apenas uma micro-cobertura de ouro
teria sido necessária. Pense nas técnicas fenomenais de
processamento de metal das tribos Maias pré-colombianas,
que, afinal, devem ter aprendido tais habilidades de alguém
ou algum lugar. De qualquer modo, essas lâminas de bronze
continham relatos "DA CRIAÇÃO DO MUNDO, E
TAMBÉM DE ADÃO E EVA, QUE FORAM NOSSOS
PRIMEIROS PAIS". E elas precisavam ser distribuídas
"PARA TODAS AS NAÇÕES, TRIBOS, LÍNGUAS E
POVOS". Obedientemente, os Jareditas arrastaram com eles
essas crônicas importantes através do mar, para a América. E
uma vez na América, o número de lâminas aumentou, a
cada vez que novos relatos eram acrescentados:

(NEPHI 9:4) SOBRE AS OUTRAS LÂMINAS DEVIA SER
GRAVADO UM RELATO DO REINO DOS REIS, E AS
GUERRAS E DISPUTAS DE MEU POVO... (9:5),
PORTANTO, O SENHOR ORDENOU-ME FAZER ESSAS
LÂMINAS PARA UM SÁBIO PROPÓSITO: QUE
PROPÓSITO EU NÃO SEI [grifo do autor]

Assim, novas lâminas foram sendo constantemente
acrescentadas às antigas e - como o segundo livro, NEPHI,
descreve, do Capítulo 13 em diante - cópias também eram
feitas tanto das antigas quanto das novas usando "ore". A
coleção cresceu e porque os descendentes de Nephi também
escreveram suas histórias em lâminas de metal, a biblioteca
de metal dos ascendentes dos mórmons de hoje deve ter
consistido de milhares e milhares de lâminas.

Uma Viagem Fantástica

Petronio Jamarillo, a testemunha ocular dos tesouros
subterrâneos, que foi assassinada, falou não apenas de painéis
gravados, mas também de coisas inexplicáveis, tais como,
segundo o "O OURO DE TAYOS" de Hall, "colunas
semelhantes a cristal de várias cores". Também mencionou
uma espécie de luz artificial e pedras coloridas, bem como
paredes misteriosas que tinham a "aparência de cristal".
Pomposidade? Agora, espere um minuto!
Os Jareditas cruzaram o oceano em oito barcos. Mas do que
eram realmente feitos tais barcos?

(1 NEPHI, 18:2) AGORA EU, NEPHI, NÃO TRABALHEI A
MADEIRA DA MANEIRA QUE FOI APRENDIDA PELOS
HOMENS, NEM CONSTRUÍ O BARCO À MANEIRA DOS
HOMENS, MAS EU O CONSTRUÍ DA MANEIRA QUE O
SENHOR TINHA ME MOSTRADO; PORTANTO, NÃO
FOI À MANEIRA DOS HOMENS [grifo do autor]

Barcos que não são feitos utilizando métodos humanos - em
outras palavras, métodos "terrestres" - só podem ter sido
feitos usando métodos extraterrestres. Estes, muito
provavelmente, teriam incluído novos materiais, juntas, ligas
e ferramentas que os homens não conheciam naquela época.
Mas os ETs sim! Petronio Jaramillo viu esses tipos de ligas e
comparou-as com cristal e quartzo. Dificilmente teriam sido
navios fantasmas, como, estou certo, alguns psicólogos
espertos tentarão argumentar. Os barcos eram
completamente à prova d'água e totalmente resistentes a
tempestades. E de onde vieram a luz artificial e outras coisas
que Petronio descreveu?

(1 NEPHI 16:10) E OCORREU QUE MEU PAI
LEVANTOU-SE PELA MANHÃ E FOI ATÉ A PORTA DA
TENDA; PARA SEU GRANDE ESPANTO, ELE VIU SOBRE
O CHÃO UMA BOLA DE CURIOSO ACABAMENTO; E
ELA ERA DE FINO BRONZE. E DENTRO DA BOLA
HAVIA DOIS EIXOS E UM APONTAVA O CAMINHO
QUE DEVÍAMOS SEGUIR NA IMENSIDÃO... (16:16) E
NÓS SEGUIMOS AS DIREÇÕES DA BOLA, QUE NOS
LEVOU PARA PARTES MAIS FÉRTEIS DA IMENSIDÃO.

Esta bola curiosa parece ser mais do que apenas uma bússola.
Ela também desempenha outras funções vitais.

(1 NEPHI 16:25) E OCORREU QUE A VOZ DO SENHOR
DISSE PARA ELE: OLHE PARA A BOLA E VEJA AS
COISAS QUE ESTÃO ESCRITAS. (16:27) E OCORREU
QUE, QUANDO MEU PAI VIU AS COISAS QUE
ESTAVAM ESCRITAS SOBRE A BOLA, ELE FICOU COM
MEDO E TREMEU EXCESSIVAMENTE...

Uma bola voadora, falante e produtora de figuras. Por que o
"Senhor" não a fez um pouco mais simples? Será que não era
capaz? Todos esses objetos misteriosos - bússola, bola falante
com funções holográficas integradas - ajudou os Jareditas em
sua viagem através do oceano. E a luz artificial que Petronio
Jaramillo afirmava ter visto?
Depois que os Jareditas construíram seus navios
incomparáveis, com a ajuda de seu "Senhor",
compreenderam que iriam passar piche dentro deles:
(ETHER 2:18) E OCORREU QUE O IRMÃO DE JARED
GRITOU PARA O SENHOR, DIZENDO: OH, SENHOR!
REALIZEI A OBRA QUE TU ME ORDENASTE E FIZ OS
BARCOS CONFORME TU ME DIRIGISTE. (2:19) E VEJO -
OH, SENHOR! - QUE NELES NÃO HÁ LUZ; VAMOS
MIRRAR? E TAMBÉM IREMOS PERECER, POIS NELES
NÃO PODEREMOS RESPIRAR, EXCETO O AR QUE ESTÁ
DENTRO DELES...

Problemas simples como este eram fáceis de resolver pelo
"Senhor". Ele criou pedras brilhantes (ver Ether 6:2), 16
delas no total, e deu-as aos Jareditas.

(ETHER 6:3) E ASSIM O SENHOR CRIOU PEDRAS PARA
BRILHAR NO ESCURO, PARA DAR LUZ AOS HOMENS,
MULHERES E CRIANÇAS, POIS ELES NÃO PODERIAM
CRUZAR AS GRANDES ÁGUAS NA ESCURIDÃO.

Para se certificar que seu povo tivesse ar fresco para respirar,
ele lhes deu furos especiais, que deixariam o ar entrar, mas
mantinha a água do lado de fora. Hoje, chamamos esses
furos de válvulas de não-retorno. Tecnicamente perfeito. Há
até uma explicação para as pedras luminosas. Certos
compostos químicos, quando em contato com o oxigênio,
começam a brilhar. Nas câmaras subterrâneas visitadas por
Petronio Jaramillo, o ar era admitidamente úmido, mas
agradável. Em outras palavras, havia oxigênio suficiente para
sustentar uma reação química em longo prazo. As "pedras
do Senhor" ainda estão funcionando milhares de anos
depois. Petronio Jaramillo não inventou.
Tudo isso parece um pouco demais: todas essas coisas com as
quais estamos repentinamente sendo confrontados. Mas há
uma certa lógica por trás disso tudo. Gostaria de ajudar a
reunir todos esses fatos misteriosos e expandi-los pela
aplicação do conhecimento padrão de hoje. As
conseqüências disso serão convincentes - e estranhas, ao
mesmo tempo.
No livro ETHER, no Livro de Mórmon, o irmão de Jared
revela que recebeu a ordem de esconder as lâminas gravadas
novamente (Ether 4:3), e ele continua:

(ETHER 4:4) VEJA, EU ESCREVI NESSAS LÂMINAS AS
COISAS QUE O IRMÃO DE JARED VIU; E NUNCA
HOUVE COISAS MAIORES MANIFESTAS DO QUE
AQUELAS QUE FORAM MANIFESTAS PELO IRMÃO DE
JARED. (4:5), PORTANTO, O SENHOR TINHA ME
ORDENADO ESCREVÊ-LAS E EU AS ESCREVI. E ELE ME
ORDENOU QUE EU AS SELASSE; E ELE TAMBÉM ME
ORDENOU QUE EU SELASSE A INTERPRETAÇÃO
DISSO...

Esta revelação de Ether (é por isso que é conhecido como
Livro de Ether) não está se referindo àquelas lâminas de
metal que foram as primeiras escritas nas Américas, mas
expressamente às lâminas originais:

(ETHER 1:3) ...A PRIMEIRA PARTE DESTE REGISTRO,
QUE FALA DA CRIAÇÃO DO MUNDO, E TAMBÉM DE
ADÃO, E UM RELATO DAQUELE TEMPO DA GRANDE
TORRE; E TODAS AQUELAS COISAS OCORRIDAS
ENTRE OS FILHOS DOS HOMENS ATÉ AQUELA ÉPOCA
OCORREU ENTRE OS JUDEUS. (1:4), PORTANTO, NÃO
ESCREVO AQUELAS COISAS QUE ACONTECERAM NOS
DIAS DE ADÃO ATÉ AQUELA ÉPOCA; MAS ELES
ESTÃO NAS LÂMINAS: E AQUELE QUE AS
ENCONTRAR TERÁ O PODER DE OBTER O RELATO
COMPLETO, [grifo do autor

As lâminas devem ser escondidas - e conseqüentemente são
devidamente escondidas. Por quem? Por Moroni, uma
pessoa que viveu muito tempo depois dos Jareditas. Ele nos
conta isso pessoalmente: "Eu sou o filho de Mórmon..."
(Mórmon 8:13) E o que ele faz?

(MÓRMON 8:14) E EU SOU O MESMO QUE ESCONDEU
ESTE REGISTRO PARA O SENHOR; DE FATO, AS
LÂMINAS NÃO TÊM VALOR, POR CAUSA DA ORDEM
DO SENHOR. POIS ELE VERDADEIRAMENTE DIZ QUE
NINGUÉM DEVE TÊ-LAS PARA OBTER ALGUM
GANHO; MAS O REGISTRO, DE FATO, É DE GRANDE
VALOR; E AQUELE QUE O TROUXER À LUZ, SERÁ
ABENÇOADO PELO SENHOR.

Os círculos ficam menores; as conclusões mais
convincentes. Mas ainda falta a última gota de cor para
transformar este retrato em uma obra prima. É MORONI
que fecha este gancho. Seguindo as instruções de seu
"Senhor", ele nos conta que o "tesouro sairá da terra". E
como a cereja do bolo, ele até nos conta aproximadamente
quando.

(MÓRMON 8:16) E ABENÇOADO SEJA AQUELE QUE
TROUXER ISSO À LUZ; E POR ISSO ELE TROUXE DAS
TREVAS PARA A LUZ, SEGUNDO A PALAVRA DE
DEUS; SIM, POR ISSO ELE O TIROU DA TERRA; ELE
BRILHARÁ FORA DA ESCURIDÃO E VIRÁ AO
CONHECIMENTO DO POVO... (8:26)... E NINGUÉM
PODERÁ IMPEDI-LO; E OCORRERÁ EM UM DIA EM
QUE SE DIRÁ QUE OS MILAGRES FORAM ABOLIDOS; E
VIRÁ MESMO COMO SE ALGUÉM FALASSE DOS
MORTOS. (8:29) SIM, VIRÁ EM UM DIA EM QUE SE
OUVIRÁ FOGOS, E TEMPESTADES, E VAPORES DE
FUMAÇA EM TERRAS ESTRANGEIRAS. (8:30) E
TAMBÉM SE OUVIRÁ FALAR DE GUERRAS, RUMORES
DE GUERRA E TERREMOTOS EM DIVERSOS LUGARES.

Deixe-me recapitular:

> Dois extraterrestres ("semelhante aos quais nunca vi
na Terra") desinfetam Enoch com uma pasta
maravilhosamente perfumada e o vestem com roupas
novas.
> Eles o levam para uma nave-mãe.
> Ele aprende a escrever e lhe é dada uma "caneta de
escrita rápida". Muitos livros são ditados a ele.
> Antes dele finalmente deixar a Terra, passa esses livros
para seu irmão e filhos "para as gerações após o
dilúvio".
> Os livros de Enoch são escondidos. Possivelmente
alguns deles estão na Grande Pirâmide; outros foram
para Labão, que está em algum lugar perto de
Jerusalém.
> A um dos irmãos de Enoch é dada a tarefa - por um
"Deus" não identificado - de recuperar os painéis de
metal que estavam com Labão.
> Este grupo chama a si mesmo de Jareditas - os
descendentes de Jared, pai de Enoch.
> O "Senhor" ajudou-os a construir barcos fenomenais
"não à maneira dos homens"; mãos sobre uma bola
misteriosa, que pode falar e produz fotos holográficas,
bem como 16 "pedras brilhantes".
> Os Jareditas alcançam a América, junto com suas
antigas escrituras em painéis de metal, e começam a
criar novas lâminas para registrar sua história na
América. As lâminas antigas provavelmente foram
duplicadas aqui.
> Joseph Smith recebe ordem para traduzir essas
lâminas. (Tentarei mostrar posteriormente como isso
possivelmente pode ter sido feito.) O resultado
encontra-se no Livro de Mórmon, a "bíblia" da Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
> Este livro nos conta que a biblioteca de metal está
seguramente escondida, mas virá à luz quando se
disser que "os milagres foram abolidos" (isto é, eles
acabaram). Também será um tempo de "fogos, e
tempestades, e vapores de fumaça em terras
estrangeiras" e "guerras, rumores de guerra, e
terremotos em diversos lugares".
> Os escritos nas lâminas de metal chegarão às pessoas
"como se alguém estivesse falando dos mortos" (em
outras palavras, como se os mortos estivessem
contando sua história).
> Uma biblioteca de metal é descoberta no Equador,
completa, com luz artificial e outras maravilhas.
> A testemunha ocular Petronio Jaramillo descreve os
detalhes do fantástico sistema subterrâneo de
cavernas, incluindo uma biblioteca feita de metal.
> Um pequeno grupo de mórmons modernos visita as
Cavernas Tayos, no Equador, em 1968, na esperança
de descobrir o legado de seus ancestrais, os Jareditas.

Estranho, para dizer pouco. Joseph Smith, o fundador da fé
Mórmon, podia não ter sabido - em 1827 - nada sobre uma
biblioteca subterrânea no Equador, e certamente nada sobre
o épico da criação babilônico ENUMA ELIS, no qual a
mesma história da construção de barcos está descrita como
no Livro de Ether.

Assim, quem é Deus?

A realidade é mais fantástica que a fantasia. Uma vez mais -
como nos livros anteriores - somos forçados a fazer a
pergunta: quem é ou era o deus (ou deuses) que caminharam
entre nós milênios atrás? Como um homem religioso, que
ainda reza diariamente, minha fé começa com a criação do
universo. MINHA idéia de Deus é a de um ser eterno,
onipresente, atemporal e todo-poderoso, que nunca sentiu a
necessidade de viajar ao redor da Terra, em qualquer tipo de
veículo que levanta areia, faz muito barulho, irradia luz
resplandecente e, o que é mais, é extremamente perigoso
para qualquer humano nas vizinhanças (ver Gênese ou o
profeta Ezequiel, no Antigo Testamento). Conheço obras
inteligentes de filósofos e teólogos sobre "Deus, o ser", mas
nenhuma delas criou uma definição satisfatória de Deus. (Se
alguém ficar interessado em minhas teorias sobre o que
Deus é, remeta-se ao meu livro ERAM OS DEUSES
ASTRONAUTAS?)
Independentemente do "Grande Espírito da Criação", como
eu descrevo Deus, certos seres foram claramente atuantes na
Terra, muitos milhares de anos atrás, e a humanidade
acreditou que eles eram deuses. A explicação psicológica de
que nossos "simples" ancestrais confundiram forças
poderosas da natureza com visitantes divinos desmorona no
final, quando estes deuses começam a falar, a dar instruções,
ou a compartilhar conhecimento técnico ou astronômico,
que aquelas sociedades humanas de milênios atrás nem
tinham idéia. Ou foi simplesmente uma força da natureza
que entregou uma "caneta de escrita rápida"? Depois,
desinfetou-o, vestiu-o e transportou-o em uma carruagem
incandescente para as nuvens? E DEPOIS ditou informações
sobre as fases da lua e os caminhos do sol? Foram as
tempestades, ou as estrelas silenciosas do firmamento, o
relâmpago cegante das nuvens negras que ensinaram nossos
ancestrais - que tinham acabado de descer das árvores - a
escrever? E quem era este idiossincrático deus seguido pelos
Jareditas com suas lâminas de metal?
Se o Grande Espírito da Criação quisesse realocar um grupo
de pessoas em um continente distante - que conhecemos
agora como América - então por que seria necessário se
incomodar com o tedioso processo de construção de oito
navios minúsculos? O Deus todo-poderoso da humanidade
não teria sido capaz de simplesmente levá-los até lá com um
aceno de sua mão ou um simples pensamento? Ou - como
está escrito na Sura 2, verso 117 do Corão sagrado - quando
Ele deseja que uma coisa seja, Ele simplesmente diz: "Seja" -
e ela é". Será que o "Senhor" dos Jareditas realmente não
tinha poderes divinos? O fato dele ter enviado os Jareditas e
sua biblioteca de metal através do oceano naqueles navios
pequenos, feitos a mão, parece indicar isso. Por que o
"Senhor" precisava fornecer instruções técnicas sobre como
construir os barcos? E ele simplesmente esqueceu da
necessidade de iluminação e ventilação, de modo que
precisou ser lembrado disso pelos humanos? Mesmo se o
deus dos Jareditas não pudesse realizar maravilhas; mesmo
quando ele especificamente desejou que seu povo
trabalhasse duro para sua própria redenção, ainda é
incompreensível por que ele não forneceu planos de
construção de um navio mais significativo, como a Arca de
Noé. E se fosse para ser barcos a prova d'água, como as
cascas das nozes, o deus eterno dos ventos e das nuvens não
conseguiria conjurar um mar calmo para seus viajantes?
Tudo isso é um pouco irritante e cheio de contradições. O
deus dos Jareditas estava deliberadamente tentando provocar
a pergunta: por que tecnologia e não milagre? Por que esta
viagem perigosa em águas turbulentas? Será que o "Senhor"
seria capaz de intervir, se seu povo estivesse realmente em
apuros?
A contradição entre o conceito do Grande Espírito da
Criação (Deus) e as figuras deificadas das antigas escrituras é
clara. Meu pequeno intelecto me leva a pesquisar estes
deuses da Antiguidade, porque eles estiveram claramente
aqui e deixaram uma marca significativa. A conclusão para
qualquer um com conhecimento na área - e aqui eu me
incluo, após 50 anos de pesquisa e 30 livros sobre o assunto
- é absolutamente certa. Se você ficar furando por tempo
suficiente, vai fazer um buraco. Respostas aparentes, meias
verdades e mentiras da literatura simplesmente não
funcionarão mais. A curiosidade é uma fera indomável que,
mesmo em seu leito de morte, estará ainda procurando pela
próxima resposta. Ela pergunta, pergunta e pergunta. Como
foi naquela época? Por que isso aconteceu? Quem eram esses
deuses que impressionaram tanto o homem primitivo, dos
quais surgiram as religiões do mundo? Uma coisa certamente
se pode dizer: os deuses das principais religiões não
aparecem em contos de fadas e conjuram pessoas de um
lugar para outro com suas varinhas mágicas. Admitidamente,
os deuses antigos pareciam voar ao redor do lugar, de um
país para outro e, ocasionalmente - casos individuais estão
documentados - até levavam passageiros humanos. Porém,
nunca levaram povos inteiros em suas monstruosidades
voadoras. Mas isso tudo é tecnologia, não milagres. Por quê?
Será que esses chamados deuses não tinham acesso nenhum
às possibilidades fenomenais disponíveis ao Grande Espírito
da Criação? Ou todos esses livros sagrados, incluindo o Livro
de Mórmon, são apenas invenções?
O Vaticano recentemente anunciou que a Igreja Católica
Romana é a única igreja verdadeira de Jesus Cristo, e a
Protestante e a Evangélica "não são igrejas no verdadeiro
sentido" (afirmações como esta brotam em base regular -
com a distância de cerca de algumas décadas). No
DIENSTAGS CLUB (CLUBE DA TERÇA-FEIRA), um
programa da TV suíça, assisti recentemente um debate entre
teólogos evangélicos e católicos. O católico, claramente
muito escolarizado em assuntos teológicos, explicou como as
afirmações feitas pela congregação católico-romana deviam
ser compreendidas, e o clérigo protestante defendeu o
ecumenismo e insistiu que todas as comunidades cristãs
vivessem de acordo com o mesmo evangelho e os
ensinamentos de Jesus Cristo, o fundador do Cristianismo.
Céus! Será que eles sabem - ou simplesmente não querem
saber - alguma coisa sobre os "urtextos" e a fraude milenar
desses evangelhos?
Será que se dá o mesmo com as crônicas de ETHER e LEVI
no livro de Mórmon? Essas lâminas de metal, que
supostamente foram escritas milhares de anos atrás, são
simplesmente uma invenção da imaginação de alguém? Uma
santa mentira? Em todo caso, quem é esse Joseph Smith?
Como foi que ele descobriu e traduziu essas lâminas?

Joseph Smith

Entre as hordas que foram para o Novo Mundo, durante as
grandes ondas de imigração que ocorreram 180 anos atrás,
estava uma família escocesa com oito crianças, que se
estabeleceu em Palmyra, no estado de Nova Iorque. A área
em que os Smith se estabeleceram ficava bem na margem da
civilização, onde enfrentaram uma luta diária difícil apenas
para continuar vivendo. As novas levas da Europa eram
formadas por trabalhadores. Eles trouxeram não apenas
ferramentas e uma impressionante ética de trabalho, mas
também numerosas visões religiosas, que tentaram espalhar
com fervor missionário. Novas seitas e grupos religiosos
esparramaram-se por todos os lugares. Apóstolos da salvação
de inúmeras fés pregavam em esquinas, alardeando uns para
os outros as mais audaciosas promessas, durante guerras de
palavras, e freqüentemente tentavam capturar as almas dos
crentes com ameaças impiedosas do além. Capelas, templos
e igrejas erguiam-se do chão como cogumelos, como se o
próprio diabo tivesse acabado de chegar à cidade para
confundir os espíritos dos colonos. A Sra. Smith e três de
seus filhos juntaram-se aos Presbiterianos. Porém o filho
Joseph, então com 18 anos, tinha seus problemas. Ele estava
procurando desesperadamente por um Deus verdadeiro,
porque ele na queria aceitar o caminho de todos os
redentores, que estavam tão inabalavelmente convencidos
de que estavam certos e, ao mesmo tempo, desejosos de
lutar até a morte em nome de Jesus. Joseph Smith era um
ninguém até aquela noite fatídica de 21 de setembro de
1823, quando ele teve suas estranhas visões. Passaram-se
quatro anos até que, em 22 de setembro de 1827, o
mensageiro de Deus MORONI finalmente entregou-lhe as
lâminas de metal. Quem foi este angélico MORONI? O filho
de MÓRMON, e MÓRMON foi um dos descendentes dos
Jareditas, que tinham atravessado o oceano milhares de anos
atrás. Assim, como poderia MORONI, que, em 1827, já
tinha morrido há muito tempo, ter aparecido para Joseph
Smith? De onde vieram as lâminas de metal, que Smith
subseqüentemente descobriu na montanha chamada
Cumorah, próxima da vila de Manchester, nos Estados
Unidos? E de onde repentinamente surgiu a misteriosa
biblioteca de metal - e outros tesouros - no distante
Equador?
O fato de que as lâminas de metal realmente existiram pelo
menos não é legalmente contestado, pois 11 outros homens
também atestaram sua existência em um documento
assinado. Além disso, o Livro de Mórmon está tão cheio de
detalhes extensos sobre disputas familiares, guerras,
migrações, genealogias (a seqüência das gerações com suas
proles incontáveis), com nomes complicados, citações
confusas, paisagens, localizações, etc., que parece altamente
improvável que uma única pessoa tenha inventado tudo isso
durante sua vida. Joseph Smith viveu apenas mais 17 anos
após suas visões! Em comparação, os textos do Antigo
Testamento levaram centenas de anos para serem
compilados.


Uma Interpretação Alternativa

Para dar uma possível solução para essas incontáveis
contradições, preciso mergulhar em uma realidade algo
fantástica:
Um grupo de extraterrestres recusa-se a seguir as ordens de
seu comandante, o "Mais Elevado", a "Grande Glória", como
era chamado no Livro de Enoch. Isso ocorreu milhares de
anos atrás. Estes extraterrestres, chamados "anjos caídos" e
"observadores do céu", desceram à Terra e entraram pelo
mau caminho com as garotas terráqueas e alguns até
constituíram famílias. Vários nomes e ofícios desses seres
são conhecidos e foram listados por Enoch. A "Grande
Glória" causa um dilúvio sobre a Terra - presumivelmente
através de meios tecnológicos, tais como uma bomba-H
sobre uma calota polar, ou a queda programada de um
meteorito. O grupo de amotinados reconhece o perigo e
alguns deles buscam voltar à segurança e sobreviver. Na
Terra, uma "guerra de deuses" começa, como numerosos
mitos e lendas descrevem. Na realidade, isso é simplesmente
uma luta pelo poder entre os amotinados remanescentes,
porque cada um deles deseja uma fatia maior do bolo. Estes
sobreviventes - não exatamente conhecidos pela gentileza
de seus métodos - desejam ser servidos. Exigem minérios,
comidas, etc. Todo o serviço sujo é feito pelos humanos,
naturalmente. Em sua ingenuidade, estes acreditam que seus
chefes são deuses. "Não terás outro Deus diante de mim!" -
diz a Bíblia. Castas sacerdotais são estabelecidas: Ninguém
pode se aproximar de "Deus" a menos que seja
requintadamente limpo e ofereça sacrifícios.
Os amotinados não mais têm acesso a seu armamento high-
tech, que permaneceu a bordo da nave-mãe do "Mais
Elevado". Porém ainda podem usar seu CONHECIMENTO.
Ninguém pode tirar isso deles. Cada membro da equipe sabe,
por exemplo, como construir um balão de ar quente - como
atestado no KEBRA NEGAST etíope, o Livro da Glória dos
Reis. Todos sabem como um laser funciona, que elementos
químicos são necessários para fazer explosivos, ou que
misturas de minérios resultam em uma liga durável. E usam
todo esse conhecimento para impressionar a humanidade.
Um desses pseudo-deuses, ou um de seus descendentes,
bem treinado, realizou vôos de reconhecimento e descobriu
um continente distante desabitado - que agora conhecemos
como América. Ele envia um grupo de seus seguidores lá,
exigindo que levem com eles as antigas lâminas de metal.
Estas são os painéis nos quais toda a história da humanidade
desde a criação - desde Adão e Eva - está gravada. Este ser,
chamado "Senhor" por seus discípulos terrestres, não tem
mais os recursos tecnológicos para transportar grandes
grupos de pessoas e seus animais, bem como todo o
conjunto de lâminas de metal através do oceano. Assim, ele
os faz construir navios, ajudando-os com assistência técnica,
como e quando lhe ocorre.
Por que se preocupar? O que este "Senhor" quer com toda
essa gravação em metal? E por que ele queria ter na América
um povo que provavelmente não irá desenvolver tecnologia
avançada por milhares de anos?
Espere um minuto! Há uma explicação contemporânea para
tudo. Se isso está certo ou não, será confirmado quando
lermos o conteúdo da biblioteca de metal do Equador. As
ações do "Senhor" são, todas, parte de um plano, um plano
de milhares de anos. Para tornar isso um pouco mais
digerível, precisamos fazer um pequeno desvio intelectual:
Como avisar nossos descendentes, daqui a 10.000 anos,
sobre os perigos de um de nossos lixos nucleares? Cerca de
um quarto de século atrás, a Comissão Regulatória Nuclear
do Departamento de Energia dos Estados Unidos estabeleceu
um comitê especial, a "Força-tarefa de Interferência
Humana", especialmente para examinar esta questão.
Thomas Sebeok, já naquela época um dos maiores
semioticistas do mundo, recomendou colocar sinais de aviso
maciços nos dejetos nucleares. Como ninguém
provavelmente compreenderá nosso idioma atual daqui a
10.000 anos (o tempo que leva para que o lixo nuclear seja
seguro), o grupo optou por uma mistura de símbolos,
gráficos e pictogramas. Os especialistas também sugeriram
explorar a tendência humana para a superstição: as placas
também contêm avisos crípticos, de modo que as pessoas do
futuro acreditassem que qualquer ingresso no local seria
"equivalente a um convite para alguma espécie de ato
sobrenatural de retribuição". O periódico alemão DER
SPIEGEL observou naquela época: "Como tais avisos tendem
mais a atrair do que dissuadir os curiosos, Sebeok também
recomendou semear o solo ao redor do local com bombas de
cheiro bem desagradável e de longa duração". Outros
pesquisadores do grupo sugeriram o uso de "sirenes
nucleares", que emitiriam radiação armazenada, mesmo
muitos milhares de anos depois. Ou um gato geneticamente
alterado que, devido à radioatividade, teria pele brilhante
violeta-amarelada. Mitos e contos espalhariam a mensagem
do "gato brilhante" por mais de 10.000 anos. O professor de
semiótica de Berlim, Roland Posner, alega que a sociedade
precisaria estar preparada para "planejamento futuro em um
nível sem precedentes".
Assim, e se isso for apenas requentar um velho problema?
Em janeiro de 1980, uma reunião de indígenas e xamãs de
várias partes do mundo ocorreu em Montreal, Canadá. O
representante da tribo Yanomane, da Venezuela, relatou:

Na área onde meu povo vive, há muitas montanhas. Para
nós, são locais sagrados. Uma delas nós chamamos "O Urso",
outra, de "O Macaco", e uma terceira, "O Pássaro". Muito
antes de o homem branco chegar, nossos curandeiros faziam
regularmente peregrinações a estas montanhas. A ninguém
mais era permitido visitar estes locais. As montanhas eram
fontes de grande poder, e os sábios de nosso povo falavam
de um material perigoso que estava escondido lá. Nossa
tradição disse que, se estas montanhas fossem destruídas,
uma grande infelicidade cairia sobre nosso povo.

Nesse ínterim, o governo venezuelano descobriu grandes
depósitos de urânio nessas montanhas. De onde vem a
sabedoria do povo Yanomane? Somente as religiões
conseguem transmitir mensagens por centenas de gerações.
E, por essa razão, Thomas Sebeok, o líder da "Força-tarefa de
Interferência Humana, "sugeriu estabelecer uma espécie de
sacerdócio atômico para proteger nossos descendentes.
Somente uma elite sacerdotal ou alguma espécie de comitê
maçônico, estaria em posição de transmitir conhecimento
através de gerações por milhares de anos. Fé, falta de
conhecimento real e uma incapacidade de reconhecer a
verdade, bem como a constante ameaça de algum tipo de
retribuição divina, manteriam viva a mensagem. Ela já foi
provada por nossas religiões atuais. Desconhecimento, medo
e sacerdócio tornam possível o impensável. Isso tem
acontecido há milênios. Podemos estar todos errados a
respeito das origens de nossas religiões. Se a fé, incluindo o
livro de Mórmon, está sendo usada como um veículo para
projetar uma mensagem de extraterrestres em nossa era
atual, então, devemos olhar para frente, para termos novos
insights. Eles podem ser - embora não seja necessariamente
inevitável - bem chocantes. É tudo uma questão de ponto de
vista. Estamos no processo de transmitir nosso aviso sobre
os perigos do lixo nuclear para um futuro distante. Por que
outros, no tempo de Enoch, não tentariam fazer a mesma
coisa?

A Inércia do "Senso-Comum"

Somos parte de uma sociedade de homens (e mulheres) do
"sim". Alguns concordam com tudo, por causa de suas
convicções religiosas; outros, porque simplesmente não
conhecem nada melhor; e outros ainda, pela razão
puramente oposta. Nenhuma desculpa é muito estranha,
enquanto nossos sentimentos de auto-estima não estiverem
em perigo. Todos nós temos algo preparado por nós mesmos
e reagimos ranzinzamente se qualquer coisa tenta fazer ruir
nossas pequenas torres de marfim de segurança. A própria
idéia de alienígenas é rejeitada desde o início, porque a razão
humana saudável nos diz: a) eles não existem; b) se
existissem, seriam completamente diferentes de nós; e c)
estão tão longe de nós, que não conseguiriam chegar até
nós. Qualquer um que pense dessa maneira tem medo de
olhar diretamente os fatos. Como a famosa citação do
cientista Dr. Lee De Forest, já afirmava em 1957: "O homem
nunca chegará à lua, não importando todos os avanços
científicos futuros". Apenas 12 anos mais tarde, em 20 de
julho de 1969, a Apolo 11 pousou na lua. Ele não estava
sozinho. Sir Harold Spencer Jones, o famoso astrônomo
britânico e chefe do Observatório Real de Greenwich,
conhecidamente afirmou que "a viagem espacial é um
disparate" apenas duas semanas antes da SPUTNIK ser
lançada, em 1957.
A história da ciência nos ensina que mesmo as mentes mais
respeitadas têm apoiado teorias absurdas. Há muitos livros
deliciosamente divertidos sobre o assunto. No século II
a.C., o famoso astrônomo alexandrino Ptolomeu ensinava
seus estudantes: "Gostaria de deixar claro: a Terra é o centro
do universo e todos os outros corpos pesados giram em
torno dela".
Os cientistas podem contestar os erros de seu próprio ofício.
A ciência é viva, adaptável, e disposta a aprender -
diferentemente da religião. As religiões se comportam como
os três macacos proverbiais: o primeiro cobre os olhos; o
segundo cobre as orelhas, o terceiro, a boca. Apesar de sua
falta de conhecimento, elas constantemente levantam um
dedo acusador. Querem ser instrutivas e bem intencionadas.
Mas quem é que vai nos livrar das pessoas bem
intencionadas?
Como especialista em extraterrestres, eu sei - não; deixe-me
dizer, eu creio - que os alienígenas visitaram a Terra
milhares de anos atrás. Isso leva ao nascimento das religiões
de hoje e das sagradas escrituras. Como sabemos, cada
religião neste hospício terrestre afirma que SUAS escrituras
sagradas são as únicas verdadeiras. Em quem - pelo amor de
Deus! - devemos acreditar? E NO QUE devemos acreditar?
A maioria das religiões prediz algum tipo de julgamento
final. Há religiões que anunciam que os infiéis serão cozidos
vivos, afogados, espancados, esfaqueados, envenenados
(com "água amarga"). Felizmente isso se aplica só aos infiéis
- mas, espere! QUAIS infiéis? Aqueles que não acreditam no
dogma católico? Aqueles que tiveram a infelicidade de não
nascerem na Arábia ou terras asiáticas e nunca terem ouvido
os ensinamentos do Islã ou da fé hindu? Aqueles que
tiveram suficiente azar de crescer em uma seita cristã ou
qualquer outra? Aqueles que são membros da religião
xintoísta, no Japão, ou aqueles que não acreditam no Livro
de Mórmon ou nos ensinamentos da Cientologia?
Mesmo o cérebro mais modestamente inteligente precisa
certamente começar a ver o problema. O Deus verdadeiro, o
Grande Espírito da Criação, não é responsável pela grande
confusão de dogmas e religiões terrestres. Por outro lado,
essas religiões - junto com seus livros sagrados - ainda estão
por aí. Se absolvermos de tudo isso o Grande Espírito da
Criação - porque ele certamente seria infalível e não
precisaria nunca fazer correções posteriores a qualquer erro
que pudesse ter cometido, porque ELE nunca iria fazer as
pessoas se engalfinharem ou dizer a cada religião que
somente ELA estava certa - então quem podemos culpar? Os
textos estão aí: o Antigo Testamento, a Torah, a Bíblia, o
Livro de Mórmon e muitos outros. Como dificilmente
poderemos sustentar que o criador do universo é o
responsável pela pletora de escritos sagrados existente em
nosso planeta, então devemos olhar para outra fonte, para
descobrir uma solução aceitável para o caos existente. A
alternativa é simplesmente jogar no lixo todas as escrituras
sagradas. Mas não faremos isso. Então, deveríamos acusar
cada profeta, de Enoch a Joseph Smith, de mentir
incessantemente - pois escrevem na primeira pessoa, a partir
de uma experiência pessoal. E deveríamos também ignorar
todos os dados técnicos, médicos e astronômicos destes
textos antigos. Ditados diretamente por algum tipo de
"Deus" ou "Senhor". Muito embaraçoso!
Se todos esses textos religiosos antigos fossem inspirados, ou
pelo menos parcialmente inspirados por extraterrestres, as
perguntas têm de ser: Onde, na Terra, estão agora? Ou onde
fora da Terra? Se o "Senhor" do Livro de Mórmon estava
apenas ligando um fusível de queima lenta, que apenas
milhares de anos depois fosse destinado a causar um
explosão intelectual, que tipo de jogo ele estava jogando? O
que ele tinha a ganhar? Estou longe de ser a única pessoa
que está se fazendo esse tipo de pergunta. No mundo de fala
inglesa, há incontáveis publicações sobre o assunto. Os
tratados científicos relativos a estratégias dos ETs são
dominados pelos professores Bracewell e Deardorff.
Um Zôo Humano

Há uma hipótese que afirma que a Terra é vista como uma
espécie de refúgio pelos extraterrestres, uma espécie de
"jardim zoológico". A pré-condição mais importante para o
bom funcionamento de um zôo é o bem-estar tanto de
zeladores quanto de visitantes. Assim, os visitantes são
proibidos de destruir os locais de ninhos de aves raras,
alimentar crocodilos com cães vivos, importunar os leões,
ou remover cobras venenosas. E se pede a TODOS os
visitantes que respeitem as regras. Os animais estão lá apenas
para serem admirados e estudados à distância. Os zeladores,
por sua vez, estão lá para se ter certeza de que todos estão
cumprindo as regras.
Agora, neste caso, os zeladores sabem que uma das espécies
é mais inteligente que as outras. Esta espécie - a humanidade
- é capaz de pensamento filosófico, de abstração, de criar
várias culturas e tecnologias. Os zeladores também sabem
que é apenas uma questão de tempo para que a humanidade
tente sair de seu zôo. Será que eles devem deixar o homem
sair? Poderia ser perigoso para os zeladores e visitantes?
Como humanos, não sabemos (ainda) quantas civilizações
galácticas poderiam existir lá fora. Não podemos excluir a
possibilidade de que elas incluam sociedades agressivas.
Talvez haja seres extraterrestres que possuam um
metabolismo completamente diferente do nosso, ou tenham
uma estrutura corporal e um ciclo de vida muito mais
semelhante ao de um inseto. Muito possivelmente um ser
assim não se preocuparia muito conosco. Talvez haja até
uma civilização semelhante à do homem, extremamente
agressiva, que tenha vencido uma guerra interestelar e está
no processo de realizar algum tipo de política expansionista,
alimentada por sua agressividade. É muito possível que haja
espécies agressivas que egoisticamente representem os
interesses de seus planetas e cada um está interessado apenas
em expandir sua própria esfera de influência. Talvez estejam
procurando ouro ou urânio. Para neutralizar esses tipos de
sociedades, outros alienígenas formam uma espécie de
"clube galáctico", algo parecido com as Nações Unidas
extraterrestre, com um contrato que proíbe que qualquer
civilização extraterrestre interfira com o desenvolvimento
de qualquer civilização incipiente até que essa civilização
seja capaz de se juntar ao clube galáctico por seus próprios
meios. O zelador e os animais vivem juntos.
Mas não para sempre. Você não pode impedir que seus
filhos cresçam, e não pode impedir a humanidade de se
esforçar para chegar à viagem intergaláctica. As mesmas
regras aplicam-se a toda vida inteligente no universo.
Porém, ainda há um obstáculo que tem de ser ultrapassado
antes que seja permitido ao habitante do zôo "homem" sair
de sua jaula: ele precisa provar sua prontidão para agir
pacificamente. E isso nunca acontecerá enquanto religiões
dogmáticas continuem a atacar os crentes de outras fés.
Somos amantes da paz? Estamos prontos para por de lado
nossa agressividade? Somos capazes, apesar de nossas fés
diferentes, de trabalharmos juntos harmoniosamente? Essas
questões serão respondidas cedo ou tarde. A Terra e toda a
sua evolução nunca foram um sistema fechado. Desde os
nossos primórdios até muito além no futuro, estamos ligados
à evolução do cosmo. Até o momento, estamos ainda em
nosso "zoológico" junto com nossas raças e religiões
diferentes, nossos tipos e características diferentes, junto
com plantas e animais variados que habitam nosso planeta.
Este zôo funciona simultaneamente como uma espécie de
escola. Se passarmos pelo período probatório no zôo,
estaremos prontos para entrar em contato com o universo.
Se não conseguirmos, então provavelmente nos
destruiremos e muito possivelmente destruiremos todo o
zôo no processo. É uma espécie de seleção natural cósmica.
A humanidade precisa fazer com que seu zôo sobreviva pela
virtude de seu intelecto, pelo diálogo, inteligência e natureza
pacífica, antes que o clube galáctico estenda sua mão para
nós.
Por isso o embargo; o silêncio dos zeladores. Ele serve tanto
para a observação da humanidade enquanto espécie, como
para proteger os zeladores e os visitantes de nós. Mas o
embargo contra o "Zôo Terra" não é total. Os ETs têm
permissão para nos ajudar em pequenos passos, na medida
em que pedimos essa ajuda e nos provemos dignos dela. Mas
como podem nos ajudar, quando um embargo claramente
diz o oposto? E o que significa "nos provarmos dignos"?
Todas as religiões não dão grande valor no "provar-se digno"
de seus salvadores?
O rádio-astrônomo Professor Ronald Bracewell, da
Universidade de Stanford, na Califórnia, acredita que todos
os governos terrestres deveriam inicialmente tentar suprimir
informação relativa a sinais de rádio de seres extraterrestres,
porque o primeiro governo a decodificar sinais alienígenas
espera usar o conhecimento obtido para ter alguma espécie
de vantagem sobre todos os outros. Não estamos falando
aqui apenas de vantagens militares; há também aspectos
sociológicos, econômicos, tecnológicos, religiosos e
culturais. Mesmo se mensagens alienígenas fossem
interceptadas por pesquisadores privados ou até amadores
entusiastas, os governos e universidades estariam em posição
de denunciar as mensagens como "brincadeiras bobas",
"vanglorias", ou "trotes", e então lançar algum tipo de ordem
de segurança sobre elas. Assim, como podem os
extraterrestres nos ajudar "em pequenos passos", sem serem
reprimidos em nível nacional? Como podemos resolver esse
problema?
Qualquer doutrinação a ser feita "em pequenos passos"
precisa ser suficientemente sutil para escapar à detecção por
qualquer governo ou universidade, para evitar a repressão. A
mensagem do espaço exterior deve, por um lado, estar
disponível ao público; e, por outro, "não aceitável ou
plausível" aos militares ou à ciência. De acordo com a
tradição das eras, qualquer coisa que seja "implausível" é
rotulada de ridícula. E qualquer coisa que seja ridícula não
recebe a atenção dos órgãos governamentais ou das
universidades. Em nossa sociedade, a religião é considerada
não científica; é questão de fé. Portanto, as mensagens são
codificadas em textos religiosos, onde não serão levadas a
sério pela ciência. Assim, o embargo permanece intacto e a
consciência é levada à humanidade em pequenos passos.
"Pelo menos não mais rápido do que está pronta a aceitar
qualquer mensagem extraterrestre", diz o Professor
Bracewell.

Verdade Desconfortável?

Assim, o que isso tem a ver com as escrituras religiosas e o
Livro de Mórmon? Tudo! Estes textos antigos já CONTÊM
informação E ações alienígenas. Agora, só imagine que o
"Senhor" do Livro de Mórmon fosse repentinamente
aparecer a cores e ao vivo em seu OVNI high-tech sobre um
estádio de futebol lotado. Ou em um lugar de peregrinação,
sobre uma grande cidade; sobre uma mesquita islâmica, ou
um templo budista, ou a venerável catedral dos mórmons,
em Salt Lake City. O que os fiéis pensariam? O que os
cientistas de jalecos brancos balbuciariam, quando fossem
repentinamente confrontados com a realidade de que tudo o
que estiveram disseminando a respeito de vida extraterrestre
e do alcance das distâncias interestelares era pura lavagem
suína? O que os judeus ou os mórmons diriam quando o seu
Deus repentinamente se revelasse um alienígena? O que
passaria pelas cabeças daqueles militares que investiram
trilhões de dólares do dinheiro de tributos em mísseis de
defesa, interceptadores e sistemas de radar, quando um
extraterrestre surge de repente bem embaixo de seus
narizes? Como os milhares de antropólogos e seus milhões
de seguidores se sentiriam, quando a eles se revelasse -
como num estalar de dedos, por assim dizer - que o
desenvolvimento humano não é apenas o produto da
evolução, mas que houve intervenções artificiais localizadas
no genoma humano? O resultado seria algum tipo de choque
cultural e religioso de massa. Nós simplesmente não estamos
psicologicamente preparados. E ocorreria uma situação ainda
pior, se os ETs começassem a povoar nossos céus. Isso seria
encarado como uma espécie de agressão. O homem
tipicamente teme agressores percebidos, que colocam em
perigo a si mesmo ou sua amada propriedade ou - o que é até
pior - ameaça introduzir algo estranho à sua vida. O choque
de Deus seria total!
Para evitar esse tipo de reações dobra-joelhos, a ação tem de
ser cuidadosamente planejada e durante vários milhares de
anos. As religiões tornam isso tudo possível. A humanidade
é alimentada por colheradas de "divino", mas em um nível
subconsciente, de modo que isso só é notado quando
absolutamente necessário, logo que a evolução tecnológica
tenha atingido o nível necessário, por exemplo, para se
pensar em termos de viagens interestelares. Aqueles ETs
eram muito mais avançados do que nós, pois, de outro
modo, nunca teriam conseguido cruzar anos-luz para chegar
até a Terra. Eles conhecem nossa psique, nosso
comportamento, pois criaram o homem à sua própria
imagem. Isso NÃO contradiz a teoria da evolução, pois
estamos falando aqui apenas de mutações específicas. Como
nos conhecem tanto quanto a eles próprios, o caminho para
as estrelas será aberto lentamente, suavemente e de uma
maneira apropriada ao zeitgeist corrente. Isso, naturalmente,
pode mudar. Nós simplesmente recebemos pequenos
insights ocasionalmente - para manter nosso processo de
pensamento caminhando na direção certa - mas não grandes
impulsos.
Tão logo sejamos capazes de explicar os chamados milagres
dos deuses em termos técnicos, e sejamos pelo menos
parcialmente capazes de realizar tais milagres por nós
mesmos, os deuses nos seriam compreensíveis. Tecnologias
que, há apenas duas gerações, nos pareciam "mágicas" ou
"milagrosas". Como reagiria seu tataravô ao ver uma projeção
holográfica em seu quarto? Será que ele iria pensar que
estava tendo uma visitação?
Por que os deuses dos tempos antigos tornaram isso tão
complicado? Será que não podiam apenas explicar-nos quem
eram e o que queriam?
Eles o fizeram! Mas as gerações seguintes, com sua mania
psico-religiosa, para dar uma explicação para o que estava
nos textos antigos, vieram com esse lendário nonsense. E
mais: era simplesmente impossível conversar com nossos
ancestrais sobre super tecnologias. Estava claro para os
extraterrestres que os textos seriam adaptados ao longo dos
milênios, de modo a combinar com a compreensão da
época. Contudo, oculto dentro desse nonsense, restou o
suficiente do sentido original, para que as gerações futuras
fossem capazes de extrair a informação necessária. Entende?

"MUITAS GRANDES PESSOAS ACHAM QUE ESTÃO
PENSANDO, QUANDO ESTÃO SIMPLESMENTE
REARRANJANDO SEUS PRECONCEITOS."
(WILLIAM JAMES, FILÓSOFO, 1842-1910)

Acredito que minha análise contemporânea da situação não
insultará nem prejudicará os deuses do passado. O insight
constitui toda a coisa. Mas como provar isso?

A Visitação de Moroni

Joseph Smith, o fundador da religião mórmon, descreveu
assim sua visão do mensageiro Moroni:

Enquanto eu estava orando a Deus, descobri uma luz
surgindo em meu quarto, que continuou a aumentar até que
todo o quarto estava mais claro do que ao meio-dia, quando
imediatamente um personagem apareceu ao lado de minha
cama, parado no ar, pois seus pés não tocavam o chão...
Depois dessa comunicação, vi que a luz no quarto começou
imediatamente a se juntar ao redor da pessoa que estivera
falando comigo, e continuou a fazer isso até que o quarto
novamente ficou escuro, exceto ao redor dele...

O mesmo aparecimento, com as mesmas palavras, repetiu-se
três vezes, como se o mesmo disco holográfico estivesse
sendo rodado a cada vez. E a voz? Será que tudo foi
transmitido telepaticamente, ou foneticamente, diretamente
para um ponto na cabeça de Joseph Smith? Este último
(foneticamente) já é algo que podemos fazer atualmente, e o
primeiro (telepaticamente) está sendo entusiasticamente
trabalhado em muitos laboratórios. Mas por que Joseph
Smith e por que 1823? Ele vivia na vizinhança do monte
"Cumorah", no qual as lâminas, bem como as pedras
tradutoras, URIM e THUMMIM, estavam escondidas há
milhares de anos. (James Smith disse: "Perto da vila de
Manchester, Condado de Ontário, Nova Iorque, há um
monte de tamanho considerável, o mais alto da vizinhança.
No lado oeste deste monte, não muito longe do topo, sob
uma pedra de bom tamanho, estavam as lâminas, depositadas
em uma caixa de pedra.") A tecnologia tinha ficado
escondida por muito tempo nesta montanha. Joseph Smith
provavelmente passou por ali dúzias de vezes, e seu estado
mental - resultado de sua busca por Deus - tornou-o
receptivo à mensagem. Algumas lâminas que ele encontrou
no cofre de pedra não poderiam nunca conter todo o Livro
de Mórmon, pois este é muito extenso. Mas pense, querido
leitor, no Livro de Adão preservado em uma safira, que
mencionei no primeiro capítulo. Você se lembra como Seth
manteve diálogos com este livro? As pedras tradutoras,
URIM e THUMMIM, poderiam ter uma função semelhante.
Elas continham os registros e serviam como um aparelho de
playback. O texto tocado do Livro de Mórmon diretamente
para a cabeça do apavorado e altamente impressionável
jovem Joseph Smith.
Já posso ouvir os protestos dos fiéis, gritando: "Sacrilégio!"
Os queridos críticos do mundo da religião, fazem isso
gentilmente. Suas escrituras permanecem
fundamentalmente corretas e basicamente confirmam o
conhecimento de sua comunidade espiritual. O conteúdo do
Livro de Mórmon é completamente verdadeiro - com
algumas inserções posteriores. Mas a interpretação moderna
muda a percepção do "Senhor". Ele era também aquele que
tinha as lâminas de metal, FEITAS ESPECIALMENTE PARA
O POVO DO FUTURO. E ainda mais: o "Senhor" não se
revela como um ser espiritual. Vamos voltar ao Livro de
Mórmon:

(ETHER 3:6) E O VÉU FOI RETIRADO DOS OLHOS DO
IRMÃO DE JARED, E ELE VIU O DEDO DO SENHOR; E
ERA COMO O DEDO DE UM HOMEM, DE CARNE E
OSSO... (3:8) E ELE DISSE AO SENHOR: EU VI O DEDO
DO SENHOR, E TEMI QUE ELE ME FERISSE, POIS EU
NÃO SABIA QUE O SENHOR ERA DE CARNE E OSSO.
(3:9) E O SENHOR A ELE: POR CAUSA DE TUA FÉ,
VISTE QUE SOU DE CARNE E OSSO; E NUNCA HOUVE
NENHUM HOMEM DIANTE DE MIM COM TANTA FÉ
QUANTO A QUE TU TENS; POIS, SE NÃO FOSSE ASSIM,
TU NÃO PODERIAS TER VISTO MEU DEDO. TU VISTE
MAIS DO QUE ISSO?... (3:15) TU VÊS QUE FOSTE
CRIADO NO INÍCIO À MINHA PRÓPRIA IMAGEM?

Assombroso. O "Senhor" possui uma forma humana e
pergunta ao homem se ele tinha visto mais que um dedo.
Um ser onisciente já saberia a resposta. Ele se apresenta em
forma corpórea, mas, ele nos assegura, poderia também
assumir uma forma espiritual (mesmo Moisés, na Bíblia,
nunca viu realmente o seu Deus, mas lhe foi permitido olhar
na direção dele). Certo. Então, por que, pelo amor de Deus,
este "Senhor" não pode ser o Grande Espírito da Criação?

1. Ele usa tecnologia: construção de navios, pedras
luminosas, bolas falantes, uma bússola, lâminas de metal.
2. O "Senhor" viaja para a América, para "corrigir" sua
própria religião, porque esta se desenvolveu na direção
errada (a poderosa antiga igreja da cristandade é descrita
como uma "grande prostituta" no Livro de Mórmon).
O Grande Espírito da Criação, eterno e onipresente como é,
dificilmente precisaria fazer correções, e certamente não
renegaria seus contratos. (No Antigo Testamento, ele fez
dois contratos eternos com Noé e com Abraão.)

Templos Grandiosos

Em seu caminho da América do Sul para a do Norte, os
ancestrais dos mórmons de hoje construíram muitos
templos. Isso está escrito no Livro de Mórmon. Até templos
"à maneira do templo de Salomão". Um desses sistemas
incompreensíveis está lá no alto dos Andes, no Peru: o
templo de CHAVIN DE HUÁNTAR. Nenhum arqueólogo
tem uma pista sequer sobre quem construiu este complexo
impressionante de templos a uma altitude de cerca de 3.180
metros acima do nível do mar; assim, eles falam
respeitosamente de uma "cultura Chavin". Até a data de
construção é incerta. Especialistas dizem que CHAVIN DE
HUÁNTAR foi um local de peregrinação, o centro religioso
de um povo desconhecido que repentinamente surgiu nos
vales altos do Rio Mosna e dominou a cultura na área por
vários séculos. Um centro de peregrinação? Que deus faria
os indígenas peregrinarem até lá? Em CHAVIN DE
HUÁNTAR há muitas colunas inexplicáveis e relevos
fantásticos exibindo divindades voadoras. Abaixo do templo,
na praça principal, um colega do arqueólogo Julio C. Tello
encontrou um obelisco, que agora se encontra no Museu
Arqueológico de Lima. Como ninguém nunca o exibiu,
apresento-lhes os entalhes à página 201.
Que a luz da decodificação brilhe sobre você! Do mesmo
modo, é inexplicável a Stela Raimondi, também encontrada
em CHAVIN DE HUÁNTAR e que também está agora no
Museu Arqueológico de Lima.

O bloco é feito de diorito, uma rocha ígnea, e tem 1,75
metros de altura e 17 centímetros de espessura. Os
arqueólogos especulam sobre "um deus jaguar", "deuses
gatos ou cobras", "cetros, monstros, máscaras", e até "a
imagem consumada da encarnação do chefe dos deuses, o
deus da criação Viracocha".


Wolfgang Volkrodt, um engenheiro de prestígio, é a única
pessoa que fez uma abordagem diferente. Ele estudou a Stela
Raimondi e conseguiu claramente demonstrar que os
entalhes eram realmente uma "planta técnica, simétrica e
altamente precisa". Ela mostra perfeitamente a estrutura de
uma máquina a vapor com "lâminas de catraca, pistões
rotativos, alavancas, molas e juntas de bola". A máquina
podia ser usada para apertar cordas e puxar cargas.


Os engenheiros olham para as coisas com olhos diferentes
dos arqueólogos. Possuem um reservatório diferente de
conhecimento especializado. E muito embora a análise de
Volkrodt seja irrepreensível e possa ser atestada até o
mínimo detalhe, isso não preocupa nem de leve os
arqueólogos. Seus tapa-olhos não permitem qualquer outra
interpretação diferente das suas. Livros de autores como
Volkrodt ou Blumrich - um engenheiro-chefe da NASA,
que realizou uma análise impecável e palavra por palavra da
espaçonave descrita pelo profeta Ezequiel no Antigo
Testamento - não são consideradas parte da literatura
acadêmica a ser usada em sua profissão. Contudo obras como
as de Volkdort e Blumrich agradavelmente acrescentam
outra dimensão a esta visão de mundo constrangida e
inibida. Elas abrem janelas e deixam novos pensamentos
entrarem. Mas mantêm os seus olhos firmemente
aparafusados! O que você não conhece, não pode feri-lo!
Irritantemente, os seres alados e as gravações na Stela
Raimondi são tão finamente forjadas e precisamente
entalhadas no extremamente duro diorito, que ferramentas-
padrão - tais como um formão afiado - possivelmente não
poderiam ser usadas. Mesmo um observador leigo pode ver
isso imediatamente E por isso que estou lhe mostrando as
fotos. Para alcançar este nível de precisão, brocas rotativas
extremamente duras teriam de se usadas. Quem tinha este
tipo de conhecimento técnico naquela época? Meu dinheiro
está aplicado com um grupo de pessoas conduzidas por um
altamente adepto "Senhor", que fornece tecnologia a seu
povo, quando ele precisa dela, não apenas para entalhar
diorito com este grau de precisão, mas também para gravar
acuradamente lâminas de metal. E eu recomendo aos
laboriosos mórmons, que estão sempre à procura da
biblioteca de metal de seus ancestrais, a tirar medidas sob o
templo de CHAVIN DE HUÁNTAR.

Uma Questão de Fé

Tenho grande respeito pelo Livro de Mórmon e pelo
conhecimento nele contido, e também admiro a fé mórmon
nas histórias de ETHER e NEPHI - mas há um ponto em que
faço uma exceção. Repetidamente no Livro de Mórmon
você pode encontrar inserções de (alegadamente) Jesus, o
(alegadamente) fundador do Cristianismo. A Igreja de Jesus,
assim diz o "Senhor" no Livro de Mórmon, não está se
desenvolvendo como tinha sido previsto; está evoluindo
numa direção completamente falsa; portanto ele, o filho de
Deus, tinha de vir à América para fundar uma nova igreja
verdadeira, a Igreja de Jesus dos Santos dos Últimos Dias.
Posso entender tais inserções. Joseph Smith e seus bravos
companheiros estavam sob grande pressão, nos Estados
Unidos. A única religião permitida - embora com
incontáveis variações - era o Cristianismo e as mensagens
completamente não conformistas de ETHER e NEPHI
simplesmente não se ajustavam ao quadro. Smith e seus
seguidores foram perseguidos, denegridos, humilhados e
assediados. Muitos mórmons jovens realmente terminaram
na prisão - incluindo o próprio Joseph Smith. Era vital haver
alguma forma de correção e uma delas trouxe o filho de
Deus, Jesus, para a arena. Assim vieram as inserções. A razão
que tiveram para tanto era totalmente compreensível, mas
falsa (exatamente tão falsa quanto as inserções posteriores de
Jesus no Livro de Enoch, que foram feitas posteriormente e
não existem no texto original).
Toda a história de Jesus, começando com o pecado original,
a imaculada conceição, a redenção, a ressurreição, e a
passagem direta para a ascensão - todos pilares da fé cristã -
está misturada desde o início. Este não é o sabe-tudo Erich
von Däniken falando; isso vem de renomados professores de
teologia, tais como os acadêmicos católicos Professor H.
King e Professor J. Drewermann, ou o pesquisador e crítico
da igreja Karlheinz Deschner. Se, porém, a igreja cristã
baseia-se num fundamento errôneo - se não houve pecado
original e, subseqüentemente, nenhuma necessidade de
redenção - então logicamente falando nenhum filho de
Deus poderia ter vindo para a América para melhorar e
corrigir sua própria religião. ERRARE HUMANUM EST,
como os romanos costumavam dizer. Errar é humano - não
divino.
Por que uma biblioteca de metal no Equador? Depois do
"Senhor" ter patentemente falhado em se manifestar em
qualquer forma como o Grande Espírito da Criação durante
milhares de anos, e por ter usado tecnologia em vez de
milagres, ele assumiu o ônus da prova. No futuro! Ele quer
provar para a humanidade, em termos inequívocos, que ele
foi aquele que estava puxando a cordinhas naquela época.
Isso poderia funcionar em uma sociedade crítica que
duvidasse de tudo, que forja fotografias usando
computadores, que não mais acredita em prodígios e que
renunciou ao sobrenatural e comprou uma razão científica,
mas nunca novos pseudomilagres (especialmente milagres
que podem provavelmente ser expostos após 20 anos ou
quando a tecnologia for aprendida). A humanidade exige
prova sólida, científica, perfeita, MATERIAL. Deve ser
tangível, fotografável, datável e definitivamente
significativa. Precisa ser, como coloca o Livro de Mórmon,
"de grande valor". Não para as pessoas daqueles milhares de
anos atrás - nós somos as pessoas a quem essa prova deve ser
endereçada. Esta conclusão é claramente lógica, já que o
"Senhor" colocou as lâminas gravadas há milhares de anos
exatamente para que pudessem ser lidas no futuro. Supõe-se
que essas provas do "Senhor" surjam "quando ele disser que
os milagres acabaram; e acontecerá como se estivesse
falando dos mortos" (Mórmon 8:16).
Com a biblioteca de metal no Equador, estamos diretamente
diante desta grande realização.
No máximo, podemos especular sobre a motivação para este
comportamento "divino". Mas as próprias mensagens são
completamente inequívocas. O "Senhor" da Antiguidade
não é o Grande Espírito da Criação. Em primeiro lugar, ele,
naturalmente, não cometeria erros. Assim, não precisaria
fazer correções posteriores. Deste modo, este "Senhor" fez
as lâminas de metal especialmente para o povo do futuro,
porque ele quer provar que era ele quem puxava as
cordinhas. O Grande Espírito da Criação não precisa provar
nada.
A mim parece que esses chamados deuses do passado já
estavam - mesmo então - a planejar seu retorno, e eles
queriam assegurar que nós os respeitaremos pelo que
fizeram por nós naquela época. Eles nos criaram "à sua
imagem".

(MÓRMON 8:14 ET SEQ.) E ABENÇOADO SEJA AQUELE
QUE TRARÁ ESTA COISA À LUZ, POIS SAIRÁ DA
ESCURIDÃO PARA A LUZ... E QUEM QUER QUE O
TRAGA À LUZ [O RELATO HISTÓRICO], SERÁ
ABENÇOADO PELO SENHOR.

CIÊNCIA NATURAL EM
NAZCA


De Volta ao Peru

"O segredo de Nazca foi finalmente revelado" anunciou a
manchete de um dos jornais mais altamente respeitados da
Alemanha, FRANKFURTER ALLGEMEINE ZEITUNG, de
14 de julho de 2007. O subtítulo acrescentava: "Geoglifos
no deserto - não para alienígenas, ma para procissões
religiosas". Nem é preciso dizer que eu tive a minha quota:
"Têm sido basicamente as teorias sobre OVNIS do arqueo-
fantasista Erich von Däniken que mantiveram as linhas de
quilômetros de distância e as figuras de animais - formas que
foram escavadas no solo do deserto, milhares de anos atrás -
na memória do público.
Bem, pelo menos eles me deram isso. O artigo revela que o
arqueólogo peruano Johny Isla acreditava que tinha
finalmente encontrado a solução para as enigmáticas
trincheiras. Elas são, afirmou ele, antigas rotas de procissão.
Isso foi inequivocamente confirmado por uma equipe
formada por arqueólogos suíços, alemães e peruanos. Junto
com Markus Reindel, do Instituto Arqueológico Alemão,
Johny Isla reuniu uma equipe interdisciplinar de
especialistas para investigar o fenômeno. Markus Reindel
apresentou posteriormente os resultados no Centro para a
Ciência, de Bonn, na Alemanha.
Fabuloso. Ainda outro caso de "solução mais plausível",
tornando toda investigação posterior desnecessária. O
mundo está seguro novamente. Aleluia! Mas, como o poeta
lírico alemão Wilhelm Busch escreveu uma vez, "Mas aqui,
como sempre, vai acabar diferentemente do que
esperamos". Vamos dar uma olhada nos fatos:
Houve uma vez a pequena cidade sonolenta, em algum lugar
por trás das sete montanhas, no sul do Peru. Estava ligada à
capital, Lima, por uma longa e poeirenta estrada, que
ninguém percorria, a não ser que fosse absolutamente
necessário. Esta estrada estende-se por centenas de
quilômetros através de um deserto desolado de areia e
cascalho e desce na direção do Chile. A cada 90 minutos
mais ou menos, você passaria por uma aldeia muito pobre,
sempre em algum ponto em que um arroio ou riacho fluísse
dos distantes Andes, tentando abrir caminho para o Oceano
Pacífico.
Atualmente, cerca de metade deste trecho de estrada entre
Lima e Nazca - mais ou menos 500 quilômetros de distância
- é uma autopista de quatro faixas, que percorre seu caminho
através do deserto, entre montanhas secas. A cidade de
Nazca - que foi uma vez sonolenta - tornou-se um lugar
animado, com um museu, um pequeno parque, lojas e dois
bancos. Hotéis de várias categorias rivalizam-se na atração
dos turistas e, para além da periferia da cidade, há uma pista
de pouso, com uma torre e um bar. Desse ponto, os
visitantes podem - por cerca de 150 dólares - pegar um avião
para fazer um voo sobre o mundialmente famoso "Pampa de
Nazca". Muitos deles acham difícil manter o almoço no
estômago, quando o piloto vai de uma curva apertada para
outra.
Lá embaixo, o maior livro de gravuras do mundo estende-se
pela paisagem. Repentinamente, surge uma aranha colossal
na superfície de areia amarronzada e cascalho do deserto.
Depois, um beija-flor, um macaco, várias espirais, um peixe,
e - entre todos eles - linhas perfeitamente retas, que se
estendem por milhas! Há também várias outras figuras nas
laterais das montanhas, incluindo um homem, que se
assemelha um pouco a um astronauta. E, então, há "las
pistas". Elas parecem pistas de pouso degradadas, sem uso,
cujos contornos são apenas visíveis na areia. A mais longa
estende-se por quase três quilômetros.
O que, na Terra, é tudo isso? O que é Nazca? Bem, por uma
coisa Nazca é enigmática, misteriosa e mais do que um
pouco fantasmagórica. O deserto em Nazca parece
suficientemente normal; contudo, ao mesmo tempo, um
pouco estranho. É mágico, atraente, lógico e, contudo,
absurdo. Nazca é como uma centena de relâmpagos
atingindo o senso comum. Se os olhos pudessem gritar, eles
o fariam em Nazca. A mensagem de Nazca está velada e
oculta à visão, resistindo a qualquer tentativa de explicação.
Qualquer um que pense que poderia haver uma solução
simples para este mistério também acredita ainda no coelho
da Páscoa. A paisagem é insondável e insolúvel, absurda e
sem sentido. Em Nazca, os cordões da lógica somem na
fumaça, porque não querem mais ser desenhados em
círculos. Nazca foge de toda engenhosidade, embora, ano
após ano, os arqueocriminologistas apareçam lá em hordas
afirmando ter finalmente resolvido o mistério. Ciência - em
Nazca, é arqueologia - compulsivamente tenta impor nosso
pensamento e conhecimento contemporâneos sobre antigas
civilizações, que tinham uma visão do mundo
completamente diferente.
Transbordando de auto-importância, afirmamos ser
inteligentes, sábios e abençoados com uma acuidade mental
que, na realidade, não possuímos. Acreditamos que a
metodologia científica nos levará inevitavelmente ao
nirvana do discernimento. Assim, nas últimas décadas
surgiram incontáveis teorias e especulações, vôos fantasiosos
e puro absurdo relativos a Nazca. E, no final, nenhum deles
pode realmente fornecer uma resposta definitiva. Nazca é
como uma máquina do tempo, que nos leva de volta ao
nosso passado, e qualquer um que queira chegar um
pouquinho mais perto de resolver o mistério de Nazca
precisa pensar fora do padrão. Reconhecidamente a
abordagem arqueológica lança algumas possibilidades
interessantes, mas somente meias verdades.

Uma Descoberta Surpreendente

Na primavera de 1927, o arqueólogo peruano Toribio Mejia
Xesspe estava trabalhando em um pequeno vale próximo do
Rio de Nazca. Ele escalou um lado do vale e, enquanto fazia
um pequeno descanso, olhou para o pampa abaixo. Viu algo
que parecia muito estranho: lá embaixo, no deserto marrom
escuro, conseguiu ver linhas estendendo-se na distância à
frente dele. Contudo, foi somente após 13 anos, depois que
ele caminhou por duas das estranhas linhas, que finalmente
escreveu sobre sua descoberta.
Em junho de 1940, o historiador Paul Kosok, baseado em
Nova Iorque, fez um vôo sobre Nazca. Ele viu várias pistas,
"líneas" (linhas menores e mais estreitas), e espirais. Seu
artigo sobre o assunto só foi publicado em 1947.
Nessa época, a geógrafa e matemática alemã Dra. Maria
Reiche tinha viajado de Dresden para o Peru. Ela não sabia
nada sobre as linhas em Nazca; estava mais interessada em
pesquisar conexões calendricais entre os vários locais de
observação solar, que podem ser encontrados no Peru. Por
uma feliz coincidência, ela encontrou-se com Paul Kosok,
que lhe falou entusiasticamente sobre as estranhas
marcações que tinha descoberto do alto. Maria Reiche
começou a considerar o assunto. Inicialmente foi apenas um
projeto paralelo, mas logo ela ficou fascinada por aquelas
estranhas marcações. Junto com Paul Kosok, ela publicou
um longo artigo sobre o platô no jornal ARCHAEOLOGY.
Nos anos seguintes, Maria Reiche ficou realmente presa a
Nazca. Sua pesquisa no platô desértico tornou-se sua vida e
ela passou muitos anos tentando quebrar a casca da noz
Nazca. Já naquela época, Maria Reiche comparou algumas
das pistas a pistas de pouso: "Então o passageiro aéreo...
descobrirá grandes triângulos e quadrados com linhas tão
precisas acompanhando o fundo pálido das superfícies, que
pareciam ter sido desenhadas com uma régua... você poderia
pensar que algumas delas fossem pistas de pouso."
Quando escrevi algo sobre as mesmas linhas, em 1967 - na
época em que o livro da Dra. Reiche não estava ainda
disponível -, os críticos me despedaçaram. Desde então,
todo tipo de citações sobre o assunto eram atribuídas a mim
- em todo o tipo de meio de comunicação imaginável -
mesmo que eu nunca tivesse dito. Ironicamente, foram
algumas das publicações alegadamente "sérias" que
espalharam o lixo mais ridículo que você possa imaginar.
Este é um exemplo perfeito de como uma afirmação pode
ser falsamente citada e, depois, vai para o arquivo da
imprensa, de onde é continuamente desenterrada outra vez,
para ser novamente citada erroneamente.
Além disso, muitas pessoas afirmam - lamentavelmente, até
muitas publicações científicas - em um tom de honesta
indignação, que eu afirmei que o platô de Nazca era algum
tipo de "local de pouso para naves espaciais". Nenhum
desses açougueiros da palavra já leu os meus livros,
especialmente meu livro sobre Nazca, ZEICHEN FÜR DIE
EWIGKEIT. Se tivessem lido e ainda viessem com as
inverdades usuais, eu teria de acusar os autores de
mentirosos. Do jeito que a coisa é, um autor simplesmente
copia os erros de outro e acrescenta os seus dois centavos no
processo. É por isso que, desculpe-me dizer, não consigo
mais levar a sério nenhum desses chamados autores
científicos.
A Dra. Maria Reiche não encontrou a resposta para o
quebra-cabeça Nazca. Exatamente antes de sua morte, em
1998, a venerável e idosa pesquisadora opinou que talvez
Nazca tivesse algo a ver com xamãs ou espíritos.
Parece haver mais teorias sobre Nazca do que os peixes do
mar. Listei tantas quantas consegui em meu livro sobre
Nazca. Assim, aqui, pularei a bibliografia e irei diretamente
para a lista de algumas das teorias mais populares.
Nazca é:

> Um calendário astronômico.
> Signos tribais dos índios.
> Um culto ao deus da água.
> Um culto ao deus da agricultura.
> Lotes de terra agricultáveis.
> Marcações de fronteira.
> Baias para animais.
> Caminhos para atividades sagradas.
> Rotas de procissão.
> Informação geométrica.
> Um local para atividades cerimoniais.
> Cópias de visões.
> Uma tecelagem colossal.
> Um mapa.
> Um atlas cultural.
> Uma Olimpíada pré-incaica.
> Uma plataforma pré-histórica de lançamento de
balões.
> Uma orgia de todos os tipos de cultos.

O Problema com os Arqueólogos

Como você pode ver, os arqueólogos têm estado ocupados
em Nazca. A cada par de anos mais ou menos, a literatura
científica alardeia sua mais recente solução definitiva.
Assim, temos de nos perguntar o que eles realmente estão
fazendo lá, esses arqueólogos e seus suados alunos.
Bem, eles fazem o que arqueólogos sempre fazem: cavam. É
trabalho cientificamente perfeito e as equipes participantes,
na maioria apenas um punhado de gente, consistem de
homens e mulheres honestos. Elas procuram nas camadas de
pedra por ossos, restos de construção, têxteis, cerâmicas e
madeiras. Gentilmente coletam, classificam, comparam e
datam cada peça. Finalmente, tiram suas conclusões. Isso é
geralmente feito pelos líderes da expedição, que, em geral,
percorreram o caminho reto do pensamento arqueológico
clássico diretamente para a confusão caótica de Nazca.
Os arqueólogos vivem de detritos. Sua visão é a do mundo
em evolução, sempre uma coisa nitidamente após a outra.
Baseando-se em alguns fragmentos minúsculos, eles tiram
suas conclusões e as aplicam aos largos platôs de Nazca e
Palpa. Quaisquer questões posteriores são desnecessárias e
não desejadas; dúvidas são ridicularizadas. Os estudantes não
têm qualquer chance contra a imutabilidade monolítica da
sabedoria professoral. O conhecimento pela metade é
promovido a sabedoria estabelecida definitiva, que a geração
seguinte de estudantes têm de engolir. E, antes que você
saiba, todas as opiniões seguem o mesmo padrão, do
cientista ao jornalista.
O que podemos fazer para quebrar esse padrão? Felizmente,
há cientistas com aparelhos de medida que acreditam em
suas leituras e não em ideologias. Sei que o Professor Gunter
Reppchen, do HTW Dresden (uma universidade de
tecnologia e economia) já fez medidas em Nazca, na metade
da década de 90. O Professor Reppchen é chefe do
departamento de pesquisa e cartografia, e seu departamento
foi atraído para Nazca porque a Dra. Maria Reiche também
era de Dresden. Os cientistas da universidade visavam
pesquisar tudo dos geoglifos e linhas em toda a área de
Nazca para criar um modelo digital.
O Professor Reppchen e eu nos encontramos pela primeira
vez em sua Faculdade, em Dresden, quando ela estava no
processo de organização de uma exibição sobre Nazca. Este
acadêmico soberbo, que também realizava pesquisas na
Antártica, não pensa muito na idéia de alienígenas, mas dá
grande importância a dados concretos (isto é, mensuráveis e
verificáveis). Em encontros posteriores, perguntei-lhe se seu
departamento poderia estar interessado em realizar um
projeto de pesquisa em Nazca, que estava anos-luz de
distância da arqueologia padrão. No final, escavei um
número de fotos excelentes do meu arquivo sobre Nazca -
tenho mais de 5.000 - e comecei a marcar certas áreas com
um marcador vermelho. Depois, fiz perguntas que nenhum
arqueólogo tinha feito (porque as consideraria supérfluas).
Perguntas como estas:

1. As linhas estreitas em ziguezague, que podem ser vistas
na fotografia, realmente correm sob a pista ou é uma ilusão
óptica?
2. As linhas estreitas, aproximadamente com 1 metro de
largura, consistem do mesmo material das pistas, ou é só
material fragmentado da superfície?
3. É possível verificar se há qualquer diferença entre campos
magnéticos das pistas, linhas e cascalho circundante,
particularmente nos pontos de cruzamento e em
comparação com o deserto intocado?
4. Há alguma anomalia na condutividade do solo
comparando-se as pistas com a área circundante?
5. Há alguma radiação detectável?
6. Pode-se detectar algum material que normalmente não
seria esperado em tais quantidades, tais como minérios, ouro
ou mica?
7. Há diferenças nas idades das várias pistas, especialmente
nos pontos de cruzamento?

E assim por diante. Todas as minhas perguntas referiam-se a
coisas que poderiam ser precisamente medidas pela ciência.
O Professor Reppchen rapidamente compreendeu que isso
envolveria uma equipe de pesquisa interdisciplinar e que
uma universidade peruana teria de estar envolvida. O platô
de Nazca é Patrimônio Mundial da UNESCO, o que significa
que não é permitido a ninguém ficar vagueando por lá, para
não mencionar começar a interferir com o local e ficar
fazendo medidas. Nos meses seguintes, uma rede de
cientistas começou a tomar forma, compreendendo
especialistas de uma série de universidades, cada um deles
especializado em uma determinada área. À frente de tudo
estava a brilhante Dra. Kerstin Hartsch, uma geóloga
extremamente dotada, que gosta de lidar com problemas não
convencionais.
O projeto de pesquisa foi comissionado pela Fundação Erich
von Däniken, que assumiu todo o financiamento. A HTW
Dresden uniu-se à Pontifícia Universidade Católica do Peru
(PUCP). O problema mais difícil foi obter permissão até para
visitar Nazca. As permissões foram concedidas -
parcialmente, graças ao auxílio da Embaixada da Alemanha -
pelo Instituto Nacional de Cultura (INC). Durante todo o
trabalho de campo, um representante do INC, bem como
um arqueólogo da Universidad Nacional Mayor de San
Marcos, em Lima, acompanharam nossa equipe. Os dois
incansáveis cientistas, Reppchen e Hartsch viajaram para o
Peru muitas vezes para ajudar a colocar as várias peças do
quebra-cabeça no lugar. Isso envolveu localizar caros
instrumentos high-tech de medições, autorizações
aduaneiras, negociações com vários institutos e academias, e
até questões banais, tais como encontrar acomodações para
estudantes.
O estranho é que ninguém nunca tinha pensando em
realizar medições magnéticas em Nazca antes, para não
mencionar estudos geoquímicos ou pesquisa geoelétrica.
Para começar, a equipe investigou a superfície do deserto.
Era preciso descobrir que elementos e minerais eram
normais na área. No que é conhecido como "hamadas"
(áreas cobertas por areia fina trazida ou levada pelo vento),
descobriu-se manganês, potássio, cobre, ouro e -
freqüentemente próximo aos desenhos escavados - argila
(material usado na confecção de cerâmica). Mas não se
encontrou nada fora do normal.

Montanha Fatiada

Na área do deserto de Nazca, você pode também ver uma
montanha de forma esquisita, que eu chamo de "montanha
fatiada". Naturalmente, os geólogos a vêem de forma
diferente. Chamo de "fatiada", porque ela não tem pico,
apenas um topo achatado, o que não se ajusta a nenhuma das
outras montanhas ao redor. Além disso, a superfície da
"montanha fatiada" exibe uma linha em ziguezague, que
pode facilmente ser reconhecida do ar. Esta montanha -
com sua linha em ziguezague sob sua pista - interessou-me
particularmente. Ela não se ajusta a cultos de orgia em geral.
Na extremidade sul da pista, sobre esta montanha, os
arqueólogos descobriram pequenas construções com paredes
de pedra. Elas foram categorizadas - como parece ser usual -
como algum tipo de locais cerimoniais. De todos os lugares
em Nazca, este era um dos mais importantes, mas,
infelizmente, a equipe interdisciplinar não conseguiu a
permissão para trabalhar lá. O arqueólogo alemão Markus
Reindel, de Bonn, o mesmo homem que, no verão de 2007,
anunciou triunfalmente que as linhas de Nazca eram rotas
de procissão, tinha proibido quaisquer medições. Você tem
de se perguntar: qual o motivo de fazer isso? Uma equipe de
cientistas alemães foi ao Peru. Eles trabalharam em conjunto
com a Universidade Católica, de Lima, e um representante
do Instituto Nacional de Cultura, e estavam apenas fazendo
medições no platô. E eles TINHAM, permissão. E, embora
tais medições fossem completamente inofensivas ao local e
não causassem prejuízos ao solo ou qualquer remanescente
arquitetônico, um arqueólogo alemão proibiu o trabalho.
Será que ele tinha medo do que pudesse ser medido lá?
Felizmente, minhas perguntas não se aplicavam
exclusivamente à "montanha fatiada", e a equipe de pesquisa
internacional simplesmente escolheu um local de partida
diferente. Havia irregularidades na área, particularmente ao
redor das pistas? A quantidade de geoeletricidade que você
esperaria encontrar é dependente da capacidade do solo de
conduzir eletricidade. Em um banheiro cheio de vapor, é
muito fácil tomar um choque elétrico letal. Mas num deserto
seco, você esperaria uma condutividade bem baixa. Para
medir a geoeletricidade, os sensores são enfiados no solo,
onde dão pulsos luminosos de corrente alternada. Os
eletrodos se movem de acordo com o perfil do solo, passo a
passo, para medir as mudanças na resistência elétrica.
Dependendo da distância entre os eletrodos, a resistência
elétrica pode ser medida até uma profundidade de vários
metros. E foi aí que encontramos nossas primeiras
irregularidades.


Normalmente, é praticamente impossível realizar medidas
como estas no deserto, por causa da extrema aridez do solo
e, de qualquer modo, da dificuldade associada de
alimentação da eletricidade no solo. Mas graças ao
equipamento recentemente desenvolvido, que a equipe
possuía, e contra todas as expectativas, obtivemos resultados
bons e altamente detalhados. Eles descobriram que a
resistência geoelétrica do solo normal era relativamente
baixa, quando comparada aos geoglifos. Repentinamente -
isso aconteceu no final de uma das pistas, bem como em
uma das linhas - as medidas saíram da escala, ultrapassando
os valores normais POR UM FATOR MAIOR DO QUE MIL.
Você pode vê-lo nas áreas escuras das tabelas. Havia faixas
em um caminho de chão designado com "Área N4", onde
uma resistência elétrica extremamente alta poderia ser
medida correndo para e ao longo da orla da pista. No "Pampa
do Calendário", o centro da resistência elétrica encontra-se
dois metros abaixo da superfície. Fortes anomalias elétricas
também foram medidas em outros locais. A razão para isso é
desconhecida.
Mas espere! A história fica melhor. Perguntei sobre campos
magnéticos em certas localizações. A base para as medições
geomagnéticas é o próprio campo magnético da Terra. Para
realizar as medições, é preciso um magnetômetro de césio.
Os resultados de Nazca mostraram diferenças significativas
entre as várias linhas e o solo circundante intocado. De volta
ao "Pampa do Calendário", a equipe descobriu uma
verdadeira rede de anomalias magnéticas dentro de uma das
pistas. As manchas brancas na figura representam estas
concentrações loucas de impossibilidades magnéticas. Elas
eram tão malucas que o medidor não conseguia mais exibir
os valores - eles estavam fora da escala! Muito confuso.
No local de pesquisa "Área P2", novas anomalias elétricas
brotaram e abaixo das linhas em ziguezague. Embora o
arqueólogo Dr. Reindel tenha proibido quaisquer medições
na "montanha fatiada", a equipe interdisciplinar conseguiu
obter a leitura de pelo menos dois pontos. Próximo da linha
em ziguezague, exatamente na extremidade do lado sul-
oeste, foram descobertas anomalias elétricas que
combinavam perfeitamente com a própria linha em
ziguezague. Verdade? Nada especial em Nazca? Apenas um
punhado de rotas de procissão?
A pista que se assemelha a uma pista de pouso no topo da
"montanha fatiada" não cobre o platô inteiro. Em ambos os
lados dela há bordas que são interceptadas em inúmeros
locais por linhas em ziguezague. Os cantos destas linhas
encontram-se onde o solo foi rompido. Há também sulcos
de entulho, que foram causados pelas raras, mas pesadas
chuvas. Logicamente, a chuva precisa ter corrido
diretamente sobre as linhas em ziguezague, para criar o rio
junto à borda do platô, levando o entulho com ela. As
imagens mostram isso claramente. Por que - pela graça do
santo Atahualpa! - as linhas em ziguezague não foram
varridas também?
Os canais de erosão que correm das bordas do platô para as
profundezas têm mais de um metro de largura. É preciso que
tenha chovido gatos, cachorros e elefantes! Nesta
"montanha fatiada", com sua pista e linhas em ziguezague,
onde a água era coletada antes de despencar para o vale
abaixo, não deveria haver nada para se ver exceto detritos de
erosão. As figuras demonstram o oposto. E mais: a equipe foi
capaz de medir anomalias magnéticas claras como cristal aí
também. No final (ou será que é o começo?) da pista, uma
pequena construção retangular foi descoberta, com cerca de
2 metros de largura e um pouco mais de 3 metros de
comprimento. Na época da descoberta arqueológica, as
paredes remanescentes tinham cerca de 92 centímetros de
altura. Segundo o pensamento ligado a cultos, este poderia
ter sido apenas um local sagrado; um lugar aonde os
peregrinos chegassem ou onde os sacerdotes realizassem
cerimônias. Por que ninguém fez a pergunta: QUE TIPO DE
CERIMÔNIAS? E a pergunta adicional: POR QUE, DE
TODOS OS LUGARES, AQUI NO COMEÇO (OU FIM?) DA
PISTA? O que há de tão interessante aqui, que eles
precisavam ou queriam observar?
Não são Bem o que Parecem

Enquanto estou nisso, gostaria de esclarecer outra peça sem
sentido que você pode ler em toda a literatura científica - a
saber, que teria sido bem simples construir as linhas e pistas.
Fato é que, eles afirmam, o sol esteve batendo sobre este
deserto por centenas de milhares de anos e, portanto, a
superfície é de um marrom mais escuro do que a camada
subjacente. Tudo o que você precisa fazer é jogar fora
algumas pedras ou um pouco de areia e - pronto! - a camada
mais leve aparece. Há, de fato, certos lugares onde isso
funciona. Eu mesmo experimentei fazer isso. Mas, em
outros locais, é simplesmente inconcebível. Se a "montanha
fatiada" tivesse surgido por um simples processo de retirada
da camada superficial, então a linha em ziguezague, que
corre ABAIXO da pista, precisa também ter sido varrida. As
cristas de fronteira, que correm de cada lado da pista teriam
de ter a mesma cor. Mas isso não acontece. Continua
pensando que elas são rotas de procissão?
Tanto em, quanto ao redor de Nazca, as coisas não são tão
naturais quanto deveriam ser, ou como a fala mansa dos
cientistas quer nos fazer acreditar. Você se lembra que eu
também coloquei a questão quanto à idade das pistas no
"Pampa San Ignacio" (Área P5). Este é um local onde duas
pistas correm uma para a outra e se sobrepõem em uma das
extremidades. A equipe de pesquisa foi capaz de confirmar
que a pista que aparece à esquerda da fotografia da página
225 é muito mais antiga do que aquela da direita.

Este resultado apenas nos diz que uma é mais velha do que a
outra e não qual a idade que realmente elas têm. Contudo,
todo o Culto de Nazca - ou talvez devamos dizer culto de
carga (= culto de imitação) - precisa ser muito mais velho do
que os arqueólogos dizem. Por quê? Porque muitas das pistas
e linhas sobre a superfície praticamente não são mais
discerníveis, mas encontram-se sob a superfície de cascalho.
Nada incomum em Nazca? E os elementos químicos? Como
esperado, a equipe de pesquisa encontrou todos os
componentes comuns. Mas, quando chegou ao arsênico, o
mostrador saiu da escala. A concentração de arsênico em
alguns locais de medição estava entre 10 e 17 vezes mais
elevada do que deveria ser. A coisa é extremamente
venenosa! Por que alguém iria querer usar arsênico? Hoje,
ele é empregado em ligas de chumbo para melhorar sua
consistência. Também é usado em eletrônica e tecnologia de
semicondutores, onde, na forma de arsenieto de gálio,
desempenha um importante papel na manufatura de
componentes de alta freqüência, tais como circuitos
integrados e wafers de computador. Há arsênico também
nos diodos de luz e de laser.
As concentrações de arsênico nos pontos de medição foram
claramente muito elevadas. Não se ajustava às médias gerais
dos outros elementos na área de Nazca/Palpa.
A geóloga Dra. Kerstin Hartsch também notou algo mais
interessante. Diretamente na PANAMERICANA - a
autopista que vai de Lima até o Chile e cruza exatamente o
platô de Nazca - entre as massas marrons de cascalho, pode
se ver uma série de camadas mais claras. Elas são
particularmente aparentes em Sacramento e atrás da
pequena escola de Ilipata. O que são? Durante minha
primeira visita a Nazca, arranhei a substância branca, que me
lembra sal, usando uma faquinha de bolso e levei-a ao meu
hotel, onde tentei dissolvê-la tanto em água quente quanto
fria. Não dissolve. Os cientistas fizeram uma análise,
revelando que ela consiste de 70% de material amorfo, sem
qualquer traço de argila. Uma análise posterior, com
microscópio eletrônico, revelou estruturas semelhantes a
vidro, de um tipo que somente ocorre quando a matéria crua
é rapidamente esfriada de uma temperatura extremamente
alta. Como isso é possível? Não há mistérios em Nazca?
A equipe peruano-alemã finalmente reuniu todos os seus
achados em um relatório científico, que chegou às seguintes
conclusões:

1. Os resultados das medições magnéticas mostraram uma
clara diferença entre as linhas e pistas e a área circundante.
2. As medidas geoelétricas revelaram claras anomalias do
topo até 2 metros abaixo dos geoglifos.
3. O ambiente geológico de Nazca/Palpa é caracterizado por
depósitos localizados invulgarmente elevados de arsênico.
4. Um material branco foi descoberto próximo a certos
seixos, que consistia principalmente de vidro. A origem
deste material não pode ser explicada.

Como é simples e descomplicado o mundo do ponto de vista
arqueológico! Nada misterioso? Nada inexplicável? Milhares
de anos atrás, os habitantes da área construíram imensas
rotas de procissão para honrar seus deuses. Legal! Não tenho
nada contra essa teoria. Rotas de procissão existiam! Mas - e
este é um grande "mas" - o melhor das pistas de Nazca e
Palpa começa e termina no meio do nada. Onde estão as
trilhas que levariam até lá no alto, até essas rotas de
procissão? Será que a fé os fazia voar até lá? Dificilmente.
Como a rota de procissão consegue correr, reta como uma
flecha, até lá em cima na montanha? E que tipo de deuses
eles veneravam? Para que tipo de deuses você escava
símbolos no chão, que - com apenas algumas exceções! - só
podem ser vistos do ar? Dá para capturar o quadro agora?


Aqueles que não estão acostumados com a antiga literatura
indiana, na qual vários tipos de veículos voadores -
conhecidos como VIMANAS - são descritos, aqueles que
não sabem nada sobre a carruagem voadora do Rei Salomão,
aqueles que não têm qualquer idéia dos foguetes lançadores
descritos por Ezequiel, aqueles que nunca ouviram falar das
"pérolas no céu" tibetano ou das "barcas dos deuses"
egípcias, devem esperar para fazer qualquer julgamento final
sobre Nazca. Ninguém deve fazer julgamentos finais sobre
um lugar maravilhoso e misterioso como Nazca. Cedo ou
tarde eles serão todos revelados. Finalmente, apenas para
malhar um pouco mais aqueles que ainda não estão
apaziguados: nunca escrevi em meus livros que os
alienígenas construíram as "pistas de pouso" em Nazca, ou
que o local é uma espécie de "espaçoporto"!

"AQUELES QUE NÃO CONSEGUEM ATACAR O
PENSAMENTO, ATACAM O PENSADOR."
(PAULVALERY, 1871-1945)

PÓSFACIO


PREZADOS LEITORES

Para terminar, gostaria de falar-lhes sobre Arqueologia,
Astronáutica & Associação de Pesquisa SETI (ou AAS, para
encurtar). Estamos procurando novas respostas, pois as
antigas apenas não servem mais.
Nosso objetivo é encontrar evidência reconhecível da
existência de uma visitação à Terra por seres extraterrestres,
em algum tempo durante os primórdios da história do
homem. Queremos fazer isso dentro da estrutura dos
métodos científicos estabelecidos, mas sem nos deixarmos
ser intimidados ou limitados pelos dogmas ou paradigmas
existentes.
A cada dois meses, publicamos a revista LEGENDARY
TIMES, que é enviada a todos os membros da AAS. Também
organizamos encontros e conferências nacionais e
internacionais, bem como viagens de estudo a locais
arqueológicos interessantes.
Nossa subscrição está por volta de 40 dólares (isso foi escrito
em 2009). Nossa adesão inclui cientistas renomados, bem
como pessoas leigas de todos os tipos de profissão.
Ficaria feliz em fornecer-lhes mais informações. Escrevam
para o seguinte endereço:

A.A.S. R.A.
P.O. Box 6400
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USA

Fax: ++ 1 (760) 941.91.50
E-mail: help@legendarytimes.com
www.legendarytimes.com



De: déia

 
 
Lançamento Gênesis do Conhecimento
A História Está Errada - Erich Von Däniken
 
 
links ao final da mensagem
 
 
digitalização, formatação e revisão - Lucia Garcia
 
 
Sinopse:
 
Mundialmente conhecido pelo livro Eram os Deuses Astronautas? que expõe a teoria de que os deuses eram visitantes extraterrestres, Erich Von Daniken traz, em A História Está Errada, novas descobertas e revelações, demonstrando que a verdadeira História da humanidade é muito diferente da que conhecemos.
As obras de Daniken influenciaram dezenas de filmes, livros e, recentemente, um documentário do History Channel.
Em A História Está Errada, Daniken encontra paralelos estarrecedores entre livros misteriosos, como o manuscrito Voynich, que não foi decodificado até hoje, e o Livro de Enoch, tão antigo quanto a Bíblia, que trata do cruzamento entre mulheres humanas e "anjos" - ou seriam ETs?
As linhas de Nazca seriam locais de aterrissagem ou um gigantesco texto para se comunicar com os "deuses"?
E o que dizer da incrível biblioteca subterrânea pré-colombiana encontrada no Equador? Uma biblioteca em que a tecnologia avançada é representada por grandes painéis de metal.
A História Está Errada é um livro fascinante, que instiga o leitor a fazer uma viagem ao desconhecido.
 

 

 
 
 
 
 
 

 
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